Jamal Juma, coordenador da campanha Stop The Wall [Acabem com o Muro] foi preso pelas autoridades israelitas em 16 de Dezembro. Esta recente prisão é mais uma escalada no ataque de Israel contra os defensores dos direitos humanos na Palestina. Por StopTheWall.org [*]

A segurança de Israel começou por convocar Juma para interrogatório à meia-noite de 15 de dezembro. Horas depois, trouxeram-no de volta à sua casa. Juma foi mantido algemado enquanto os soldados revistaram a sua casa durante duas horas, enquanto a esposa e os três filhos pequenos observavam impotentes. As palavras de despedida dos soldados foram dirigidas à sua mulher: que só voltaria a ver o marido quando houvesse uma troca de prisioneiros. Desde então, Juma tem estado preso, e proibido de falar com um advogado ou com a família, sem nenhuma explicação para a sua prisão.

juma3Jamal, de 47 anos, nasceu em Jerusalém e dedicou a sua vida à defesa dos direitos humanos dos palestinianos. O foco principal de seu trabalho é a capacitação das comunidades locais para defenderem os seus direitos humanos em face de violações provocadas pela ocupação. Ele é um membro fundador de várias ONGs palestinianas e redes da sociedade civil. Juma é coordenador da Palestina Grassroots Anti-Apartheid Wall Campaign desde 2002. É muito respeitado pelo seu trabalho e foi convidado para numerosas conferências de associações e da ONU. Os seus artigos e entrevistas são amplamente divulgados e sua obra foi traduzida em várias línguas. Sendo uma personalidade de grande visibilidade, Juma nunca tentou esconder ou disfarçar as suas atividades.

O Muro do Apartheid anexa e destrói grandes quantidades de terras palestinianas.
O Muro do Apartheid anexa e destrói grandes quantidades de terras palestinianas.

Jamal Juma é o preso de mais alto escalão no quadro de uma campanha de intensificação da repressão da mobilização popular contra o muro e os colonatos. Tendo começado por prender apenas ativistas locais das aldeias afectadas pela parede, as autoridades israelitas reorientaram-se recentemente para a detenção de defensores dos direitos humanos internacionalmente conhecidos, como Mohammad Othman e Abu Abdallah Rahmeh. Mohammad, um outro membro da campanha Stop the Wall, foi preso há quase três meses, no regresso de uma digressão de palestras na Noruega. Após dois meses de interrogatório, as autoridades israelitas ainda não conseguiram encontrar provas para acusar Mohammad e, por isso, emitiram uma ordem de detenção administrativa, de modo a evitar a sua libertação. Abdallah Abu Rahma, uma figura importante na luta não violenta contra o muro em Bil’in, foi levado de sua casa por soldados encapuzados no meio da noite, uma semana antes de Jamal ter sido preso.

Com estas detenções, Israel pretende quebrar a sociedade civil palestiniana e sua influência na tomada de decisões políticas a nível nacional e internacional. Este processo claramente criminaliza o trabalho dos defensores dos direitos humanos palestinos e a desobediência civil palestiniana.

Logotipo da campanha Stop The Wall (Acabem com o Muro).
Logotipo da campanha Stop The Wall (Acabem com o Muro).

É crucial que a sociedade civil internacional se oponha às tentativas israelitas de criminalizar defensores de direitos humanos que lutam contra o muro. A política de Israel de atacar os organizadores que apelam à responsabilização de Israel é um desafio directo às decisões dos governos e organismos mundiais como o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) para responsabilizar Israel pelas violações do direito internacional. Este desafio não deve ficar sem resposta.

[*] Original em stopthewall.org, traduzido do inglês por Passa Palavra

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