Militantes da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência sofrem ameaças de morte
Junto com a militarização e a criminalização da pobreza e da luta, estão se multiplicando as ameaças à vida, e mesmo os assassinados de militantes, por todo o país. Nas últimas semanas, companheiras da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência do Rio de Janeiro sofreram reiteradas ameaças (veja aqui), e na semana passada um militante do Movimento de Trabalhadores Sem-Teto sofreu uma tentativa de assassinato, no Distrito Federal (veja aqui).
Tentando encontrar nossas raízes debaixo das grossas camadas do esquecimento e da mentira, criadas pela história oficial, logo nos deparamos com a maldade e a truculência sem limites e sem tamanho das elites desse país, desde a época da invasão européia. Diante da menor tentativa de contestação, todos os aparatos repressivos eram mobilizados para promover o massacre – polícia, exército, milícias, jagunços, juízes, jornais, etc. E sempre esse massacre deveria ter um caráter exemplar, não poupando mulheres, crianças, idosos, e as mais perversas técnicas de tortura, humilhação, e terrorismo.
As elites desse país sempre foram sanguinárias, intolerantes e sempre ficaram apavoradas diante das formas de poder popular. E assim continuam até hoje.
O sistema capitalista fomenta e banaliza a violência, e nos reduz a algo insignificante, descartável, uma coisa que se mede por aquilo que pode comprar, e pela riqueza que ostenta. Pior ainda é a sentença para aqueles que não aceitam isso de cabeça baixa; esses devem ser discriminados e eliminados.
Se aceitar essa situação é impossível, diante dela precisamos redobrar nossos esforços no sentido de construirmos o poder popular, de modo a nos fortalecer diante dos nossos inimigos, e construirmos a convicção de que o sangue derramado não ficará impune, e que cada um desses companheiros e companheiras ameaçados são imprescindíveis.