Obras em área de risco previstas para depois do período de chuvas, enchentes e deslizamentos

Os autos de interdição de casas e barracos nas periferias de são Paulo já foram denunciados como mecanismo de aterrorizar moradores e acelerar processos de despejos já previstos em programas urbanos, como o programa mananciais (ver aqui e aqui). Afora o discurso da defesa do meio-ambiente, tão facilmente desmascarado pelo verdadeiro viés das obras públicas, que é o lucro dos grandes empreiteiros, ocupar área de risco é um dos grandes motes para despejos, que são remoções forçadas e sem alternativa habitacional.

Mas o que aconteceu com os milhares de habitantes notificados neste ano por terem suas moradias em área de risco? Reportagem de hoje (ver aqui)  mostra, que apesar de ter provocado medo e instabilidade nas comunidades, nada foi feito com a maioria de moradores, que deixaram de consertar suas casas esperando alguma mudança. E novas tragédias se anunciam com a época das chuvas e enchentes. Segundo a tal notícia, as áreas de risco estão mapeadas há mais de oito anos e foram re-mapeadas no início deste ano. Segundo os dados oficiais, 530 mil vivem em área de risco, sendo mais de 115 mil em área de altíssimo risco. Em nossa região (Grajaú/ Capela do Socorro), dizem que há mais de 40 áreas de risco. No entanto, das 62 obras previstas, 47 ainda estão sob licitação, e se iniciarem logo, devem acabar depois do período das chuvas. Periferia em risco é periferia em luta!

Rede de Comunidades do Extremo Sul de São Paulo-SP

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