É que os adversários da gente – me incluo neste “nós” porque estamos do mesmo lado – são muito mais fortes e organizados que nós, e precisamos saber agir para não desperdiçar nossas energias. Por Manolo
Tenho certeza que vai soar absurdo o que vou dizer aos jovens soteropolitanos que se mobilizaram para barrar o aumento de tarifas de ônibus autorizado pela Prefeitura para o dia 1º de janeiro deste ano. Mas não tem jeito, tenho que dizer, senão engasgo. É simples: seus protestos já fazem parte do roteiro. Tanto a Prefeitura quanto o Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador (SETPS) já esperavam que vocês se mexessem – e já os estão neutralizando, porque é o que está previsto no roteiro. E em geral se a passagem não for reduzida em uma semana, vocês se cansam e voltam para casa, desiludidos por terem perdido mais uma – e assim se fecha o ciclo aumento-protesto-aceitação, que começará novamente em um ou dois anos.
Não, não quero jogar água fria em seu fogo. Os protestos de rua são extremamente necessários, porque só assim vocês mostram que a cidade é sua, de todos e de cada um, e não de uma panelinha de donos de imobiliárias e de empresas de transporte que acham que podem mandar em nossos destinos. Não quero atrasar o lado de ninguém, não é este o caso. É que os adversários da gente – me incluo neste “nós” porque estamos do mesmo lado – são muito mais fortes e organizados que nós, e precisamos saber agir para não desperdiçar nossas energias. Deixem-me explicar as coisas, então.
Oito anos atrás, em 2003, estive nas ruas contra o aumento de R$ 1,30 para R$ 1,50, naquelas três semanas de manifestações (de 28 de agosto a 24 de setembro) que vocês hoje chamam de Revolta do Buzu. Foram vinte mil estudantes nas ruas, antes e depois do aumento, fechando o Iguatemi, o Comércio, a Suburbana, Itapuã, a Rótula do Abacaxi, a Av. Sete… Chegamos a ocupar a Câmara de Vereadores, e quase entramos na Prefeitura algumas vezes. O prefeito de então, Antônio Imbassahy, a princípio queria descer a porrada em todo mundo, mas depois se fez de bonzinho e foi cozinhando a gente em banho-maria com um monte de negociações, uma atrás da outra, sobre um monte de coisas inúteis, até que a gente se cansou. O SETPS, pra variar, não estava nem aí: queria era aumento mais alto mesmo, e dane-se o mundo. Mas o povão, a galera, esses que a gente quer ajudar fazendo baixar a passagem, esses apoiaram muito a gente no começo, mas depois foram começando a achar chato ficar tanto tempo parado no trânsito. E pra piorar os meios de comunicação começaram a distorcer os fatos para dar a impressão de que estava tudo bem e o Governo do Estado baixou “ponto facultativo” nas escolas para que ninguém mais se juntasse. Cerco pesado.
Foi isso o que matou nosso movimento: a gente não conseguiu chamar todo mundo pra rua, foram só os estudantes, e aí era só a Prefeitura ficar gastando a gente com negociações até não dar mais para fazer nada. Perdemos uma, mas tem gente que diz que isso foi uma “vitória”, uma “lição de cidadania” etc., porque pongaram num movimento contra o aumento das passagens para colocar pautas acumuladas do movimento estudantil (meia-passagem no fim de semana, meia-passagem para pós-graduação etc.). Não conseguiam mobilizar ninguém antes, e naquela hora aproveitaram o movimento para fazer o que não conseguiram desde que o smart card foi instalado pela primeira vez em 1996.
Voltamos para casa. Virados no inferno, mas voltamos para casa. Derrotados, mas de cabeça em pé.
Em 2004 tentaram aumentar a passagem de novo no Natal, mas não conseguiram. O golpe do SETPS na Justiça não deu certo, e passamos mais um ano com tarifa congelada. Mas em 2005 apareceu outro aumento, e lá estava todo mundo na rua de novo para protestar contra outro aumento. O SETPS entrou na Justiça para aumentar a passagem para R$ 2,20, e desta vez parecia que a gente tinha chance de ganhar. Como já estava todo mundo bem “macaco velho” com essas coisas, e resolvemos resgatar a história toda para ninguém dizer que não sabia de nada: fizemos um primeiro boletim contra o aumento para explicar a história dos aumentos em Salvador e um segundo boletim contra o aumento para tirar dúvidas de quem havia conversado conosco. A gente acreditava que informar as pessoas era fundamental para que o movimento vencesse, porque a imprensa tinha jogado contra nós em 2003. E fomos para a rua de novo. Botamos a Prefeitura e o SETPS na parede; a Prefeitura cagou nas calças e, com medo de outra Revolta do Buzu, entrou na justiça para cassar a liminar.
