Por Douglas Anfra

 

Diabo te enganou João Inácio/ Olha pro céu/ puro terra
O canto dos escravos – Canto IV

Abertura

Um estudante de filosofia e morador do CRUSP [Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo] alega ter problemas no coração e pede apoio à guarda universitária, que normalmente oferecia ajuda aos estudantes com problemas, mas, nesse caso, se nega. Samuel pega o ônibus circular e vai até o Hospital Universitário.

Não conseguiu ser atendido, então retorna do mesmo modo para tentar repousar em casa. Quando este sai do ponto, cambaleia na frente da guarda e cai no chão. Uma aluna disse que ele estava com pulso fraco nessa hora e pede ajuda à guarda. A guarda alega que não mexerá num corpo, ao que a amiga responde que ele não é um corpo e que está vivo. Vinte pessoas o viram com vida, mas ninguém o atende. Nenhum destes pode, pois ninguém tinha carro, só a guarda, e então chamam a ambulância. A ambulância não vem. Ele não tinha carro. O Hospital Universitário se localiza a 3 quilômetros de onde veio a falecer. Ele morre. Seu corpo fica exposto ao sol por 6 horas.

A reitoria o encaminha finalmente ao serviço de óbitos naturais. A família retorna e é instruída equivocadamente sobre o procedimento. A família altera o registro e pede investigação quanto ao procedimento. Ele pode ter morrido por causa de uma medida administrativa ou a falta de uma autorização para poder socorrer pessoas? Omissão de socorro administrativo também é um tipo de assassinato? Teria ocorrido alguma mudança no funcionamento da guarda universitária na questão do atendimento de ocorrências ligadas a alunos?

Uma semana depois estivemos entre mais ou menos 15 a 16 pessoas, no máximo, entre amigos, sindicalistas e esquerdistas, alguns moradores da ocupação da COSEAS [Coordenadoria de Assistência Social da USP]. Quase ninguém se indignou com a omissão de socorro que poderia ter matado outro estudante pobre. Ninguém se sentiu pertencente à mesma comunidade ou grupo do estudante morto por omissão.

Primeiro ato
Bastidores da insegurança

usp-2A Universidade de São Paulo, USP, passa por uma mudança brusca na segurança interna e a Polícia Militar, PM, passa a atuar ostensivamente realizando diversas blitz, tendo um carro fixo dentro da universidade e mais outros quatro carros e duas motocicletas que seriam utilizadas em operações eventuais. Para o comandante da PM, Souza, não havia qualquer proibição da entrada da PM no campus, ainda que a proteção ao patrimônio da universidade seja feita pela Guarda Universitária. Deixando claro que houve igualmente reuniões com o reitor sobre furtos de carros no campus. O próprio reitor tratava de tais ações com o nome de “Blitzes preventivas”.

Em matéria do jornal do campus na edição da primeira quinzena de maio, a questão da segurança é tratada sem comentar a presença ostensiva na USP a partir de então, mas como se houvesse uma decisão que passasse pela comunidade acadêmica sobre a presença da PM no campus, e não como uma decisão tomada estritamente pelo reitor. O tom do debate aparece mais como um embate entre “esquerda” e “direita”, lembrando dos episódios recentes de invasão da PM como força de repressão ostensiva contra funcionários e alunos em greve, como em junho de 2009, quando a PM perseguiu os estudantes e funcionários até o prédio da História e Geografia, chegando a lançar gás lacrimogêneo em professores que tentaram negociar. Nestas posições dividiam-se procurando associar aqueles que desejavam segurança com o apoio à invasão da polícia contra os estudantes e funcionários em greve.

Parte dos estudantes parecia querer uma presença total da PM no campus, quase uma utopia total de segurança. No entanto, parece que grande parte destes estudantes desconhece o que é a presença total de policiais militares num determinado local com cancelas e armas de grosso calibre em punho, como a operação saturação que a reportagem do Estado de São Paulo, um mês antes da invasão da USP, mostrou ocorrer em Paraisópolis na matéria chamada de «82 dias de medo em Paraisópolis».

Xico Sá, no Jornal do Campus, no entanto, notou algo grave que teria passado desapercebido pelos estudantes que estavam mais atentos ao conflito entre a gestão atual da AMORCRUSP [Associação dos Moradores do CRUSP] e os estudantes da ocupação do Coseas, que desejam que o prédio de moradias todo seja destinado a moradia estudantil num momento de falta de vagas. Xico Sá, sendo de fora, não compreenderia as pautas normais da USP, conflitos entre estudantes e retoria, mas notou uma mudança da maré no interesse pela segurança. E o que ele notou era importante: “O texto poderia ter explorado e explicado melhor a informação, fornecida pela própria Guarda Universitária, de que houve redução do contingente de homens no período noturno. Não seria um dos motivos da onda de violência? Quantos guardas seriam necessários? O que foi relegado ao pé da matéria vale uma nova pauta.”

