A priori eu não consigo saber o porquê desta – imagino que é algum previsível imprevisto do trânsito paulistano, mas muitas dezenas de minutos depois e poucas quadras abaixo percebo que dessa vez estou equivocado: é, na verdade, uma enorme manifestação popular parando estrondosamente as estreitas ruas do centro. Por Hugo Scabello de Mello
Parte V – O Inimigo do Povo
Metade do dia já havia se passado, quando nesta inabitual sexta-feira acordo. Foi um lento e preguiçoso despertar – não tenho nada combinado ou pensado pro dia, então fico por ali no colchão virando-me e revirando-me de um lado para o outro. Foco minha mente em coisas leves: garotas, Santos, aquele tolo filme que vi outro dia sobre o fim do mundo. Era bem fraquinho mesmo, tenho a impressão de que todos esses filmes seguem um só roteiro base – mas do que estou reclamando, ninguém paga ninguém em Roliud pra ser criativo. O que será que farei nessa cidade? Vou tentar arranjar um trampo… Tirar uma grana é necessário. Mas onde? Que lugar me aceitaria? Que lugar eu aceitaria? Podia prestar um concurso público – um pouco de estabilidade é sempre bom. Sei lá, também posso estudar bastante pra ver se o Estado me aceita no seu sistema de ensino. Mas, que curso? Não consigo pensar nem mais ou menos em que área… E também, por que fazer uma faculdade? Existe aprendizado fora dela, não sei se vale a pena tanto esforço por um carimbo estatal (…).
Depois de muito enrolar, finalmente levanto-me e parto de volta para o centro de São Paulo. O Beto já havia ido embora, foi pra aula vespertina dele. Então parto sem me despedir. Novamente vou em busca do Largo da Pólvora, que passa também por perto da casa dele. Rapidamente o ônibus chega, mas lentamente ele prossegue: segue a Corifeu até ela virar Vital, cruza a marginal pela ponte Eusébio Matoso, sobe toda a Rebouças e entra na Paulista, que é percorrida quase que inteira, e depois segue em direção ao centro. O percurso é transposto com muita dificuldade pelo meu amigo ferroso, há uma quantidade exagerada de membros de sua raça e espécie nas avenidas, porém, quando nos aproximamos do fim, a lentidão vai ficando ainda maior. A priori eu não consigo saber o porquê desta – imagino que é algum previsível imprevisto do trânsito paulistano, mas muitas dezenas de minutos depois e poucas quadras abaixo percebo que dessa vez estou equivocado: é, na verdade, uma enorme manifestação popular parando estrondosamente as estreitas ruas do centro. Penso por um minuto no motivo dela, mas logo me cai a ficha: é o protesto contra o aumento da tarifa de ônibus – e também contra a tarifa em si.
Permaneço sentado por mais algum tempo: “será que devo participar? Nem sou daqui, nem sei quanto tempo permanecerei. Mas também pra que ficar aqui sentado num busão parado? Posso ir lá participar do protesto, dar uma força, e depois seguir meu caminho. Sei lá, posso acabar conhecendo umas pessoas engajadas – não conheço quase ninguém aqui ainda. Ah, no limite eu vou ter visto qualé”. “Motorista, ô motorista! Abre aqui! Quero descer”. Ele hesita mas abre, daí sigo a passos largos a música da bateria. De longe, só ela pode ser escutada, mas ao ir me aproximando começo a ouvir, e depois a entender, a palavra de ordem “Vem! / Vem! / Vem pra rua vem! / Contra o aumento!”. Já tô indo!
O ato é bastante grande, contudo não tenho capacidade para calcular quantas pessoas ali estavam – talvez cinco mil, talvez cinqüenta mil, provavelmente algo entre estas quantidades. Todas as pistas da larga avenida na qual eu os encontro estão ocupadas, o trânsito está parado por completo. Os carros da área já desistiram de buzinar, ou a música está tão alta que nem consigo os ouvir. Cruzo-os enquanto um frio cruza minha espinha.