Depois disso, fizeram uma jogada que ninguém esperava: botaram o Conselho Municipal de Transportes para funcionar novamente, e deixaram para ele a responsabilidade de decidir o valor da passagem. Fizemos um terceiro boletim contra o aumento para explicar o que é um Conselho Municipal de Transportes e um quarto boletim contra o aumento para explicar os riscos que a gente corria quando entrava nessa de “conselhos participativos”. Resultado: com ou sem conselho, a passagem aumentou para R$ 1,70. E isto foi considerado “vitória”, porque fizemos a passagem “aumentar menos”. E assim ficou pronto o roteiro a ser seguido em todos os aumentos que vieram depois: SETPS lança uma proposta absurda de aumento, estudantes protestam, Prefeitura aumenta a passagem para um valor menor que o proposto pelo SETPS e tudo parece ter sido uma “conquista” dos estudantes. Tudo bem “participativo” e “cidadão”, enquanto mais uma vez o peão se lenha.
E veio mais bomba: o Salvador Card, que a gente chamou logo de Roubador Card. Apresentado pelo SETPS em 30 de março de 2006, contou com o “generoso” apoio da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) e da União Nacional dos Estudantes (UNE), que se associaram ao SETPS para conseguir o monopólio da carteirinha de meia-entrada. (Não custa lembrar que a carteirinha pode ser substituída por algum documento de matrícula, e que na UFBA o DCE conseguiu fazer uma carteira própria em 1999, começando a romper o monopólio da UNE.)
Aí também já era sacanagem demais. Começaram a aparecer textos, muitos textos contra o Salvador Card, e o debate pegou fogo. Fabrício Moreira escreveu um primeiro texto e depois um segundo; Felippe escreveu um terceiro texto; Francisco Cancela escreveu um quarto texto; e eu mesmo escrevi um quinto texto. Foi bom, porque mostrava o quanto estávamos maduros. Já não queríamos mais simplesmente ir para a rua e protestar sem entender bem a situação, sem saber bem o que fazer, sem ter planos.
Foi aqui que a gente entendeu o efeito “bola de neve” dos aumentos de passagem. Para ter uma ideia da coisa, vamos bolar uma situação em que todos os custos do sistema (peças, salários, manutenção, garagem, impostos, ônibus novos, etc.) e todos os custos dos passageiros (aluguel, alimentação, roupas, material escolar, etc.) estão congelados. Agora pegue esse sistema, tudo congelado do jeito que está, e aumente alguma coisa no lado dos custos do sistema – os combustíveis, por exemplo. Os empresários de ônibus vão pressionar a prefeitura para aumentar a passagem, e a prefeitura dificilmente tem como negar. A passagem aumenta, e isso vai bater no bolso dos passageiros. Muitos passageiros já vivem no limite, e terão que cortar gastos em outras áreas, ou então deixar de andar de ônibus – e cada vez mais pessoas deixam de andar de ônibus em Salvador. Se pessoas deixam de andar de ônibus, isso significa que restam menos pessoas para dividir os custos do sistema. Quanto menos pessoas restarem para dividir os custos, tanto maior é o “pedaço” que fica para cada uma – ou seja, a passagem vai ter que aumentar. Se a passagem aumenta, tem muita gente que já vive no limite, e tem que cortar gastos ou então deixar de andar de ônibus – e cada vez mais pessoas deixam de andar de ônibus. Quanto menos pessoas restarem para dividir os custos, tanto maior é o “pedaço” que fica para cada uma – ou seja, a passagem vai ter que aumentar de novo. E começa tudo outra vez, até encher o saco.
No mundo real, em que os preços não estão congelados, todos os preços variam em direções diferentes e com intensidades diferentes, mas o resultado continua sendo parecido com esse: a cada dia mais pessoas deixam de andar de ônibus. Na verdade, a situação estava ficando tão braba para os usuários de transportes – geralmente trabalhadores – que o número de pessoas que pagam meia estava ficando bem próximo do número de pessoas que pagam inteira com dinheiro – ou seja, tinha gente usando cartão de meia-passagem dos filhos, dos sobrinhos, dos primos etc., para andar pela cidade pagando mais barato. Isso significava menos dinheiro entrando no sistema de ônibus, o pesadelo dos empresários. Por isso, me parece que os empresários de ônibus, quando implementaram o Salvador Card, pensaram antes de qualquer coisa em reduzir o número de meias-passagens no sistema a qualquer custo.
