Cine Bijou: «Estado de Sítio» de Costa Gravas e «Rosa Vermelha» de Dulce Muniz

CINE BIJOU – Cinema e Memória

ESTRÉIA SÁBADO (24/07/2010), às 14hs no Teatro Studio 184

(Pça Roosevelt, 184 – antiga Sala Sérgio Cardoso do CINE BIJOU)

O Cine Bijou, para quem não o conheceu, foi um dos mais importantes cinemas da cidade de São Paulo. Ficava na Praça Roosevelt e, durante quase todo o período da Ditadura Civil-Militar Brasileira (1964-1989) cumpriu um inesquecível papel de resistência simbólica e artística: ali foram exibidos inúmeros filmes críticos e independentes. Fechado no final dos anos 1980 e correndo o risco de ter sua história esquecida ou pouco discutida, seu espaço, no entanto, não deixou de abrigar a arte de resistência, tendo uma de suas salas (a antiga Sérgio Cardoso) se tornado a sede do grupo de teatro dirigido pela militante socialista Dulce Muniz.

Foi juntando a força do significado histórico do Cine Bijou com a garra de militantes que resistiram contra a ditadura (como a Dulce e os companheiros do Núcleo Memória), e de jovens militantes de hoje, que nasceu a idéia de “reativar” o Cine Bijou.

A partir do próximo Sábado (24/07) daremos início a um projeto (que entendemos importante) de preservação crítica da memória: CINE BIJOU – Cinema e Memória. A idéia é resgatar e reocupar, quinzenalmente, sua antiga Sala Sérgio Cardoso por meio do próprio Cinema, do Teatro e de Debates, buscando refletir sobre o Passado e o Presente. Nossa proposta será, por meio de alguns destes filmes – casados a produções atuais, refletir e discutir sobre as tarefas indispensáveis para a construção e aprofundamento democrático em nosso país. A nossa democracia ainda é extremamente frágil e restrita, e o grande desafio que enfrentamos é a sua consolidação e ampliação.

O Cine Bijou realizará quinzenalmente – sempre aos sábados, às 14hs – atividades gratuitas na antiga Sala Sérgio Cardoso (atual Teatro Studio 184).

Tendo como eixo o Cinema e sua discussão, apresentaremos também pequenas intervenções em outras linguagens: teatro, música, artes plásticas, etc.

Assim, entendemos que possamos enfrentar o que consideramos dois importantes aspectos da construção democrática ora em curso: por um lado, fortalecer a preservação e difusão da nossa Memória Cultural e Política da resistência; por outro, ampliar o acesso a essa memória e aos bens culturais atraindo, sobretudo, a participação de adolescentes e de jovens trabalhadores pobres que moram ou freqüentam a região do Centro Velho da cidade de São Paulo. Vale destacar, dentre estes grupos, a importância que damos a coletivos periféricos das mais variadas formas de resistência, dentre os quais está o pessoal do Sarau da Ademar – coletivo de jovens poetas e artistas da Cidade Ademar -, que já começou a somar no projeto.

Paralelamente – e até para que possamos cumprir com êxito as tarefas que nos propomos – faz parte do nosso projeto a construção de um espaço capaz de atrair e aglutinar jovens artistas, pesquisadores, historiadores e estudiosos das várias áreas do saber, lado a lado com as gerações que viveram e resistiram nesses diversos campos, durante a ditadura.

Deste modo, o Cine Bijou, que desempenhou um importante papel na formação dessas gerações que resistiram nos anos 1960, 1970 e 1980, retoma o seu papel junto às novas gerações que, neste início do século 21 estejam interessadas na consolidação e ampliação da democracia em nosso país.

CINE BIJOU – CINEMA E MEMÓRIA

LOCAL: Teatro Studio 184, Pça Roosevelt, 184 – Centro

PRINCIPAIS AÇÕES: Resgatar e atualizar a memória de um antigo espaço cultural de resistência de nossa cidade (o Cine Bijou), extremamente importante durante a ditadura civil-militar, realizando, em uma de suas antigas salas (a sala Sérgio Cardoso), exibições de filmes, intervenções teatrais e debates entre militantes do período e jovens ativistas sociais de hoje em dia, de modo a fortalecer a discussão em torno do direito à Memória, à Verdade e à Justiça, bem como a reflexão acerca da Cidade e da Sociedade em que vivemos.

REALIZAÇÃO: a Ponte, Núcleo Memória, Teatro Studio 184 e Sarau da Ademar

APOIO: Programa VAI

INFORMAÇÕES: [email protected] / 6991-9699 (c/ Danilo)

BLOG:  www.bijoucinememoria.blogspot.com

Você entra
hoje
de terno
e gravata
no Cine Bijou
à procura
da eterna
bravata
do
I love you
e se senta
erecto
e circunspecto
sem perceber
que a poltrona
se assenta
– ancestral –
em plena zona
central
dos anos
sessenta.

Ninguém mais
se lembra
nestas alturas
das barbas

sandálias
posturas
politizadas
de quem trocava
os valores
dos pais
por outros amores
de desconforto:
utopias
especializadas
na raiz
do aborto
insuspeitado
de um novo
país.

(trecho de poema de Minás Kuyumjian Neto sobre o Cine Bijou)

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