JUIZA IGNORA PEDIDO DE OUVIDOR AGRÁRIO E MANDA DESPEJAR AS FAMÍLIAS


Setor de Comunicação – MST – Regional Campinas

A noite do dia 29 de agosto de 2011 foi tensa no Assentamento Milton Santos e na nova ocupação em Americana.

700 famílias ocupavam a área há 24 dias e no última dia 30 a PM realizou uma reinegração de posse aterrorizante para acampados e assentados.

Muitas famílias não puderam entrar no local, que foi fechado pela polícia. O cerco começou no  início da noite. Diversas famílias assentadas, impedidas de entrar em suas casas, tiveram que passar a noite em carros. Acampados foram detidos indevidamente só por tentar voltar para o acampamento. Um grupo de assentados e o advogado do movimento Vandré Paladini que vinham de uma audiência pública com a Ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário que ocorreu na Assembléia Legislativa em São Paulo, foram barrados na estrada que liga Americana ao Assentamento. Durante toda a noite a polícia percorreu as estradas internas do Assentamento constrangendo acampados e assentados que passavam no local.

Foram disparados tiros de fuzil e lançados rojões com o intuito de intimidar as famílias. O clima de guerra e conflito iminente fez com que os assentados interviessem e acolhessem os acampados em suas casas. Estima-se que cerca de 150 famílias refugiaram-se na área do assentamento. As famílias acampadas não tiveram tempo de retirar os seus pertences.

O comandante da operação chegou ao local tentando identificar a coordenação do acampamento, como os acampados e assentados se recusaram a dar informações os policiais receberam ordem de destruição imediata das estruturas. A operação iniciou com uma chuva de balas de borracha que perfuraram os barracos, felizmente ninguém se machucou.

Na manhã do despejo a polícia ainda cercava as entradas impedindo, inclusive, a passagem de jornalistas, apoiadores e advogados. O transporte escolar ficou preso na barreira policial e várias crianças não puderam ir a escola, muitas delas assistiram a ação policial
aterrorizadas. A rotina dos assentados foi totalmente alterada, cerca de 4 mil Kg de alimentos retirados semanalmente e doados às entidades assistenciais da região não puderam ser entregues e os produtores ficaram no prejuízo.

A justiça mais uma vez defendeu os interesses dos latifundiários de terra, usineiros. A juíza de Americana responsável pelo processo emitiu a liminar a favor da Usina Ester, ignorando o fato de que a área pertence ao INSS e, não levando em consideração o pedido do Ouvidor Agrário Nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) desembargador Gercino José da Silva Filho, que solicitou o adiamento do cumprimento da liminar até que a situação da terra ocupada fosse investigada.

Durante todo o dia de ontem (31-08) a operação continuou com a destruição de um bambuzal próximo ao local, abertura de valas e remoções de terra. Os pertences dos acampados amontoados no dia anterior, numa área vizinha, foram queimados (colchões, roupas, utensílios e ferramentas). Devido aos abusos cometidos pelos policiais os advogados do movimento estão ouvindo acampados e assentados para buscar responsabilizar os culpados.

Solicitamos às autoridades que tomem providências de modo que os direitos dos acampados, assentados e moradores da região (Sobrado Velho e Morada das Carolinas) sejam respeitados. As famílias assentadas temem, inclusive, as retaliações, já que as intimidações por milícias formadas por policiais que fazem a “segurança particular” da Usina são constantes.

Continuaremos denunciando a grilagem de terras públicas para usufruto de particulares e as injustiças cometidas contra os trabalhadores!!!

Reforma Agrária Já!

Polícia para quem precisa de polícia!  (Titãs)

Segue link aqui da reportagem da Record sobre a reintegração de posse em Americana

Veja depoimentos de acampados sobre a ocupação aqui e aqui:

AOS APOIADORES E ALIADOS

Após a reintegração muito do que tinhamos foi perdido: barracos, colchões, cobertores, roupas, alimentos. Para continuarmos resistindo e lutando pela destinação das terras para a Reforma Agrária necessitamos com urgência de doações de:

– LONA
– Cobertores
– Alimentos
– Produtos de higiene pessoal
– Colchões

Locais de coleta:

1 – Visite o área provisória do acampamento (em frente a área ocupada  anteriormente, dentro do Assentamento Milton Santos): entre no KM 128 da Rodovia Anhanguera e siga em rente na Avenida Nicolau João Abdala (ignorar as placas de desvio utilizando as passagens alternativas). Após o Assentamento Milton Santos, pegue a primeira entrada à esquerda.

2 – Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas. Rua Dr. Quirino, 560, CENTRO. Tel. 3775 5555

3 – Centro Acadêmico de Pedagogia (CAP) – Faculdade de Educação – Unicamp, Barão Geraldo, Campinas.
Para doar quantias em dinheiro:

Banco do Brasil – CONTA POUPANÇA
Titular: Caroline Maria Florido
Agência: 2447-3
Conta Poupança: 17367-3

Ao realizar doações, por favor, envie um email para: [email protected] informando a quantia depositada e, se desejar,
sua própria identificação.

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SECRETARIA REGIONAL CAMPINAS – MST
Correio Eletrônico: [email protected]
Página: www.mst.org.br
REFORMA AGRÁRIA: Por Justiça Social e Soberania Popular!!!

1 COMENTÁRIO

  1. Vamos lá pessoal, não podemos baixar as cabeças, com medo de lutar pela terra que nos pertence, amanhã vou preparar minha barraca, lá no milton santos, estarei preparado para qualquer ocupação futura, REFORMA AGRÁRIA, NA LUTA OU NA MARRA.

    Até mais companheiros.

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