De fato, por que a guarda teria sido reduzida justamente no período da noite? Isso não pioraria a situação da segurança dos estudantes?

Como vemos, até aqui a Reitoria sabia do aumento de crimes ligados a roubos de carros e mesmo o jornal do campus apurou três sequestros relâmpago, um furto de automóvel e um assalto em um circular, a respeito do qual Xico Sá comenta que “seria pouca coisa em um bairro qualquer da cidade, onde a violência já é quase uma epidemia. No campus universitário da melhor universidade do país é grave, sim”.

A universidade, inclusive, já possuía mapeamento das áreas de risco, mas as ocorrências aumentaram, as áreas mal iluminadas não aumentaram a iluminação nem tiveram maior atenção por parte da guarda. A logística do mais simples já estava na frente da reitoria e os apontamentos por parte da comissão de segurança da USP já haviam sido feitos há mais de um ano, quando em abril já se noticiava o aumento de ocorrência de roubos sem qualquer assinatura da Reitoria.

Interlúdio
A banalização da dor

O estudante Felipe Ramos de Paiva, aluno do curso de Atuária, na Faculdade que sequer se digna a colocar a inicial do seu curso no nome, morreu de morte violenta. Não agonizou por horas, mas teria morrido em decorrência da reação a um assalto. Ele era aluno de Ciências Atuariais e, segundo depoimento do pai, ele teria reagido a assalto duas vezes.

usp-4O ocorrido deu-se no estacionamento atrás da FEA [Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade], próximo à área onde foram demolidos barracões que, até o ano passado, tinham aulas e um centro acadêmico, o da Veterinária, onde costumavam circular pessoas. Tudo estava escuro e não havia nem um ponto de observação da guarda, mesmo tendo ficado mais escuro e deserto, o que é mais inseguro ao contrário do que as pessoas acham.

Ao contrário de Samuel, no dia seguinte houve imensa comoção. Aliás, no mesmo dia as pessoas perguntavam no ponto de ônibus: “Poderia ter sido um de nós”; talvez porque nesse caso a violência fosse mais facilmente identificável.

Ocorre imensa comoção nos dias posteriores: todas no sentido de pedir mais polícia. Não a gigantesca Academia de Polícia que se ostenta na entrada do principal portão da Cidade Universitária. É algo mais específico: PM no campus, insuflando um ar de revolta contra quem disputava na Universidade a ideia de que a Universidade deveria ter modos próprios de resolver as questões, ou certa aversão da Universidade à polícia. Retorna o tom em que foi tratada a questão no Jornal do Campus, com a direita a favor de polícia e a esquerda contra. E a “direita” desta vez sai na frente.

Segundo Ato
A Farsa da segurança ou quero mais PM aqui

O reitor Rodas aproveitou e investiu na campanha a favor da PM no campus, adotando no geral uma estratégia de alarmismo e decandentismo, sempre atribuídos, mesmo quando por causa de decisões de sua gestão, a pretensos oponentes de esquerda. Esforça-se para que todas as decisões devam ser respondidas com atitudes sem reflexão e em estado de urgência, alegando, num momento de tensão, que se não fosse decidido algo conforme pensa “- Todos morrerão!”.

João Grandino Rodas, reitor da USP
João Grandino Rodas, reitor da USP

Estranhamente, justamente ele, que foi eleito como terceiro colocado numa consulta à comunidade e foi escolhido apenas pelo governador do estado. Ele, que demitiu 271 funcionários sem aviso prévio (e enganados pela Reitoria), que faz reformas de 64 milhões sem qualquer aprovação ou consulta, que comprou imóveis externos no valor de 7,4 milhões, queria cortar 300 vagas de cursos da USP Leste, repentinamente se mostrava preocupado com o embasamento de sua decisão na comunidade e nos colegiados da USP. E isto sobre uma decisão que já havia tomado duas vezes (chamar a Polícia Militar à revelia de qualquer opinião contrária). Era, no mínimo, para quem acompanha sua gestão, algo estranho.

Estranha era a declaração de que a PM não estava no campus por conta de quem tem uma visão equivocada dela, sendo que o próprio comandante da PM alega que ela já está presente no campus.

Outra atitude em que se destacou, mas que foi comum em sua gestão, era aproveitar-se de indicadores negativos, muitas vezes resultados da decisão da própria Reitoria, ou variáveis sem relação, que, de modo oportuno, eram utilizados para embasar medidas administrativas, como havia feito anteriormente com a evasão escolar, visando influenciar decisões no Conselho Universitário. Mesmo quando em questões aparentemente sem relação.

No mesmo sentido, o reitor chegou a alegar que a evasão na USP remetia à questão da segurança, quando disse que “Nenhum pai quer colocar o seu filho em uma universidade pensando que poderá perdê-lo no quinto ano de estudo” e eximiu-se de qualquer atitude interna em relação à segurança que não aplicou, como no caso da guarda quando disse que “o segurança estava presente e foi até o local, porém, após o tiro. Precisamos intervir antes disso”.

