Por Ronan Gonçalves [*]
A questão dos intelectuais é um velho tema interno à esquerda. Desde o desenvolvimento do movimento operário vimos serem desenvolvidas teorias de crítica social ao capitalismo. A concomitância das lutas e teorias alimentou um grande mito sobre o papel dos intelectuais para a luta social. A aposta, por vezes religiosa no papel do intelectual, levava à crença generalizada no potencial da educação para a prática anticapitalista. De Marx a Bakunin, passando pelos reformistas, vimos uma aposta profunda na educação que nunca parou para questionar se os trabalhadores seriam pessoas abertas ao que eles denominavam formação crítica. Muito dessa aposta no intelectual compõe a paisagem humana que herdamos. Mas será que se trata do mesmo tipo de intelectual? Será que as condições estruturais modernas permitem aos intelectuais de hoje um papel tão destacado quanto outrora?
Durante bom espaço de tempo, os intelectuais emergiram como porta-vozes dos oprimidos e explorados, defensores também dos privilegiados e puderam atuar tranquilamente. Eles possuíam autonomia e controle sobre a produção do saber. Não havia a concorrência do rádio, da televisão, da Internet, do brutal urbanismo funcionalista, da publicidade. A maioria dos teóricos críticos do capitalismo eram intelectuais, de forma que a teoria socialista foi sobretudo desenvolvida por elementos externos à classe trabalhadora, como Fourier, Marx, Owen, Bakunin, Kropotkin, Malatesta. Houve exceções, sendo mais conhecido o caso de Proudhon, de origem plebeia, mas ainda ligado a um mundo de trabalho pré-capitalista na rural França de meados do século XIX. Se, como dizia a frase símbolo da Primeira Internacional, a emancipação dos trabalhadores haveria de ser obra dos próprios trabalhadores, o desenvolvimento da teoria socialista havia sido obra dos intelectuais! E eles puderam atuar desde finais do século XVIII até meados do século XX, ou quase meados, conforme as trajetórias nacionais.
No entanto, o desenvolvimento do capitalismo, que com sua máquina implacável é capaz de submeter e reorganizar tudo conforme os ditames da economia, tratou de alterar completamente o campo de produção, organização e difusão das ideias, sufocando os intelectuais autônomos. O mesmo capitalismo, que com a escolarização massiva da população pôde oferecer uma massa de leitores aos intelectuais contestatários, tratou depois de tirar aos intelectuais o público que lhes havia acompanhado ao fazer da história. De um lado, preparava uma massa de leitores, mas, de outro, criava outros mecanismos de enquadramento mental.
A enorme função de disciplinar o pensamento, de moralizar, que foi a dos intelectuais humanistas por longo tempo, também da igreja, com o desenvolvimento assustador da técnica durante o século XX passou para o âmbito dos meios eletrônicos como a TV, rádio, internet, além de outdoors e urbanismo e, secundariamente, os grandes jornais. Digo secundariamente porque a Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo – maiores jornais brasileiros – possuem tiragem de 350 mil exemplares, enquanto a TV atua sobre o cérebro de milhões. Ainda, para ser influenciado pela Folha ou pela Veja, é necessária uma posição ativa do leitor, o que é talvez dispensável no caso do rádio e TV, outdoors etc.
O grande intelectual eletrônico representado pela indústria do entretenimento e da comunicação, por toda esta maquinaria de enquadramento mental, acabou por sufocar completamente os intelectuais autônomos. E tudo isto com a vantagem de passar ao público que as ideias deste ou daquele são políticas, mas as da publicidade, o videogame, os outdoors, os shoppings, o cinema, a TV, o rádio não o são.
A esquerda no poder traçou o mesmo caminho. Temos a CUT com seus programas televisivos, de rádio e a Revista do Brasil. Recorrem também à internet e à publicidade. Se no passado houve uma produção material e intelectual autônoma inscrita na robusta imprensa operária, hoje são os mesmos publicitários e as mesmas empresas que servem tanto aos empresários quanto aos sindicatos. O mesmo publicitário que num ano trabalha para um partido no outro serve ao concorrente.
E nem é preciso fazer considerações a respeito da proletarização e profundo controle que atingiu os trabalhadores das ideias, responsáveis pelos desenhos, pelas novelas, pelos programas de rádio, roteiros de filmes e outros. Se o Macartismo ficou conhecido pela perseguição a escritores, atores e diretores, e sabemos hoje o envolvimento de Walt Disney com a direita americana, em outros cantos a censura interna supria a função exercida pelo famoso senador.