Fecho meus olhos e mergulho, salto no mar de insatisfação política. A pólis imergindo na água benta da purificação pela destruição. Ao longe sou capaz de ver o Tsunami vindo! Deixo a onda do tempo rebentar, subo nela e a surfo. Sinto a explosão me empurrar à frente, à vanguarda. Não entendo o porquê, e não sei o para onde, mas sinto-me vivo. Sinto-me parte integrante de minha era, de meu tempo. Sinto-me forte, vejo a nossa força crescer como e com os raios d’um novo dia. Juntos somos mais bravos que qualquer barão, mais duros que qualquer duque, mais mar que qualquer marechal, mais tenazes que qualquer tenente, mais reais que qualquer rei: a existência do Estado é meramente a conseqüência de nossa desorganização. Levanto a cabeça e o nariz; abro os olhos: percebo-me no olho do tufão, e pela correnteza sou arrastado. Agora faço parte da massa, sou indistinguível dela. Nado aceleradas braçadas para sondar meu cardume: boa parte é tão jovem quanto eu, mas há peixes mais antigos também, diversos tipos estão aqui: secundaristas, universitários e professores; sem-teto, sem-terra e sem-trabalho; punks sujos, vegans caretas e roqueiros rippies; comunistas, anarquistas e anarco-comunistas; mães, pais e filhos; militantes sindicais, ativistas ambientais e alienados televisionários; 70s, 90s e 60s; empregados, desempregados e vagabundos; héteros, homos e outros; brancos, negros e índios; enfim, o povo brasileiro, o legítimo povo da terra. E contra toda essa força da natureza, centenas e centenas de policiais do Leviatã – os soldados da guerra interna. Fardados de todos os tipos, desde os coxinhas genéricos aos motoqueiros da ROCAN, aos opressores da Força Tática, à ralé da GCM, até os filhos-da-puta-assassinos da ROTA. Ah, não posso me esquecer dos não-fardados: Os P2 (gíria para gambé infiltrado), os à paisana e, é claro, os cangaceiros da máfia dos transportes paulistana. O cardume em luta contra o tubarão. O maremoto contra o Leviatã. Serumano contra sua negação. Homem natural contra homem artificial. Humanidade contra anti-humanidade.
Acima do nível do mar dezenas de bandeiras tremulam, algumas de inconvenientes partidos eleitoreiros e seus obedientes sindicatos subordinados, mas também há de movimentos sociais (MST, MTST, MNPR, MNCR e do próprio Movimento Passe Livre) e de coletivos autônomos – como uma rubro-negra da Federação Anarquista de São Paulo ou como a da Organização Popular Aimberê. Algo está acontecendo, algo está crescendo.
Deixo a correnteza me arrastar. Seguimos cantando e dançando pelas ruas do centro. A manifestação me faz lembrar uma festa de carnaval de rua – porém só os punks mais loucos consomem álcool (e outras…), pois, apesar do cardume exalar alegria de todos seus poros, ainda há uma grande tensão no ar causada pela austera presença do fascista aparato repressivo. Passamos por diversos lugares que eu havia conhecido anteontem: Sé, República, Prefeitura, Anhangabaú e até pelo Viaduto do Chá (onde aquele aperto no estômago veio me dar um breve olá). E, durante a caminhada, acabo encontrado-me com os personagens secundários dessa estória: o Humberto veio com um pessoal dos CAs da FFLCH, incluindo nesse bolo a Gabi e o Leandro; vejo o cara que me deu o panfleto correndo várias vezes de um lado para outro, agitando uma bandeira vermelho e negra na mão, e usando um lenço para proteger seu rosto; já o Rafael eu vejo caminhando tranqüilamente com uma bela garota.