Apesar disso, o comandante militar afirma que houve falha de comunicação entre vigilantes. De fato, após o tiro, nem a guarda nem a PM poderiam intervir, mas o reitor, após ajudar a instaurar o pânico, jogou com o imaginário que projeta certo tipo de onipresença da Polícia Militar. A PM já estava no campus, segundo o próprio comandante da PM, mas não é onipresente, ninguém é. Mas o que desejava este grito pela PM no campus? Que haja algo além dos sistemas de monitoramento e segurança de policiamento militar? Seria um policiamento total, que seja totalmente à prova de acidentes?

Certamente isto não é a PM. Mas o reitor, como possui bom domínio da retórica, estudante das arcadas do Largo São Francisco que foi, pôde omitir que a ação necessária prévia seria dele, e termos estruturais que só seriam possíveis caso este fosse seu objetivo, pois, com uma gestão ultra-centralizada e com um orçamento capaz de fazer gastos exorbitantes sem consultas em obras não essenciais, é evidente que poderia levantar ao menos um dedo pela segurança na área.

No entanto, o próprio reitor era o principal expoente da campanha pela PM no campus substituindo os mecanismos mais simples de controle, como iluminação e segurança. No entanto, a segurança é coordenada por alguém que lhe é próximo, o ex-investigador de polícia Ronaldo Penna, que acelerou seu processo de precarização e terceirização e é o responsável direto pela mudança e omissão das atividades da guarda, todas sob aval do reitor.

Terceiro Ato
Behemoth

usp-5Alunos tentam conter o impulso inicial fomentando o debate, um representante dos estudantes tenta lembrar que o óbvio inicial não foi contemplado, como iluminação e guarda universitária, devidamente coordenada e equipada para tal, inclusive tentando fazer com que os próprios guardas falassem. O Conselho de Qualidade de Vida e Segurança, que decide sobre estas questões, o impede.

Em particular, seu presidente, José Roberto Cardoso. Este auxilou os trabalhos que decidiram anular a própria função deste conselho com um protocolo obscuro que permite o uso da Polícia Militar com toda liberdade dentro do campus e centraliza a decisão sobre seu controle não numa entidade como o conselho, que, mesmo pró-forma, é obrigada a repassar informações aos presentes (entre as quais um representante dos estudantes). Tal protocolo permitiria liberdade total ao reitor, independentemente de qualquer colegiado quanto à decisão sobre usos possíveis da polícia sem qualquer obrigação de prestação de contas ou informar suas razões.

Durante a ditadura, policiais eram infiltrados entre os alunos para realizar sua vigilância; as próprias faculdades, em alguns casos, cediam nomes falsos de alunos para os policiais infiltrados à procura de atividades subversivas. Eles tiveram papel importante nas invasões de universidades como a UnB. O famoso Cabo Anselmo já se utilizou deste expediente, por exemplo.

Talvez inspirados nesta ideia adaptada a novos tempos, a universidade junto com a polícia se utilizarão de policiais militares que já são estudantes, que serão coordenados e auxiliarão o policiamento da universidade, e isto num contexto de controle centralizado da polícia pela Reitoria. Mas tal pensamento nos é afastado, pois seria apenas uma fantasia da esquerda, baseado na mesma mão que tem operado nossa triste sentença.

Epílogo

No exato dia em que esta medida foi tomada, foi entregue a reintegração de posse à ocupação do COSEAS, mesmo que os estudantes que lá morem hoje não sejam os mesmos que tenham participado da ocupação há quase um ano, mas apenas estudantes que sentem necessidade de vagas no CRUSP para poderem estudar.

Fora da USP, semanas depois desta decisão, houve uma pesada repressão a manifestantes na Avenida Paulista, no dia 21 de maio. Muitas manifestações já ocorreram dentro da USP; no entanto, toda manifestação onde a Polícia Militar circula livremente tem sido imediatamente reprimida com aquilo que chamam de “força excessiva”. Houve a resposta da sociedade com um ato chamado Marcha da Liberdade, que luta para refrear o poder indiscriminado de uma polícia militarizada contra manifestantes desarmados. Uma segunda marcha, com o mesmo teor, foi realizada no dia 18 de junho. Participaram destas Marchas inclusive apoiadores da campanha para presidente do candidato que, quando era governador, empossou o reitor.

usp-3E foi na contramão do resto da sociedade que a Universidade se envolveu num movimento exigindo o aprofundamento de mecanismos repressivos, em nome do desejo de segurança e da exclusão da população que não é aluna do campus da própria universidade e dos muitos aparelhos de cultura e lazer que ela possui (na contramão também do caso das manifestações pelo metrô em Higienópolis). Como isso ocorreu?

