Dois mortos em virtude da brutal repressão

O presidente do Comité de Defesa dos Direitos Humanos nas Honduras (CODEH), Andrés Pavón, prestou informações através da Rádio Globo às 8h. 45 da manhã de hoje, terça-feira, 22 de Setembro de 2009, minutos antes de chegar à Embaixada do Brasil, onde ia verificar como se encontrava o mandatário Manuel Zelaya Rosales e as pessoas que o acompanham, que estão encerrados no interior dessa Embaixada. Entretanto já havia notícia de duas pessoas mortas, mais de 30 feridos e centenas de presos, devido à repressão brutal de que foram alvo hoje de madrugada os e as manifestantes da resistência, frente à Embaixada do Brasil.

O defensor dos direitos humanos no nosso país apelou para que os defensores dos direitos humanos nacionais e internacionais venham urgentemente às Honduras ver e verificar as constantes violações dos direitos humanos de que são vítima os nossos compatriotas, para que actuem consoante a lei.

Por outro lado, há a informação de que o estádio Chochi Sosa, situado no bairro Vila Olímpica, na capital, está sendo usado pela polícia como lugar de detenção para centenas de membros da resistência. Ainda não se sabe exactamente o número dos detidos e muito menos dos desaparecidos, em virtude deste novo e brutal atentado criminoso contra o povo hondurenho, que está a defender os seus direitos.

Esdras Amado López, jornalista do Canal 36, que neste momento está a funcionar apenas em áudio, informou que o exército hondurenho tomou de assalto as instalações da Empresa Nacional de Energia Eléctrica (ENEE), e por isso muitas comunidades e muitos municípios estão sem electricidade nem água potável. É assim que este regime militar mantém submissa toda uma população indefesa.

Os abusos praticados pela polícia são incríveis. Muitos cidadãos estã a denunciar através da Rádio Globo que a perseguição chegou a tal ponto que a polícia não está só a prender as pessoas junto à Embaixada, porque a maior parte delas já dispersou. Agora a polícia está a dirigir-se a bairros da capital, principalmente onde moram professores e membros da resistência, para os prender. Soube-se há pouco que detiveram a Avó da Resistência, Dona Dionisia Díaz, uma anciã de 75 anos que desde há 86 dias tem apoiado e acompanhado incansavelmente as diversas actividades da resistência. Sem qualquer respeito pela sua condição de anciã, violaram os seus direitos, ameaçaram-na e levaram-na presa, ignora-se para onde.

Sabe-se que uma das pessoas falecidas era um funcionário do Instituto Nacional Agrário (INA), mas ainda se desconhece quem é o outro morto. Segundo relatos de cidadãos hondurenhos, a polícia está a tirar muitos feridos dos hospitais públicos e não se sabe para onde os leva.

As comunicações estabelecem-se com dificuldade, porque os poucos órgãos de informação que dão informações à população são a todo o instante tirados do ar.

As palavras de ordem da resistência são Pátria, Restituição ou Morte.

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