Sobrou a universidade, dirão alguns. Mas os intelectuais foram deglutidos também pelo seu aprisionamento nas instituições universitárias, onde são docilizados e permanecem envoltos à carreira. Esses intelectuais perderam a aura que tinham, com a proletarização da universidade. Como proletários do conhecimento, o horizonte ofertado é o de inserir-se em algum grupo de estudo que faça pesquisa para o poder público ou para as empresas. Quanto mais útil o conhecimento produzido for para as empresas ou para o Estado, maiores serão as verbas recebidas. Tais grupos de estudo são verdadeiras encubadoras de gestores. O aluno começa hoje pesquisando violência na cidade tal e amanhã estará dando palestra para a polícia, assessorando prefeitura e, se for bem sucedido, pode tornar-se secretário, presidente de um conselho de segurança ou dono de ONG. Feminismo, educação, ambiente e vários temas permitem o mesmo percurso.
Há os que afloram aos jornais. Mas estes entram no esquema da autocensura – publicar algo que agrade para receber um novo convite para publicação. Não temos hoje na imprensa jornalística a presença de outrora de um Mário Pedrosa, um Cláudio Abramo, um Maurício Tragtenberg, este último demitido por pressão de empresários, sem contar os inúmeros processos que recebeu.
Quem se aloja mais à esquerda fica sem muito espaço. Há a Caros Amigos [1] que tem tiragem de 50 mil exemplares e há a Carta Capital. Parece muito, mas, no século XIX, Proudhon vendia milhares de exemplares sem a concorrência do rádio e da TV, havia ainda uma vigorosa imprensa operária. Num país com 190 milhões de habitantes, 60 milhões de miseráveis, 40% da população sobrevivendo com um salário mínimo mensal e com um índice vergonhoso de leitura de 1,8 livros per capta por ano, podemos constatar os limites.
No espaço da universidade, quem não se enquadra não tem muitas oportunidades e os financiamentos são menores ou inexistentes. A bem da verdade, uma pequena parcela faz pesquisa que tenha utilidade para além da própria formação, que não seja mera sistematização de leitura. Pesquisas do tipo “o que pensava Paulo Freire, o que pensava Gramsci, o que pensava Malatesta” abundam. Em outros casos trata-se mesmo de inutilidades ou temas de interesse estritamente local. E o que resulta disto tudo vira teses e dissertações que nem os orientadores leem ou vai parar em revistas que não somente são limitadas na tiragem como não são lidas nem pelos membros dos grupos de pesquisa que as editam. Quer dizer, ninguém lê a revista toda – cada um lê o seu artigo. Enfim, a revista serve para comprovar materialmente que o grupo de estudo existe e alargar o Lattes de seus membros.
Resumo do quadro: o intelectual eletrônico predomina e sufocou os intelectuais autônomos. Os que estão na universidade fazem pesquisa para empresas e governo, alguns servem aos jornais e revistas, TV. Há os radicais, mas com espaço e verbas restritas, sem saltar a bolha da universidade e com poucas pesquisas significativas.
Mas alguma coisa sobra. Há uns pesquisadores que produzem conhecimento que é útil e apropriado pelos movimentos sociais, assim como pelos trabalhadores em suas entidades. E este conhecimento é depois trabalhado nos espaços de formação próprios. Há escolas, há posses, há cursos de sindicatos, há cursinhos populares, grupos de estudo. E há a difusão. Nos últimos anos temos visto proliferar e difundir-se uma, embora fragmentada, prolífica imprensa eletrônica, e meios de comunicação que têm servido como instrumento de formação, debate e inter-relacionamento aos que lutam.
De movimentos por um transporte público e contra o aumento de tarifas, passando por sem-teto, sem-terra, minorias, movimento de literatura periférica, contra opressão carcerária, contra opressão policial, posses e associações, greves e paralisações por melhorias salariais e laborais, há formas variadas de luta. Para essas lutas têm servido as rádios livres, ditas piratas, os blogs, os sites, as redes, as mensagens de celular; têm surgido filmes e fotos, palestras e discursos, debates e polêmicas que servem aos participantes como palco educativo coletivo.