É ingênuo acreditar que teria sido apenas a partir de um acontecimento acidental, quando houve confronto e um assalto se transformou em assassinato, como descrito por um dos assaltantes, que alegou não ter intenção de matar o jovem Felipe. Uma ocorrência violenta, mas que resultou trágica por um evento fortuito, e teria sido agravada pela falta de iluminação, coordenação entre a segurança da Universidade e as câmeras de vigilância, que vigiam por motivos desconhecidos que não para a segurança das pessoas.

Parte deste evento é ligado às condições estruturais não garantidas pela Reitoria, que tinha outros critérios; parte também por um evento fortuito e algo sobre o qual não se poderia ter controle, mesmo com o policiamento mais eficaz possível, exceto numa sociedade totalmente controlada, o que chamamos ditadura.

Todas as posições divulgadas pela Reitoria sobre o evento difundiam o desejo de policiamento militar ostensivo com um tom que parecia querer atingir a esquerda da Universidade, que não quer a repressão e seus desvios, optando pelo diálogo, como se a Reitoria justamente desqualificasse preventivamente qualquer posição adversária. O resultado foi totalmente favorável ao reitor no sentido de ganhar mecanismos incontroláveis externamente do uso de força policial sem qualquer tipo de prestação de contas. Ou mesmo de um aumento da segurança dos alunos, pois, paradoxalmente, em nome da segurança tudo se torna mais inseguro.

Isso porque, na verdade, tais mecanismos de poder exercidos em nome da segurança parecem tentar anular o que constitui a Universidade naquilo que resta de autêntico, como articulação política, espaços de convivência, diálogo, tolerância e reflexão, graças a técnicas que visam atingir todo o meio onde estes se encontram. O que se daria controlando meios de circulação, financiamento, distribuição espacial e comunicação, mesmo nos meios mais engessados e burocratizados, como os departamentos e o Conselho Universitário, que perde espaço para a centralização de todas as decisões na mão do reitor.

E justamente é nesse momento em que a comunidade universitária parece ceder na reação contra tais ocorrências, que ela se imobiliza como se estivesse em estado de choque. Era isto o que Naomi Klein descreveu no livro A Doutrina do Choque, que se tornou filme. É a habilidade dos governos e gestores inescrupulosos em se utilizarem de eventos casuais chocantes, tanto propositais como induzidos ou previstos, mas que aparecem como fortuitos para as pessoas, para aprofundarem-se mudanças e centralizações administrativas que se aproveitam de momentos de grande comoção.

Tivemos nosso momento disso na Universidade, mas, como a própria Naomi Klein recomenda, tentamos ilustrar com detalhes, pois é somente a memória que pode nos livrar desta perigosa forma de hipnose política antes que se implementem mudanças sem volta que atinjam a todos nós.

17 COMENTÁRIOS

  1. O texto tem argumentos bons, sem dúvida, sobre a questão de segurança na USP, mas se a PM hoje realmente é tão parecida com a repressão da Ditadura Militar, começo a pensar que aquela época foi branda! (isso é irônico, antes que me crucifiquem)
    Isso cansa, ditadura já passou, repressão já passou, o que acontece hoje são situações, algumas certamente equivocadas, que limitam o direito de expressão, mas comparar com a ditadura é demais!

    ps. Sério msm? “Acontecimento acidental”? Parece que existe uma certa revolta pela morte do FEAno ter sido mais noticiada que a morte do aluno da FFLCH. Tão revoltante quanto! Faça a crítica aos noticiários, que consideraram irrelevante a morte do aluno em questão, mas não tentando reduzir a importância do outro!

  2. Sempre tem alguém pra falar que “repressão não existe mais”. Fale isso pra quem tem a violência policial como cotidiano.

    No mais, é ÓBVIO que há revolta pela morte do aluno da fflch não ter sido noticiada. E não é por bairrismo. É porque a reitoria só noticia o que lhe pode trazer algo de bom. Não deu nenhuma justificativa sobre a morte do aluno fflchiano (que aconteceu SIM por responsabilidade da reitoria), e noticia aos montes a morte do aluno feano, pois dessa maneira poderá dar uma de “boazinha” e de quebra colocar a polícia militar no campus.

    Afirmar isso não quer dizer, em momento algum, que o autor, ou a esquerda, ou seja lá quem for, está diminuindo a importância da morte do cara.

    Leia o texto denovo, porque não dá pra ficar repetindo tudo aqui.

  3. Jamais quis apelar ao bairrismo, exceto quando lembro o desprezo que parte da instituição dá a cursos que considera menores como contabilidade e ciências atuariais, onde recordo mais conversas com amigos deste curso e de outros da FEA no que posso estar sendo impreciso, pois reflito apenas comentários que ouvi e concordei. Devo à pessoas daquele prédio parte de minha formação e se encontro pessoas que me desentenda ali, também as encontrei no prédio que estudei.

    Não é esse o caso. Inclusive foi mais comum no passado ir de um local ao outro na USP sem que isto representasse quase uma fronteira nacional. Mas isto é outro assunto.

