Unipop e revista «Imprópria»: Debate «O Estado Novo em questão»

Debate O Estado Novo em Questão
 
Sexta-feira, 23 de Setembro, 18h30, Livraria Círculo das Letras (Rua Augusto Gil, 15-B, Lisboa)
 
Entrada livre
 
Organização: Unipop e revista Imprópria
 
O Estado Novo em Questão, livro publicado em 2010 que reuniu um conjunto diverso de estudos de caso, pretendeu distanciar-se dos estudos históricos, quer numa versão mais académica quer numa lógica de divulgação, que gravitam em torno do projecto ideológico do regime e das intenções dos seus governantes, em particular na vontade de Salazar. A proposta de um novo roteiro de investigação passaria então pela abertura a outros objectos de estudo que não coubessem na caracterização tipológica do regime e por uma renovação metodológica que sustentasse essa viragem historiográfica. A divisão social do trabalho, a estratificação social ou a própria construção do Estado são exemplos de processos históricos da modernidade que obedecem a lógicas que extravasam a história nacional, ou seja, estão aquém e além de um estudo do Estado Novo preocupado com a sua definição enquanto regime.
“Salazar é a árvore que esconde a floresta do exercício do poder na ditadura”, afirma-se na Introdução. Mas secundarizar a figura do líder e dos dirigentes numa ditadura não será camuflar a especificidade do exercício do poder do Estado, fortemente centralizado, hierarquizado e pessoalizado, do regime fascista? Ou será que o estudo da natureza fascista do regime, distanciando-o dos regimes liberais do período, esconde as formas de dominação política e de exploração económica do capitalismo (e não necessariamente do fascismo) em Portugal? E, para a opinião pública, será que o abandono da investigação sobre a caracterização tipológica do regime não serve os propósitos do conservadorismo historiográfico e memorialístico presentes no senso comum? Ou será que, pelo contrário, insistir em isolar o fascismo português na sua especificidade histórica nos impede de entender a continuidade de mecanismos de poder mais subtis que perduram até aos dias de hoje?
Para este debate, a revista Imprópria convidou os coordenadores da obra, Nuno Domingos e Victor Pereira, bem como João Valente Aguiar, autor de uma recensão crítica sobre o livro a sair na Imprópria e o historiador Fernando Rosas.

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