A procissão continua durante horas a lentos passos. Quando dou-me conta, já é noite e estamos descendo uma íngrime, longa e bastante estreita rua nos arredores da Sé. Encontro-me nas linhas de frente e, ao olhar para trás, sou surpreendido por uma bela visão passando pelos meus olhos: os milhares e milhares de indignados descem a rua, ocupando-a até onde a vista alcança, nem mesmo um pedacinho de asfalto eu consigo encontrar – uma hectométrica serpente deslizando entre as torres do ardente forno da locomotiva paulista. Perco-me alguns instantes na contemplação. Quando as vermelhas luzes das sirenes aparecem no final da multidão, eu ainda estou a olhar na mesma direção: “O que eles farão?”. Confuso, dou uma olhadela para a frente: um enorme contingente policial surge subitamente por detrás das sombras da próxima esquina. Rapidamente procuro pelo identificador na roupa deles: nada! “Fodeu!” (a falta do nome na farda é o mais claro sinal de que haverá pancadaria). “Estamos cercados! E agora?”
Antes de conseguir tecer uma resposta a esta pergunta, os jagunços do Estado já me a deram: ouço uma explosão longe de mim, bem para trás, viro-me para olhar, e já a segunda e a terceira explosões acontecem. Estão jogando bombas no meio da multidão. Ao mesmo tempo que a correria começa, a violenta irritação causada pelo gás pimenta domina meus olhos, e os filhos-da-puta começam a atirar na multidão. Da esperançosa visão do povo em movimento nasce uma verdadeira cena de horror. Uma terrível elegia formada pela alternância entre o barulho de pequenas explosões de pólvora das pistolas, de grandes explosões das bombas de gás, e de medonhos gritos de milhares de pessoas, é a triste trilha sonora que acompanha o injusto conflito. Tento não ser tomado pelo desespero; achego-me num muro próximo e aperto meus olhos para tentar ver o que se passa. Toda a leva de policiais que vinha pela retaguarda da manifestação está em posição ofensiva: uma primeira linha da Força Tática nos empurra para frente com seus escudos e cassetetes, enquanto uma segunda atira rajadas de bala de borracha e uma terceira ocupa-se de lançar bombas. A grande inclinação do terreno é bastante vantajosa, faz com que eles possam atirar à vontade sem ter que se preocupar em acertar algum dos seus. Estamos fodidos, concluo. Tentando manter a calma, lentamente volto para o mar – tenho que sair daqui! Contudo, é certeza de que esta mesma preocupação ocupa o trapézio da mente de todas as outras pessoas. Atrás de mim corre-se para todos os lados, o nervosismo é bastante maior – já que é para lá que caem as bombas. Todo e qualquer lugar ou passagem torna-se uma rota de fuga: um barzinho da região é completamente invadido, enquanto outra centena de manifestantes derruba a grade de um pequeno parque-praça. Alguns tentam se refugiar num espaçoso estacionamento, enquanto outros tentam forçar a entrada num prédio de apartamentos. Estou num campo de batalha! O caos paira na pesada atmosfera.
Logo fica claro que o caminho da minha fuga não será subindo a rua, entretanto, abaixo está a outra tropa de gambés. Ao meu redor a tensão cresce vertiginosamente: o que podemos fazer? Paulatinamente avançamos na direção deles – estamos encurralados e não temos para onde ir! Aos poucos nosso fronte vai forçando a linha de policiais a recuar. Vejo o suor escorrendo na face de um deles, os músculos de seu rosto estão todos enrijecidos numa bruta careta. Quase todos os fardados estão assim. Miro num outro em específico, próximo à fronteira do conflito, sinto o medo em seu olhar; talvez esteja ainda mais amedrontado do que nós – e a multidão continua avançando em sua direção – um covarde disciplinado que passa sua vida inteira só obedecendo ordens, obviamente não sabe como agir quando uma situação extrema o obriga a tomar uma decisão. Consigo perceber a tremedeira de seus contornos – o cara está no seu limite. Quem só obedece não pensa, não desenvolve consciência, não se diferencia dos animais não-humanos; e, obviamente, quando se vê forçado a fazer algo por si próprio, faz merda. E dessa vez não é diferente: esse policial, um mulato de média estatura derretendo em suor, enfia a mão na sua cintura, pega uma bomba e a arremessa. Apreensivo, acompanho a trajetória balística do artefato, ele sobe acima de toda a confusão para vagarosamente cair próxima de mim, bem em cima de uma garota, que vai ao chão ferida, não sei com qual gravidade…
É o estopim. A panela não resiste à pressão, explode. Todo o cardume se põe a nadar em pânico – eu junto. Como num estouro de manada, saímos atropelando tudo e todos pelo caminho. Os nossos inimigos vêem-se obrigados a fugir avexados do local: alguns abandonam suas armas e pertences ali mesmo e loucamente correm por suas vidas, enquanto os poucos que ficam são furiosamente espancados e pisoteados. “Venceremos! Venceremos!” – penso por um mínimo átimo, mas lembro-me de que a maior parte dos legionários está na nossa retaguarda. Então, ponho-me a correr – a situação aqui só vai piorar, certeza, talvez até teremos mortes.
