Por Nadav Shragai

Cerca de 1.700 dunams de terreno [1,5 quilómetro quadrado] na zona norte de Efrat foram declarados terreno do Estado na semana passada, o que abre caminho para esse colonato da Cisjordânia conseguir a autorização do governo para construir.

A Administração Civil emitiu a declaração após ter rejeitado oito recursos dos palestinianos contra essa medida. Um nono recurso foi aceite, e os terrenos abrangidos por este recurso foram, por isso, retirados da jurisdição de Efrat.

No entanto, a construção ainda terá de esperar. Primeiro, a Administração Civil terá de atribuir formalmente os terrenos ao Ministério da Habitação, o que, segundo as novas regras adoptadas pelo governo de Ehud Olmert, só poderá ser feito com autorização do primeiro-ministro e do ministro da Defesa.

Depois disso, o Ministério da Habitação terá de autorizar o conselho local de Efrat a iniciar o processo de planeamento [planejamento], geralmente demorado porque envolve autorizações de diversos organismos oficiais. Só então poderão começar os trabalhos de construção de cerca de 2.500 fogos no subúrbio de Givat Ha’eytam.

Dado que o resultado das [recentes] eleições faz prever que o próximo governo será ainda mais à direita que o anterior, Efrat tenciona esperar que o novo governo tome posse para apresentar o seu pedido.

Efrat, com cerca de 9.000 habitantes, é o maior colonato da zona colonizada de Gush Etzion, e Givat Ha’eytam é a última das sete colinas sob jurisdição da cidade que faltava urbanizar. Embora seja, dessas colinas, a que está mais próxima de Jerusalém, Ha’eytam fica do lado de fora do traçado previsto do muro de separação [o “muro da vergonha”] que, nesta área, ainda não foi construído.

Gush Etzion é uma das zonas de colonização que todos os governos israelitas têm afirmado querer preservar no contexto de um qualquer acordo final com os palestinianos.

Nadav Shragai, jornal Ha’aretz, Jerusalém

(*) Comentário prévio de Alan Stoleroff, do Comité Palestina, em Lisboa.

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