A Prefeitura e o SETPS, apesar de tanto debate e dos primeiros protestos, enfiaram o Roubador Card pela nossa goela. Os protestos foram tantos que decidimos no fim de abril fazer uma reunião dessa gente toda que protestava, e aí apareceu a Frente Única Contra o Salvador Card. Através dela, fizemos tanta pressão sobre o prefeito que ele – mais uma vez – cagou nas calças e suspendeu o Salvador Card em 25 de maio. Mas logo no dia seguinte o prefeito deve ter tomado um puxão de orelha dos patrões do SETPS e voltou atrás, revogando a revogação. Em junho, já quase no terceiro mês de mobilização, algumas das entidades estudantis que compunham a Frente Única Contra o Salvador Card – dentre elas a AGES – baixaram a guarda e passaram para o outro lado, dizendo que já estavam satisfeitas com o que tinham conseguido. De desgaste em desgaste, a Frente Única foi minguando até morrer de morte morrida, em julho.
E o Roubador Card passou. E o roteiro funcionou novamente: a uma proposta do SETPS corresponde o protesto estudantil, seguido – às vezes – de negociações com participação da Prefeitura e terminando com a implementação daquilo que o SETPS queria, depois de “queimar a gordura” que eles já tinham deixado de propósito para gastar com os protestos estudantis. E a gente se cansando, e a população sendo convencida pela mídia – Varela, Bocão, Gerdan, A Tarde, Correio da Bahia, Tribuna da Bahia etc. – a gostar cada vez menos dos protestos estudantis…
Em dezembro de 2006 a bomba estourou de novo. O SETPS queria aumentar a passagem, que havia sido congelada pelo prefeito em 2005 (lembram de nossos protestos?) e não aumentava desde então. Contrataram a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para fazer um estudo onde ficaria demonstrado que o SETPS tinha razão – afinal, quem paga a banda escolhe a música… Uns três militantes do Movimento Passe Livre (MPL) apareceram na sessão onde este estudo foi apresentado e fizeram um protesto; não fosse por isso, passaria tudo em branco. Outra sessão, desta vez do Conselho Municipal de Transportes, foi chamada, e não fosse a presença de grande número de estudantes no lado de fora, o aumento seria votado ali mesmo.
Houve protestos. Saímos para as ruas novamente, mas o SETPS e a Prefeitura haviam vencido sem nem precisar lutar. O aumento foi dado na virada do ano praticamente, e estava todo mundo de férias. Eles ganharam. Saíram do roteiro e ganharam. Pegaram a maioria de surpresa, não houve tempo para articular nada, nem convocatória virtual resolveu. Ganharam, e quase sem mexer um só dedinho. Já estava todo mundo cansado de tanto brigar, de tanto lutar e não conseguir abaixar a tarifa. Ganharam, os desgraçados. Quase ninguém apareceu nas manifestações, só umas quinze a vinte pessoas que não conseguiram fazer quase nada. Ganharam. Ganharam…
Daqueles tempos para cá, cada um foi cuidar de sua vida. Trabalhar, estudar, ter filhos, ficar doidão, cada um escolheu seu caminho. Outros resolveram continuar agindo, mas por outros meios. Mas manifestação contra aumentos, não houve quase mais nenhuma. O Roubador Card não adiantou nada para a segurança dos passageiros, que é o principal argumento do SETPS para sua instalação, mas ninguém disse nada. Tem gente que hoje dá risada quando lembra dos tempos em que estava na rua, em que jogava baldes de mijo em cima de militantes de partidos, em que ocupava a Câmara de Vereadores de barreira, em que parar o trânsito era fácil… e fica nisso, na risada, na boa lembrança. Agir, de novo? Alguns dizem: “nunca mais”. Uma geração inteira de estudantes foi vencida com uma simples mudança de data nos aumentos, combinada com o desgaste e o cansaço de tanto ter lutado para conseguir tão poucas coisas.