    Quanto à morte do estudante da FFLCH, que era meu conhecido, digo que tentaram instrumentalizar sua morte e acusaram a esquerda neste processo tentando apoiar o reitor fazendo esquecer a omissão de socorro. Ambas são mortes desnecessárias e trágicas, mas elas tiveram agravantes e reações distintas.

    Recentemente houve um debate na USP sobre o tema que tento relatar. resumirei no seguinte, a circulação na USP é restringida, isto aumenta a insegurança, no entanto no relatório e nas declarações do reitor, é o inverso, mas mesmo assim, nem num sentido (fomentar a circulação) nem na outra (utopia de controle total com câmeras, melhorar visualização e controle) nenhuma ação foi tomada. O que não faz sentido deste ponto de vista.

    Como opções de medidas para a segurança, estariam por exemplo, colocar as moradias em locais estratégicos, o que faria o campus funcionar com circulação de pessoas 24h, como apontado pelo prof. Vladimir Safatle baseado em comentários de professres da FAU, aumentar a iluminação que é na USP praticamente restrita aos locais em que circulam carros (e mesmo assim, sem cobrir o local que vai do estacionamento à sala de aula em todos os prédios e parecendo esquecer o fato de que há aulas no período da noite), acabar com a terceirização da guarda, que impede que os seguranças conheçam o local, a rotina e os frequentadores dos locais, pois são relocados semanalmente e não tem registros utilizáveis para controle das ocorrências, etc.

    Num banco, apesar do perigo que o volume de dinheiro representa para a instituição e para quem o porta, não há PM, mas seguranças, o que não o torna menos seguro. A utilização de uma força institucional militarizada para policiar áreas de circulação dentro da universidade não é uma coisa normal. Nem deve ser, mas foi polarizada nestes termos e como se este recurso não estivesse sendo utilizado e não houvessem outros.

    Em momentos de pânico, a PM aparece, cobre pontos estratégicos, depois vai embora mantendo algumas viaturas, pois não há contingente para tanto.

    Por último, na USP, como notou o Xico Sá a guarda foi removida para o dia. Para quê ?

    Bom, quem tratou um pouco disto, infelizmente depois que escrevi este texto e me foi lembrado por uma aluna que participa da reocupação de blocos do CRUSP antes utilizados pela COSEAS, aponta que ela se concentraria na repressão e policiamento dos estudantes e funcionários.

    Alunos da ocupação da coseas sabem explicá-lo melhor pois tiveram acesso a documentos que mostram a utlização da guarda recentemente, e não na ditadura.

    Basicamente, as reuniões tem sido vigiadas, relatadas as assembléias, entradas e saídas na moradia estudantil a partir de um princípio que associa o estudante militante ao mesmo perigo representado por um traficante demandando o mesmo tipo de medida disciplinar e inclusive colaboração com a polícia. O site da ocupação da coseas que tinha publicado os documentos e fichas que o comprovavam foi derrubado, mas assim que voltar ao ar, ou descobrir outro link, coloco aqui como referência.

    http://macsul.wordpress.com/2010/03/23/coseas-usp-ocupada/

    Foi um exemplo infeliz o que dei naquele parágrafo, pois as técnicas de repressão, controle e vigilância, mesmo análogas, são diferentes, ainda que possam ser realizadas pelas mesmas pessoas que teriam participado de um e de outro, como a empresa de segurança EVIK fundada pelo mesmo Erasmo Dias, oficial militar responsável pela ocupação da PUC durante a ditadura ou que as regras que se utilizam para implementarem tais mudanças tenham seu embasamento nas medidas disciplinares da ditadura, que ainda não caíram. Mas elas mudam de foco e forma, por isso, também sou contra o uso destas analogias que se tornam muitas vezes meras “metáforas” que se utiliza como espantalho, lembrando de algo consensualmente ruim e que inspira as medidas atuais, mas que não é propriamente aquilo. O risco é de não se conseguir observar as medidas implementadas no presente.

    A questão é que igualmente não é para sua segurança, e sim para a segurança “institucional”, na medida em que esta instituição muda de forma implementando medidas que vão contra determinados grupos dentro dela, como alguns nos citados que são excluídos progressivamente daquilo que deveria representar a “comunidade universitária” termo que utilizei e pode ser tomado de modo equivocado, mas tento pensar a universidade a partir de sua tradição.

    Pois é com quem tento dialogar, já que a especificidade e a importância da universidade foge muitas vezes de parte da esquerda e, por outro lado, desaparece do foco daqueles que costumavam defender a ideia de ciência, a produção de bens úteis à sociedade e ao desenvolvimento de suas potencialidades que chamamos de progresso, o repúdio à violência como finalidade e ausência de controle, o diálogo, pelo embate de ideias, enfim, princípios mínimos que normalmente seriam tomadas como ideias basilares de um projeto, liberal num sentido político (e contraditório por causa disso), mas que corre o risco de se perder com o tempo por pura falta de interesse maior do que o próprio umbigo.

