Carta aberta a População – Sob ataque violento da GCM com adultos, crianças e gestantes

A Comunidade do Moinho ante o descaso humano do poder público municipal para o diálogo civilizado na construção de um projeto concreto de moradia, trabalho, educação e meio ambiente, vem a público manifestar-se para impedir distorções das informações.

Nossa Comunidade conhecida como a Favela do Moinho, em 2006 era compostas por 576 famílias, hoje perdemos a conta; estima-se mais de mil famílias que se juntaram a comunidade por despejos, desocupações, incêndios que ocorreram em diversas áreas da cidade, “acidentes” ou por higienização.

A Comunidade do Moinho originalmente formada por carroceiros catadores de materiais recicláveis que coletam na cidade uma média de 200 toneladas de material, sem apoio de nenhuma esfera do poder público, pelo contrário, as carroças têm sido confiscadas e os depósitos que compram materiais reciclados fechados pelo município.

O projeto que desejamos é continuar trabalhando pela cidade e meio ambiente. Não podemos ir para longe do centro onde atuamos há mais de 10 anos e nossos filhos estudam. E aqui queremos nos fortalecer criando um sistema de reciclagem organizado que gere mais emprego e renda diminuindo a vulnerabilidade dos jovens a criminalidade urbana. Além disso, construímos alianças com projetos culturais que visam à ampliação de oportunidades aos nossos jovens.

Em 27/12/2011 sob ataques violentos da GCM – Guarda Civil Metropolitana, lançamos este documento. E aqui publicamente solicitamos pela 5ª vez uma audiência com o Secretário de Habitação Municipal que não nos atende nem com solicitação de Sua Excelência Senador Eduardo Matarazzo Suplicy, para ouvir um projeto digno de vida nesta cidade.
O Bolsa Aluguel de R$ 300,00 por mês é um paliativo talvez necessário que não aceitaremos como solução definitiva. Apenas como a primeira fase de um sério programa de moradia, onde possamos garantir um presente digno e um futuro melhor para nossas famílias (e por que não para todos) que querem um cidade mais limpa, organizada e sintonizada com os modelos de sustentabilidade, que os carroceiros daqui fazem a anos mesmo sem conhecer a palavra “sustentabilidade”.

Por isso pedimos mais educação e oportunidade! Mais diálogo e respeito pela nossa perspectiva de futuro e menos arrogância.

Comunidade da Favela Do Moinho

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