Para os que duvidam: lembram quando a passagem aumentou de R$ 2,00 para R$ 2,20 entre 2008 e 2009? Ninguém se mexeu. Só quem disse que acamparia na porta da Prefeitura foi o representante de uma entidade chamada Associação Municipal dos Usuários de Transporte (AMUT), da qual nunca ninguém havia ouvido falar – e que continua totalmente desconhecida. Outra prova: lembram quando a passagem aumentou de R$ 2,20 para R$ 2,30? Foi no dia 15 de janeiro de 2010. Alguém lembra de alguma manifestação, de algum protesto, de alguma coisa, qualquer que fosse, feita no meio das férias? Ninguém, porque não houve nada. Simplesmente nada.
Aí no começo do ano eu vi um monte de gente tentando organizar protestos pela internet e pergunto: será que ninguém reparou o quanto é importante sair do roteiro? O quanto é importante inventar novas formas de protesto? Voltar a meter medo na Prefeitura e no SETPS, e fazer isso de um jeito que force abrir a caixa-preta dos transportes de Salvador?
Não sei o que dizer para ajudar. Dentro dos limites que tenho hoje com uma filha recém-nascida, participei de debates, propus coisas, escrevi pequenos textos, recolhi e distribuí dados, mas para a maioria dos que estão se organizando para protestar nas ruas, já devo estar velho – e justo por isso percebi que os protestos, que duraram alguns meses, terminaram sem empolgar outras pessoas além das figurinhas carimbadas da militância soteropolitana e de um bom número de recém-chegados a este campo. Mas, mesmo sem ter condições de dizer muita coisa por estar de fora das lutas que aconteceram este ano, escrevi este pequeno histórico para que analisem as informações deste texto, comparem-nas com o que viveram no começo do ano e, de uma vez por todas, mudem o roteiro se querem vencer!!
Este artigo faz parte do dossiê temático DOSSIÊ: Campanha Tarifa Zero 2011
Manolo… suas palavras sintetizam muito bem (guardadas as proporções e distâncias entre Salvador e Aracaju) o que penso sobre os “distúrbios” por conta dos aumentos nas passagens. Lembro do vigor que tínhamos quando te recebi em minha casa na árdua tarefa de tentar mobilizar os recém-formados coletivos do MPL no nordeste. Enfim… hoje faço 26 anos e tenho um garotinho de 2. Por incrível que pareça muitos moleques me veem como “militante histórico” do MPL em Aracaju. Porra, eu não esmoreci. Entretanto, ficou claro que nossa tática não deu certo: ocupei prefeituras e secretarias, fechei ruas e avenidas, conversei com estudantes e trabalhadores, mas não nos preocupamos em construir uma base (no melhor sentido da palavra). Não desconsidero de jeito algum nossas manifestações de ação direta, pelo contrário, foram extremamente pedagógicas. Entretanto, não nos preocupamos em manter a chama acesa através dos grêmios e de outras organizações. Queríamos o fim do aumento naquela hora em que estávamos nas ruas. Não fiquei careta, mas percebo que a tática tem que ser outra.
Abraços fortes e espero te ver novamente.
Camarada Marcolino! Quanto tempo! Como deu para ver, comigo acontece a mesma coisa e sinto as mesmas angústias que você. Sei, entretanto, que escrever alivia, mas não resolve nada. A alternativa é ir à luta, mas como, quando, onde, com quem e para quê? É isto o que me propus, com este texto, a perguntar a quem tenha interesse.
Com algumas poucas exceções, quase não conheço quem tenha passado dos dez anos de militância. Me refiro aos militantes sinceros, pessoas comuns que um dia foram levadas a assumir posições organizativas, pedagógicas e motivacionais em lutas. Políticos profissionais e carreiristas ficam a vida toda. Numa andada pelas manifestações de hoje é quase impossível encontrar algum rosto das lutas de 98, 99, 2000. Toda uma “geração” de bons militantes desapareceu. Eles cansaram do ostracismo, das derrotas sequentes, das vitórias parciais ou insignificantes e foram tomar conta da vida, de suas vidas privadas. E nelas também há muito pelo qual lutar e batalhas a serem travadas, agora sem glamour.
Um grave problema desse prazo de validade de 10 anos do militante é que não há construção de memória eficaz, não há acúmulo de aprendizado, não há encontro de gerações. O sujeito começa cru e quando está tecnicamente qualificado para lutar já está emotivamente detonado e com uma vida privada lhe cobrando o preço de ter deixado de cuidar dos seus interesses.