Transponho a quebrada linha de frente policial e, ao passar, dou uma olhadela na meia dúzia de gambés ali abatidos, mas sem perder o passo. Acabou. O protesto, por hoje, acabou.
Já começando a me distanciar, ouço, próximo de mim, um único rapaz barbudo gritar o conhecido lema antigo: “Amanhã, vai ser maior! Amanhã, vai ser maior!”. Imediatamente eu e todos do arredor engrossamos o coro, sem pararmos a fuga: “Amanhã, vai ser maior! Amanhã, vai ser maior!”. Então, todos os milhares de insatisfeitos com o atual sistema de iniqüidades estouram suas cordas vocais, em uníssono, com toda a força de nossos cansados pulmões: “AMANHÃ, VAI SER MAIOR! AMANHÃ, VAI SER MAIOR!”. O grito ecoa e reverbera por todos os altos muros das pesadas construções de concreto do centro; talhando a ameaça, com lâminas feitas de pesadelos, no âmago da alma do Rei dos Oceanos, o Inimigo do Povo. O grito acorda não só a sua casa, mas a vizinhança inteira – e não só acorda, como atordoa, e atordoados permanecemos atentos. É um momento sublime, todavia, eu aborto uma gota de lágrima que vem incomodar meus ardentes olhos. Nesse exato momento, sinto a locomotiva do Brasil tremer sobre seus trilhos. Nesse exato momento, sinto-me parte integrante, e ativa, de minha era.
“Venceremos! Venceremos!” – cantam os chilenos.
Parte VI (Epílogo) – “Deberemos Resistir!”
Corro, corro e corro. Desconfio que, agora, qualquer lugar no Centro é perigoso – vi policiais prendendo jovens aleatoriamente, e não estou nem um pouco interessado em ser engaiolado. Subo, desço, ando, ando e me perco. Meu conhecimento do Centro noturno tende a zero, apesar disso, tento me movimentar por ruas ermas. Passo por vias e vielas, desço viadutos e escadões. Canso-me: a manifestação durou horas e horas, foi do final da tarde até o prenúncio da madrugada. A exaustão me ataca, e eu jogo a toalha.
Sento-me onde estou: curiosamente parece que já estive neste local, mas ainda não me vem à memória quando. Vou ficar aqui um pouco pra me recompor. Procuro em minha mochila a caixa de fósforos com as pontas que fumei estes dias, enquanto procuro em minha caixa mental os fragmentos do que nestes mesmos dias vivi.
Um tumultuado começo de vida em São Paulo. Parece-me que ficarei por aqui mais tempo do que imaginara. Sem pressa abro a primeira ponta, a que teve seu momento ainda em Santos. E para lá ela me leva, à minha Pasárgada: onde as mulheres são mais belas, onde sou amigo do rei, e onde tem erva de sobra. É uma pena, mas sei que por aqui ficarei por mais alguns invernos, ainda não tive tempo para sentir saudades, mas a nostalgia sempre baterá em minhas costas, com a freqüência das ondas de minha praia.
Tenho muitos castelos a construir. Muitas batalhas a serem vencidas. Uma fração de meu tempo ficará aqui, e também uma fração de mim. Ficarei mais altivo, mais arrogante, por estar no topo da Serra? Espero que não. Mas conseguir fincar minha bandeira rubro-negra no pico do Jaraguá eu espero. Quero ver ela furar o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio – como a Rosa do povo um dia jura que fez.