    Aí peço que releia o final do texto, para entender o que quis dizer que é o mais importante como saldo desta história. Não é a PM em si, mas o controle sobre a licença de poder chamá-la sem justificativa institucional, colocando tais decisões, muito importantes, na mão de uma única pessoa a partir do calor deste evento específico e que creio não ter sido coincidência.

  4. De forma geral, o texto é correto. Porém, faço dois apontamentos:

    1)Não é verdade que “a Reitoria sabia do aumento de crimes ligados a roubos de carros”. A realidade é justamente a oposta. As estatísticas da guarda universitária (http://www.usp.br/vigilancia/DOV/dovest.htm) mostram que numero de furtos de automóveis foram menores nos primeiros meses de 2011 do que em relação a 2010 ou 2008, por exemplo – 21 entre janeiro e abril de 2011, contra 27 para 2010 e 35 para 2008, para o mesmo período. O mesmo vale para outros crimes: o registro de ocorrências na USP estava caindo, e não aumentando.
    Ocorrência de roubos por exemplo, foram 18 entre janeiro e abril de 2011, contra 20 em 2010 e 19 em 2008, para o mesmo periodo.
    Me parece que o suposto aumento da violência no campus é muito mais uma fabricação midiática do que um fenômeno real. O questionamento que deve ser feito é: porque a reitoria, dispondo de dados que serviriam para desmistificar essa questão, nada fez para divulga-los?

    2)Todas as organizações da esquerda parecem considerar o fortalecimento da guarda universitária uma solução válida para a questão da segurança, e criticam a diminuição do efetivo e precarização da guarda. Creio que é preciso uma reflexão maior sobre isso. A Guarda tem uma postura agressiva e repressiva comparável a da PM. Vide as ações de espionagem da guarda contra o movimento sindical e estudantil, e o assassinato de um morador da são remo, dentro do campus, por membros da guarda, no final da década de 90, as agressões cotidianas contra homossexuais no bosque da física, etc. Pessoalmente, já fui abordado em atividades políticas dentro do campus tanto pela guarda quando pela PM, e se tivesse que escolher entre as duas, “prefiro” a abordagem da PM.
    Bom, para resumir a questão, acho que a guarda só se tornará uma solução válida a questão da violência mediante a uma transformação da estrutura de poder autoritária da USP. Defender a guarda como alternativa a PM, sem colocar essa questão claramente, é alimentar ilusões.

  5. Burns, na verdade, ao coloca

    Quando digo da Guarda, não é exatamente para promovê-la, como no comentário, cabe saber que ela foi mudada para o dia, para que fizesse essa função de repressão de estudantes e funcionários.
    O que cabe destacar é que havia um leque de opções repressivas ou de manutenção da ordem, como as que vinham sendo adotadas pelos gestores da segurança da USP, então, porquê decidiu-se nessa brusca campanha em prol da PM, se ela já atuava e se a guarda já tem apresentado papel repressivo ?
    Ora a guarda, tal qual, sob a direção que tem apresentado, como no começo do artigo, mudou de diretriz, isso é parte do assunto. Samuel não morreu abandonado à toa. A vida dos cruspianos não mudou por acaso dentro desta série de decisões, à toa, há uma série de decisões e políticas implementadas a que nós não temos acesso, senão indiretamente, através das ocorrências.
    Mas uma guarda universitária que atuasse como proteção das pessoas e cumprindo as funções de segurança que não são diretamente repressão e vigilância política são possíveis, mas não é o que encontramos na maioria dos locais, mas é realidade em alguns dos últimos postos que possuem seguranças funcionários que sabem quem são os estudantes e que não são imediatamente subordinados à segurança geral da USP, mas que estão em extinção. E justamente como colocou, porque todas as decisões políticas tem sido no sentido contrário aos interesses dos estudantes, professores e funcionários.
    O problema principal nesse caso é entender essa mudança da atuação brusca da guarda e o aumento da importância de uma força policial militarizada, subordinada ao governo do estado, mas também à instituição militar e, em nosso caso, que agora se pode acionar livremente pelo reitor, sem prestar contas sequer ao conselho universitário.
    No entanto o fato das ocorrências numéricas não invalida a parte da exposição de setores, que se tornaram mais vulneráveis, reiteradamente, porque questões estruturais lá ocorrem: numa faculdade, ao lado de um banco, num local escuro, de circulação restrita, enquanto vários outros setores possuem vigilância eletrônica e audiovisual, mas justamente por outras questões e presença de vigilantes.
    Esperava-se, aparentemente, uma ocorrência dessa que, aliás era seguidamente alvo de jornalistas e, curiosamente, um dia após o ocorrido, aparece todo um novo plano de segurança, depois de passado um ano após o plano anterior que não foi implementado, ali, prontinho pra assinar. Muito curioso. E ainda mais dizendo-se que contava com a aprovação da comunidade universitária.
    Porquê os dados foram usados como campanha pela utilização da PM contra outros mecanismos já utlizados favoravelmente à reitoria ?
    Bom, inicialmente, a partir daí, por exemplo, não sabemos quando se poderá dar uma reintegração de posse, ou uma operação realizada pela PM sem que nós saibamos, ou mesmo uma ocorrência política pode ser imediatamente reprimida sem qualquer consideração por esta questão formal que até então ocorria em um meio tempo em que a reitoria simulava um diálogo com partes com as quais estava em conflito.
    Agora o porrete pode vir a galope, e, estranhamente, pela declaração da PM, ela não estava afinada com este plano até então, senão não denunciaria o blefe de que a PM não estava já atuando na USP e que, só serve para quem está fora e não viu as blitz constantes na USP
    Ainda há muitas coisas que não sabemos sobre o quão fundo isso vai….