Outro problema do fracasso das lutas classistas é o desvio de tantos para o campo do irracionalismo: ecologia, feminismo, direito dos animais, religiões outras.
“O sujeito começa cru e quando está tecnicamente qualificado para lutar já está emotivamente detonado e com uma vida privada lhe cobrando o preço de ter deixado de cuidar dos seus interesses.”
Cara, essa frase me deixou pensativo
tenho apenas 7 meses de militância e já estou passando por isso.
Muito obrigado por esse turbilhão de informações!
Muito bom o post, cara. Disse tudo que penso e mais um pouco.
Miuto bom!!
A unica coisa que eu espero é organização e consciencia das pessoas que estaram na rua .
é isso ai irmão são dessas informações que a classe estudantil soteropolitana merece e tem o dever de saber, eu também fez parte desses movimentos tanto no centro da cidade quanto ocupamos vários locais como você cinta no texto, como também na comunidade do são caetano que trancamos tudo é isso ai, um forte abraço, vamos a luta e dizer não ao aumento de tarifa.
Amigos de luta, fico com lagrimas nos olhos por ouvir tantos de vocês, e com um censo de cidadania fortificado com sua historias.Sei que podemos estar cansados, desanimados pelas lutas que perdemos ou ganhamos parcialmente.Isso acontece!Há abstaculos que podemos comparar com um muro que temos que transpor, mesmo que esse muro se pareça intransponível.
A mudança é um processo gradativo e contínuo,e não vai ser diferente nessa caminhada, por isso agradeço as suas colaborações nas lutas anteriores, no suor derramado, num tempo que se deixou de fazer uma coisa pessoal, valeu a pena, vocês construiram uma base, um pilar de acesso para pular essa muro. Mim sinto motivado, e sei que posso contribuir nessa luta, nessa mudança que almejamos tanto, mas sei que ela não vai vim fácil e como num estalar de dedos, vai vim garadativamente. Assim como um carro que que acelera e não chega em 100 Km/h sem passar por 1Km/h, 2Km/h …, assim vai ser as mudanças que queremos. Tenho certeza os protesto que fizeram mudaram pessoas como eu, e os protestos que hão de vir mudará muitas pessoas,hão de construirar mas bases e pilares para subir-mos mais um degrau. Obrigado!!!
Contundente reflexão. A situação é caótica. É esperar para ver onde irá estourar a primeira bomba.
Manolo e companheiros/as, esses comentários são realmente para refletir de como a fragmentação dos movimentos sociais só vem servindo ao projeto neoliberal. A questão do aumento das passagens é um problemas não apenas do movimento estudantil mas de toda a classe trabalhadora.
Luciene (Lu)
primeiro, não satanizar o Salvador Card já é um começo – é a única forma de se começar a andar em direção a bilhetagem única, universal e plena (como já ocorre no Rio de Janeiro e em São Paulo). O que significaria uma passagem por destino (não importando quantos ônibus se tomem) e não uma passagem por embarque).
Claro, como ele é hoje é apenas um embuste do que isso poderia ser: a segunda perna é metade do preço se for de uma área distinta – mas ainda isso é melhor do que integração nenhuma.
Outra é estudar geografia – aquela que, como diz Yves Lacoste, serve primeiro para fazer guerra. E entender que nem que a passagem fosse 1 real, nenhum deslocamento de ônibus em rotas lineares menores que 10km seria barato. Porque menos do que 10km só bicicleta é realmente eficiente. Assim como em menos de 3km só andar a pé é realmente eficiente. E a partir disso, ampliar seu cardápio pessoal de mobilidade.
Muito bom o texto! Precisamos manter viva e compreender nossa história para assim traçarmos caminhos diferenciados (saindo do roteiro já previsível) e atingir objetivos reais e concretos.
Gente, observem que o texto está recheado de links. Eles não aparecem de imediato por causa da formatação, mas basta passar o mouse pelo texto para vê-los aparecer.
Manolito, meu caro. Bom texto com links de boas referências. Enquanto muitos verem e chegarem aos movimentos sociais como pulsos de mobilizações específicas, e não como programas continuados de transformação, os compas que estão na lida cotidiana sentirão o peso dos esvaziamentos, das frustrações e das derrotas. Mas vamo que vamo. Há uma mobilização agendada, talvez seja importante puxar este debate. Abraços e não nos cansemos (muito).