Militantes políticos, moradores de periferias, parentes de vítimas da violência estatal e intelectuais refletem sobre o recrudescimento da repressão – estatal e privada – sobre a população pobre e o ataque aos movimentos sociais, em tempos de democracia.

Assista aqui a gravação do debate.

(Por uma série de problemas técnicos, algumas partes do debate não puderam ser gravadas, motivo pelo qual pedimos desculpas aos nossos visitantes)

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Parte 4

Parte 5

Debatedores:

Gilmar Mauro (MST-SP)

Débora Silva (Mães de Maio)

Leo Vinicius (Comitê de Solidariedade a Cesare Battisti)

João Bernardo (Escritor)

Paulo Arantes (Professor)

Tharcus Aguilar (Federação Anarquista Gaúcha)

Maurício Campos (Rede Contra Violência-RJ)

Transmitido e gravado diretamente do Galpão do Folias: Rua Ana Cintra, 213 – Centro – São Paulo/SP.

 

29 COMENTÁRIOS

  1. Cesare Battisti está sem se alimentar há uma semana!

    Não se trata de greve de fome especificamente como decisao politica. Mas de depressao profunda com o desenrolar das coisas.

    Temos que apoiá-lo nesse momento crucial! É momento de agir! Temos uma série de mobilizações para a semana que vem, participem!

  2. Gostaria de lembrar que nas lutas em Oaxaca, México, os trabalhadores utilizaram os telefones celulares e os computadores, para avança na organização da Comuna de Oaxaca. As mulheres ocuparam a Tv-Azteca e mais de 8 rádios que foram usados na luta das professoras, professores, capesinos, classe obreira, donas de casa, estudantes.
    Saludos, Felipe Luiz Gomes e Silva

  3. Uma questão polêmica para os debatedores:

    Qual a posição de vocês em relação às mobilizações de policiais de baixa patente, como é o caso da luta da Associação dos Praças de Santa Catarina (APRASC), que além de travar uma luta por melhores salários e condições de trabalho também luta pela desmilitarização da corporação e discute um outro modelo de polícia, voltado para a garantia da segurança pública e não mais para a garantia da propriedade e do status quo?

    É possível democratizar a instituição policial? Qual deve ser a posição da esquerda em relação a esses policiais em luta?

  4. Para as mães de maio.

    O desemprego entre a juventude até 24 anos é de quase 70%. Essa mesma juventude forma o grosso dos índices de violência e o grosso da população carcerária. Diante da brutalidade que exclui a juventude, a criminaliza, encarcera e depois tortura, quais as possibilidades de que uma união entre mães de encarcerados forme um canal de pressão pela melhoria das condições de vida dos presos?

  5. Gostaria que os convidados comentassem como cada um tem visto o tratamento do governo Lula com relação aos movimentos sociais.

    Obrigado.

  6. Olá,

    Parabens pela transmissão…

    Pergunta: Para o escritor João Bernardo, 2009 é 1984?

    Abraços!

  7. Olá pessoal, baseado na fala da Dona Débora, podemos pensar uma forma (de rede) comunitária baseada em laços afetivos mais amplos(como no caso de familiares e amigos) para inibir (deslegitimar)a repressão aos movimentos sociais?

  8. penso que a primeira coisa que um policial “de esquerda” deve fazer é… buscar imediatamente uma outra forma de ganhar a vida. apenas minha opinião.

    ótimo debate! ótima iniciativa!

    ::

  9. Olá a todxs,

    Parabens pela iniciativa de transmitir o evento, bem legal p/ quem não pode comparecer pessoalmente.

    Estamos conectadxs…

    Ps:Abraço Ligeiro!

  10. ola gostaria de ver e escutar o mano da federação anarkista de porto alegre flr sobre a ação da policia federal na sua sede!!!! vina! @ken okupa preukup@

  11. Em 2008, um evento de hip-hop na favela da Providência organizado por militantes proximos ao movimento dos sem-teto recebeu veto da policia, alegando sob a alegação de falta de segurança. Para forçar a interrupção do evento, a propria policia forjou uma troca de tiros contra os traficantes, baleando uma das participantes. O debatedor Mauricio Campos tem conhecimento do ocorrido. Eu gostaria de comentar que a atual politica de segurança praticada nas areas segregadas representa, hoje, uma estratégia consciente do Estado para obstaculizar a vinculação orgânica dos movimentos sociais junto as massas.

  12. Qual o desafio de unificação das lutas contra a repressão, pilar do sistema de exploração capitalista, em uma situação de total massificação dos meios de comunicação através do insistente emburrecimento e alienação, projetos também de controle ideológico, tão agressivo ás vezes como as abordagens policiais.

    O que podemos fazer diante da aliança entre a repressão direta e a repressão ideológica?
    Já que xs lutadorxs sociais enfrentam além da repressão direta, o terreno árido da consciência conservadora que muito predomina na sociedade.