  6. Bom texto.

    A meu ver, a USP está dentro da cidade de Sâo Paulo – uma das mais desiguais e violentas de todo o mundo – não num mundo fantástico, sendo assim, é de se esperar que esta violência salte os muros da cidade universitária.
    Não há solução para a violência na USP, assim como não há solução para a violência de São Paulo, senão o fim do capital e do Estado – ao menos é assim que entendo.

    Não me alongarei.
    Abraço

  7. O engraçado que nos comentários existem muitas citações da violência cotidiana e ba bla bla,mas a grande maioria nunca viu uma periferia de perto,falar é fácil bem fácil.

    Morei a minha vida toda na periferia nunca fui agredido pela policia,como dar flores para quem te recebe com balas? Existem excessos sim existem,mas hoje em dia eles estão diminuindo cada vez mais. O que me indigna é que a USP é uma universidade pública aonde o pobre não tem vez,é um bando de burguês fumando maconha na FFLCH e que estão incomodados com a presença da PM, poxa não são tão bons fumem na frente dos seus pais assumam para a sociedade mas depois não me venham com discursos hipócritas sobre uma sociedade melhor! O muleque la da favela que passa a droga para o estudante nunca vai mudar de vida não,se ele for pego vão ser 10,15 anos de prisão agora o estudante só vai levar uma bronquinha né!

    Nenhum de vocês passou pela ditadura,dai ficam com discursos que não devem isso ou aquilo,se a área da universidade é pública a mesma deve ser encarada pelas autoridades com a mesma responsabilidade que as outras regiões do outro lado do muro.

    A universidade é para trazer conhecimento e não para fazer festas,se vocês perguntarem nas ruas para a população o que ela realmente acha ficariam com o rabo entre as pernas,podem ter a absoluta certeza que o povo votaria a favor do fechamento da universidade após o horário das aulas,com o esvaziamento total do campus! Ah mas ai tem o Crusp, depois da aula não tem que ficar deitado no gramado batendo papo é casa e cama.

    Os cidadãos que são aqueles que cumprem com o pagamento de milhares de impostos que sustentam toda a estrutura do ESTADO,estão ficando cansados de protestos disso ou marchas daquilo é bom as senhoras e os senhores que não pagam um centavo para estudar pararem de pensar nos erros do passado e colocarem o pé no chão.

  8. É Tiago… essa é a verdadeira visão que a populãção tem da USP… Só vcs que estão ai dentro que não sabem… Em que mundo a parte vocês vivem??

  9. Sabe o que deveria ser feito, já que os estudantes(os errados, lógico, ou os manipulados – a maioria)estão contra PM e a guarda, retirar a segurança, da PM e guarda Universitária. Deveriam deixar que os estudantes fizessem qualquer coisa lá dentro, sem intervenções. Tenho certeza que esses mesmos que tanto reclamam da atuação da polícia, em menos de 1 mês, estariam pedindo pelo retorno da PM.

  10. Sim, você acha que no caso do estudante da FEA ele foi morto pela guarda ou deixado morrer para ser implementada a política de segurança que culmina nos eventos de hoje ? Acho que não.
    Acredito, pelo que foi acariado depois que foi uma reação a um assalto. Nem acho que foi planejado pelos que o mataram, como foi investigado depois pela justiça.
    Mas do incidente, num campo previsível, se aproveita para gerar uma política que de conta de todo um campo de controle político que se justifica em nome do fim das condições que tornariam possível um dado fenômeno. E isto do ponto de vista ideológico, conforme capitalizado politicamente pelos gestores.
    Esta pra mim é a essência da ideia da doutrina do choque, e do paralelo que acredito acontecer com a poĺítica na USP, como em outros locais.

  11. Thiago, periferia tem de favela a condomínio de luxo. Moro nos fundos da Zona Norte e garanto pra você que o que eu já vi a PM fazendo nas madrugadas eu não quero pra mim e nem pra USP. Metralhadora e escopeta não combinam com livros. Teoricamente, um lugar de produção de conhecimento teria de encontrar um solução mais inteligente pra sua própria segurança do que recorrer ao imediatismo do senso comum ao convocar a polícia.

