Segundo o periódico Daily Express, o governo inglês colocará sob monitoramento cerca de 2 mil famílias em seu projeto de Intervenção Familiar. Essas famílias serão vigiadas 24 horas por câmeras colocadas em suas casas para saber se seus filhos estão frequentando o colégio, se estão dormindo no horário correto e se se alimentam direito. Haverá também rondas de seguranças para combater o uso de drogas e álcool. Inicialmente o projeto intervirá em duas mil famílias e, segundo o Secretário de Estado para as Crianças, Escolas e Famílias, Ed Balls, o projeto planeja atingir mais de 20 mil famílias nos próximos dois anos e terá um custo aproximado de £400 milhões. Primeiramente a justificativa para o monitoramento em massa era o terrorismo, agora são famílias com mau comportamento. Sem dúvida nenhuma esse será o maior investimento num “reality show” – com dramas totalmente reais! Não percam esse novo capítulo de “O inimigo mora em casa”, a novela do governo inglês! Vejam também em “As paredes que falam” o programa inglês para combater o terrorismo juvenil. Passa Palavra
è com um extremo desconforto que leio esta noticia. Talvez a palavra não seja desconforto de qualquer grau, e sim terror. Sim. É com terror que ouço essa noticia que diferente de outras tantas, vindas de reinos outros, me parece que essa não diz apenas ao povo inglês, em ennhuma perspectiva, e mesmo que dissese, mas não diz. Essa noticia me parece assombrosamente uma quebra de paradgma que leva o estado à condição de tutor da vida privada, anulando a perspectiva existencial de liberdade individual. Isso pode nos parecer pouco em vistas de uma era de encrudecimento dos conflitos entre povos oprimidos e opressores e isso pode parecer justificavel como tática de conflito, para a opinião pública por interesse da mídia influente Porém, todo nosso sistema de valores e princípios como dignidade, privacidade, autonomia não estã simplismente ameaçados, mas atropelados e desconsiderados. Não se pode aceitar esse paradigma na Inglaterra ou em qualquer lugar do mundo, em que pese as liberdades individuais dos povos, das ditas nações, o Estado não pode invadir a vida privada do cidadão, seja ela migrante, radicado, turista ou patrício. É absolutamente inaceitavel que isso seja tolerado, isso põe em risco toda estrutura social no sentido do encrudecimento total das relações de opressão.