Abro a segunda ponta, a que foi consumida no bosque. Penso nas pessoas que já conheci e nas que ainda conhecerei. Nos eventos culturais em que participarei: debates, palestras, espetáculos teatrais, musicais. Tenho tanto a aprender, tantas pessoas a conhecer. Muitas não digo, mas algumas coisas há para se fazer nesse imenso e decadente cinzeiro. Admiro muito o enigma que é a humanidade. Sou da opinião de que somos demasiado complexos para nos entendermos – nenhuma ciência, esotérica ou não, irá nos desvendar por completo. A nossa razão é obviamente bastante limitada – aposto que nunca seremos capazes de prever o movimento dos astros de nosso universo interior.
Abrindo as terceiras, paro por um instante. Uma passageira rajada de luz ilumina uma poça próxima. Não havia ainda reparado nela até o momento, depois fico secando-a até ela se revelar – estranho líquido, estranha poça. Percebo, então, que é uma mancha de sangue envelhecido. “Será?” – pergunto-me. Olho para cima, carros passam sobre um viaduto, sobre o Viaduto do Chá. Sim, estou bem no X do suicida. Pasmo.
Tenho certeza de que este homem não se matou, contudo, deixou-se morrer. Desistiu da luta, desistiu da vida. Tenho certeza, também, de que não quero o mesmo para mim. Um fim tão pateticamente trágico. Pateticamente covarde. Muito pior do que perder é se entregar – disto, não tenho dúvidas. Posso sim ser derrotado, as chances são altas; e provavelmente serei, como meus antepassados de luta o foram – sou um autêntico filho da derrota. Mas, com muito orgulho dela – eles morreram na luta com armas em punhos, soltando esperançosos gritos de revolta e liberdade, até a última gota de suas veias se esvair. Não, não me entregarei. Não, não cederei. Não, não desistirei. Morrerei também de armas em punhos.
Sim, quero estar vivo no momento de minha morte.
Fecho o cigarro e minha mente, em silêncio fumo. Em nada mais penso: entrono minha quietude. Meto a cabeça por entre os joelhos, e num transe adentro – resultado da mistura da verde brisa com meu cansaço e sono. Logo, uma música rasga meu crânio e invade meu pensar. Uma canção a qual nunca antes havia ouvido, numa língua que não domino. Tenho a mais transcendental das certezas de que são meus ancestrais catalães a sussurrar em meu ouvido. Respeito minhas raízes, cantando para todos ouvirem:
“El Ejército del Ebro
Rumba la rumba la rumba la!
El Ejército del Ebro
Rumba la rumba la rumba la!
Una noche el río pasó
Ay Carmela! Ay Carmela!
Una noche el río pasó
Ay Carmela! Ay Carmela!
Pero nada pueden bombas
Rumba la rumba la rumba la!
Pero nada pueden bombas
Rumba la rumba la rumba la!
Donde sobra corazón
Ay Carmela! Ay Carmela!
Donde sobra corazón
Ay Carmela! Ay Carmela!
Contraataques muy rabiosos
Rumba la rumba la rumba la!
Contraataques muy rabiosos
Rumba la rumba la rumba la!
Deberemos resistir
Ay Carmela! Ay Carmela!
Deberemos resistir
Ay Carmela! Ay Carmela!
Pero igual que combatimos
Rumba la rumba la rumba la!
Pero igual que combatimos
Rumba la rumba la rumba la!
Prometemos resistir
Ay Carmela! Ay Carmela!
Prometemos resistir
Ay Carmela! Ay Carmela!”
Ilustrações: Alfredo Pirucha.
Escute a canção Ay Carmela! aqui.
Leia aqui Perdido na Poluída Pólis (1ª Parte) e Perdido na Poluída Pólis (2ª Parte).
Continue suas narrativas urbanas.A metrópole precisa de cronistas/ficcionistas e tudo mais que nos remeta à poesia vital que nossos olhos há muito deixaram de buscar…abraços,tia ana
PS: Ay Carmela!!!