Moradores cobram esclarecimentos e atendimento habitacional do Consórcio Santa Bárbara
Ontem, dia 20 de julho de 2010, moradores se organizaram numa luta contra os despejos truculentos realizados durante a semana passada na Favela Vila Rubi. Cerca de 17 casas já foram demolidas e outras famílias resistiram ao despejo, apesar de terem a estrutura de suas casas abaladas pela força dos tratores.
Além da violência habitual do Estado contra a população pobre, o processo foi bastante irregular: muitos moradores tiveram suas casas marcadas, mas não receberam nem assinaram notificação de despejo, algumas famílias foram removidas sem receber nem ao menos o contrato de bolsa-aluguel que outras famílias receberam. Ainda assim, o contrato não apresenta garantias de continuidade do “benefício”.
Moradores ainda relataram a diferença nos valores do auxílio oferecido para cada família, o que poderia provocar desunião e confronto entre os moradores. Em resposta a esta estratégia de divisão da comunidade, eles exigiam que a negociação passasse a ser feita coletivamente e as informações transmitidas diante de toda a comunidade, e não individualmente.
Não aceitando estes desrespeitos , o povo se uniu numa manifestação pacífica em frente ao canteiro de obras do consórcio Santa Bárbara, empreiteira responsável pelas obras contratada pela SEHAB da Prefeitura de São Paulo. Os responsáveis presentes – assistentes sociais e engenheiro – se recusaram a dar um atendimento coletivo e dar informações básicas sobre o processo de despejos na favela, dentre elas, o motivo dos despejos, o projeto que pretendem realizar, a quantidade de moradores que pretendem remover, etc.
O povo não aceitará esse tipo de atitude dos poderes públicos. As famílias resistem e exigem seu direito à moradia. A luta continua.