  13. o que falta pra periferia e favelas explodirem diante de tanta exploração e humilhacao!? até onde isso vai…!?

  14. Parece que o site da FAG foi retirado do ar (caso que a Polícia Civil havia ameaçado). Por favor, confirmem e caso proceda a informação deem difusão.

  15. O estado, além de principalmente ser aparato repressivo, é também as instituições políticas garantidoras e legitimadoras da repressão e os aparatos ideológicos.
    Pergunto ao Gilmar Mauro: você não acha que o fato da maioria da esquerda brasileira se organizar principalmente ou exclusivamente para fins eleitorais não acaba contribuindo fortemente para afastar da consciência social a necessidade de se colocar lutas por uma nova sociabilidade, superadoras do estado de classe?

  16. Paulo Arantes. O capitalismo preza o desenvolvimento máximo das forças produtivas e isso faz surgir e desenvolver as forças destrutivas — a relação entre polícia e narcotráfico é um exemplo. Ou seja, a barbárie está no cerne do próprio modelo em que essa civilização se organiza? Os bárbaros são os civilizados?

  17. Pra concluir, comecemos agora uma campanha nacional contra a rede globo de tv e suas cópias mais ou menos escrotizadas, juntamente com uma campanha social de repúdio à polícia assassina de trabalhadorxs, desempregadxs, pobres e negrxs desse país.

    Que venhamos todxs a dizer o que nós pensamos desse monopólio da elite, monopólio das nossas vidas, das nossas consciências; e da polícia, da justiça e do latifúndio, lacaias desse poder.

    Tá ai o desafio.

  18. Gostaria de pedir para o mauricio explicar melhor essa denuncia do governo ter combinado com o narcotrafico a protecao das obras do PAC

  19. Gostaria de perguntar ao prof Joao Bernardo como o tema Capitalismo, Estado e Repressão pode ser articulado a questão da formação da criança e da juventude hoje.

  20. Vejo que muitos de vcs tem perguntado sobre o encarceramento da juventude e a consequente vitimização do estado policial. como vcs avaliam a promulgação do ECA como dispositivo de garantia da inimputabilidade nos estados? Pesquiso em Brasilia (a ausencia) do tratamento institucional sobre a violencia policial contra os adolescentes. Gostaria de saber se sabem de mais pesquisas neste sentido, considerando o tramite institucional, já que avalio uma ausencia absoluta de dados oficiais sobre violencia policial perpetrada contra a juventude, principalmente levando em consideraçao a categoria raça.

  21. outra pergunta, como vcs avaliam a espetacularização da queda do helicoptero por armas anti-aereas? Na perspectiva de vcs, há um interesse constitutivo de criar um panico social para justificar a entrada da policia na favela durante o atual processo de “limpeza” necessaria para a entrada de capital estrangeiro vinculado a copa?
    como vcs avaliam os picos de intencificação de entrada do capital estrangeiro no brasil e o aumento da letalidade policial?

  22. Car@s,
    Muitas das questões não puderam ser respondidas, mas esperamos que o debate prossiga no site e fora dele.
    Saudações,
    Passa Palavra

  23. Salve!

    Parabéns a galera do passapalavra pela organizacao do debate e pela transmisao por internet.

    Assitimos aqui desde o Centro de Formacao do MST em Ribeirao Preto!

    Assim como o Mark Davis no livro Planeta Favela, o pesquisador e jornalista uruguaio Raul Zibechi desenvolve um analise sobre a combinacao de mecanismos asistenciais com a contencao e repressao militarpolicial, aos movimentos e populacoes pobres…

    a estrategia é básicamente a mesma, e nao só isso, as proprias elites consideran as proprias periferias, os cenários geopoliticos decisivos!

    O texto está em espanhol, mas poderiamos disponibilizá-lo en PDF para os leitors de passapalavra… cortesia de bajo tierra ediciones y jovenes en resistencia alternativa

    Grande abraco!

  24. Camaradas! Um absurdo que o site da FAG foi tirado do ar. Vocês ainda estão com a posse do domínio? Vamos por isso novamente no ar, mesmo sem conteúdo, apenas para denunciar. Abraços solidários!!

  25. Caro Ricardo Martins,
    Não tive oportunidade de responder durante o debate à sua questão de «como o tema Capitalismo, Estado e Repressão pode ser articulado a questão da formação da criança e da juventude hoje». Também não vou ter oportunidade de lhe responder agora, porque seria necessário um texto muito longo. Em meia dúzia de linhas, creio que só através de uma luta política de base e da acção cultural alternativa nas escolas e nos bairros se pode despertar os jovens para uma acção contra a autoridade estatal que não seja a mera violência individual ou o retirar-se para dentro de si próprio. Não creio que os programas pedagógicos no sistema escolar oficial, por melhores que sejam as intenções dos professores, tenham efeitos libertadores duráveis.

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