A greve acabou

A luta segue!

Após quarenta e dois dias de greve com ocupação, a Assembléia Geral dos Estudantes da FFC-UNESP\Marília, realizada dia 07 de julho, deliberou pelo fim do movimento no dia seguinte, 08 de julho.

A greve que se deu este ano na FFC foi exemplar: greve política, contra os planos dos governos e reitorias para a educação pública. Iniciamos nosso movimento antes de qualquer outro grupamento estudantil ou docente. Demos, deste modo, vazão à voz dos estudantes, sempre reprimida pela burocracia acadêmica, pelos professores e governos todos.

A UNESP não respondeu aos ataques com a força devida e esperada. Ainda que muito trabalhadores tenham decidido pela greve, poucos foram os estudantes e professores que optaram pelo mesmo caminho, salientando, assim, a diferença entre os campi. Marília foi um dos poucos lugares aonde os três setores entraram em greve, e um dos últimos lugares do estado a debandar desta forma de luta, dado o isolamento, tanto na UNESP quanto na USP e UNICAMP.

Mas a UNESP mostrou-se particularmente apática nestes dias. Funcionários de muitos campi aderiram à luta. Poucos estudantes e poucos professores, no entanto. Ou seja, muito embora, Marília estivesse bastante mobilizada, o resto da UNESP não a seguiu, à exceção dos professores e estudantes de Assis e dos estudantes de Geografia da UNESP-Rio Claro.

Diante disto, cabe aos estudantes da UNESP-Marília e ao DCE da UNESP lembrar, em poucas linhas, que os ataques são bastante graves. O PDI, Plano de Desenvolvimento Institucional, vincula diretamente a UNESP aos interesses do grande capital nacional e internacional, descaracterizando-a enquanto universidade pública. A UNIVESP nada mais é senão a semente da distanciação e descompromisso do estado para com a educação pública; compreendermos ser este o projeto do governo do Estado e das reitorias. Não isto bastando, o fato da repressão, advinda da falta de democracia: dirigentes sindicais demitidos e presos, estudantes sindicados e expulsos, professores ameaçados de morte.

Como não vimos a queda dos ataques, cabe-nos pensar em como nos organizaremos para o próximo semestre. É praticamente consenso que faltou força aos três setores neste ano. Do mesmo modo, é praticamente consenso que a luta deve seguir segundo semestre adentro. Os ataques são graves demais para que deixemos que sigam impunes.

Estamos a pensar no futuro das universidades públicas paulistas. O governo quer torná-las departamento de pesquisa de bancos. Nós queremos que ela se torne pública até o fim, ao pesquisar as demandas da maior parte da população, que financia a universidade.

Disto, conclamamos os campi à luta no segundo semestre. A UNESP-Marília bem pode mobilizar-se à vontade, sozinha; ainda que a luta seja a mais radical, isolados, nós pouco e pouco faremos; necessitamos do apoio dos outros campi para que nos fortaleçamos enquanto UNESP.

Necessitamos nos unificar. A reitoria é uma só. O governo não é esquizofrênico, mas bem lúcido e homogêneo.

Ou fazemos o mesmo, ou nosso destino desde já está dado, e a luta configura-se mera pirotecnia.

Queremos o contrário. Desejamos que nossas posições triunfem e que a burocracia tenha de submeter-se à maioria dos estudantes e dos trabalhadores. Nós somos aqueles que mantêm a universidade:  queremos controlá-la e configurá-la!

Não há outro modo de nos impormos que não seja a radicalização: as greves e as ocupações. Qualquer coisa menor que isto soar-nos-á como insuficiente; qualquer coisa acima, como insustentável neste momento.

É isto que propomos aos campi; por ser isto que nos acabamos de fazer em Marília.

Eis o que esperamos para o segundo semestre. Eis o que precisamos.

Que a UNESP mostre sua força e derrube os ataques.

Que os estudantes se unam e imponham uma universidade popular e democrática.

Que a universidade seja, de fato pública, em pesquisar os problemas da população.

Marília, 07 de julho de 2009, QG (sala 48 ocupada)

Assembléia Geral dos Estudantes da FFC-UNESP\Marília

Visite o blog da nossa greve com ocupação parcialmente vitoriosa e finda (atualizamos sempre que temos o que atualizar).

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