  12. Bom, em primeiro lugar os impostos que sustentam a universidade vem do ICMS e, contraditoriamente, são maiores em cigarro e bebidas, logo, se consomem mais cigarro e bebidas sustentam mais do que outros os encargos da Universidade. Não queria que fosse assim contraditório, mas é.

    O mesmo que acontece com estudantes ali, acontece com moradores da favela ao lado, pois eles são os primeiros atacados. Depois que escrevi este texto uma série de fatos ocorreu: Inaugurou-se o metrô Butantã e, para chegar à ele, os moradores da favela utilizavam o circular para facilitar o trajeto até o portão 1, economizando dinheiro da passagem. Foram os primeiros a serem reprimidos após a liberalização da polícia no campus, sendo indiscriminadamente reprimidos nos circulares.

    Depois começaram as batidas nas faculdades. O consumo de alcool e entorpecentes é comum em vários lugares, especialmente nos lugares em que as pessoas trabalham sob estresse. A universidade é um deles, como várias instâncias de trabalho com seus respectivos usos de entorpecentes. Mesmo os psiquátricos para melhora da atenção, a princípio legais e outros como no resto da sociedade e, inclusive na periferia, na redação dos jornais que agora condenam os estudantes, etc etc. Festas acontecem sempre, em toda a parte, não ? Alguns preferem as evangélicas, outros são obrigados às de trabalho, enfim, não acho que seja uma coisa tão transtornante. Mas o que ocorreu na FFLCH no dia da repressão recente ?
    Simplesmente fecharam revistaram todas as pessoas saindo so prédios, tomando a todos como suspeitos numa operação similar à operação saturação realizadas nas periferias. Acho isso errado nas periferias e acho errado na USP. Objetos são furtados pelos policiais, pessoas são molestadas e ameaçadas numa operaçòa de terror. Como disse o Rafael, isso não deve acontecer em nenhum lugar, inclusive na perife, onde também moro.
    Terceiro o que fazem estes jovens. Bom, aqueles pegos pela polícia, por exemplo, estavam relaxando, antes de afzer um trabalho de campo, isto é, aqueles jovens trabalham e estudam durante a semana com grade cheia e aos fins de semana tem trabalhos de campo. Não é qualquer coisa e é uma rotina difícil, chamá-los de vagabundo é uma coisa muito temerária, ainda mais considerando que se tornarão professores, como alguns do grupo já são.
    E muitos começam como professor eventual e de cursinho popular. Você tem ideia o que é ser professor eventual de escola pública ? E quem estuda lá, são os filhos da elite ? E das faculdades particulares, sabia que os professores de lá vem em geral dos lugares que formam mais doutores e mestres de universidade públicas ?
    Os problemas daquele lugar são outros, o que fazem com o que estudam e agora, soma-se ao da polícia.

  13. “O consumo de alcool e entorpecentes é comum em vários lugares, especialmente nos lugares em que as pessoas trabalham sob estresse.. aqueles pegos pela polícia, por exemplo, estavam relaxando, antes de afzer um trabalho de campo.”

    Vc tá de brincadeira, né amigo.

    O consumo de drogas não deveria ser comum em lugar nenhum. Não se justifica, ainda mais com uma desculpa dessas de vagabundo. Seria melhor vc dizer que eles estavam fumando maconha por fins medicinais.

    Ficaria mais bonito.

  14. Você está equivocado, eu não sou seu amigo. O consumo de drogas remonta, de modo garantido, a 5000 antes de Cristo. Comum entre policiais, operadores da bolsa, etc.
    Não sei se a erradicação de seu consumo seria um objetivo desejável, e nem sei se possível, em parte alguma deste planeta. Trabalhei numa multinacional, por exemplo, quem distribui drogas ali era o staff executivo. Operadores da Bolsa, por exemplo, idem.
    Mas em certos lugares o uso não é recreativo e é negativo e favorável à produção, sendo induzido pelos patrões para melhorar a produção, por exemplo, os usineiros e caminhoneiros : http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5360490-EI306,00-SP+usineiros+incentivam+crack+para+cortadores+trabalharem+h.html
    Por exemplo, os policiais em geral, ciosos do fato de que é recorrente o consumo entre os policiais, lutaram contra o exame anti-doping, só conseguindo que se realizasse de modo voluntário e sob sigilo.

  15. Como complemento ao comentário do Douglas, o Washington Post de quinta-feira, 27, trouxe uma reportagem sobre o desenvolvimento de alimentos “melhorados” nos laboratórios de pesquisa do exército dos EUA. Já existe purê de maçã “turbinado” e carne seca com cafeína para manter os soldados ligadões: http://www.washingtonpost.com/local/caffeinated-jerky-and-zapplesauce-adding-kick-to-the-militarys-tough-to-swallow-mre/2011/10/27/gIQAtI9aTM_story.html
    Além do consumo de drogas ser comum, o desenvolvimento de novas substâncias é acelerado e atinge os píncaros da sofisticação.

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