Parece que é conectando-se com tais meios que o pesquisador interessado poderá dar finalidade às suas pesquisas. Mas agora não existe mais o Partido que ofereceria a massa a ser educada. Ainda, o grau de auto-organização é bem mais elevado e são os movimentos que costumam chamar a quem lhes interessa. Há os meios de difusão e de discussão próprios. Por mais especializado que seja alguém em dado assunto, não há mais tanta diferença em termos de saber entre o pensador e o público, como havia antes. A população hoje possui uma maior instrução e, com dedicação, tantos podem desenvolver estudos sobre temas variados.
Nota
[*] Criado em Franco da Rocha, é mestre em Ciências Sociais pela UNESP de Marília.
[1] Temos a Revista do Brasil, publicação da CUT com tiragem de mais de 300 mil exemplares, mas esta é claramente uma correia de transmissão do governo encabeçado pelo PT e nela pouco há que diga respeito ao mundo do trabalho.
Pior que é.
Tem o Opinião Socialista!
Evandro,
publiquei o texto com a absoluta convicção de que é limitado, apenas com o interesse dar uma leitura inicial para um debate. Cito apenas como exemplo.
A primeira vez que me veio um raciocínio sobre a questão foi quando lí que Proudhon chegou a vender 60 mil exemplares de jornal militante, e isso no século XIX! Hoje, entretanto, há tanta gente que sabe ler e paradoxalmente ocupa suas cabeças com as novelas, filmes de entretenimento tolo, horóscopo, fofocas sobre a vida do jogador X, episódios do jogo clássico do ano 1970…
Quem são essas pessoas? Éramos nós – comecei a ler somente aos 17 anos. São nossos parentes, amigos e colegas de trabalho. O brasileiro tem ai uma média de quase 6 horas de TV dia. E se acaso perdeu a novela, basta pegar o trem ou o ônibus e logo as 6 da manhã ficará informado sobre quem beijou quem.
Os 90% que não leem deixam de lutar? De forma alguma! Ao contrário, grossa parte dos movimentos sociais mais impactantes de toda a história foram e são formados por tantos que não se enquadram no ideal iluminista ou militante do esclarecido que pela razão altera seu comportamento. As pessoas desenvolvem formas de crítica que vão desde as observações sobre a vida cotidiana, passam pelo rap, pela religião. São críticas sem o acabamento disciplinado e metodologicamente preocupado que certos setores têm como regra. E vemos os motoristas e cobradores de uma empresa de Campinas fazer greve não por salário – interesse individual – mas em solidariedade a colegas demitidos.
Pense comigo: quem são os grandes autores de nossa geração? Vamos tentar citar 10 grandes nomes que possuam ai 30 anos. Grandes referências críticas na educação, na economia, na política, na filosofia. Não temos ninguém! A realidade social de hoje não produz mais intelectuais, grandes pensadores do humano, e é por isso que ainda estamos lendo autores do século XIX, XX ou mesmo de antes. E não produz porque aquele tipo de pensador que vemos em Marx, em Weber, é difícil de ser produzido em universidades que segmentaram a tal o pensamento que pessoas passam a vida inteira estudando e fazendo carreira a respeito de um único livro, que pode ser do Gramsci ou do Machado de Assis.
Dos poucos intelectuais que restaram, os da espécie passada, pouco chega ao povo, que se blinda com a TV e com o Shopping. Os jornais e revistas pasteurizam aqueles que contratam ou já contratam pensadores pasteurizados. Na universidade, é carreira, pesquisa para empresa e Estado, visando verbas. Quem quiser estudar as terceirizações dentro da própria universidade, a exploração de trabalho não pago de alunos, a socialização em clientelas que estrutura o funcionamento da universidade, desde a possibilidade de ser contratado por panelinhas que controlam departamentos até a possibilidade de ter uma livraria dentro da faculdade, as formas de punição, enfim, dificilmente terá apoio. A universidade aceita a existência de grupos críticos, desde que não afetem as coisas e se limitem a grupos de estudo, seminários e publicação de revista. Nada de apoiar greve de funcionários. Assim, a UNICAMP possui bom bloco de pesquisadores marxistas cujos cafés são servidos por terceirizadas que ganham salário mínmo. O pensador que a universidade realmente nutre e exporta é o que pesquisa violência e dá subsídios para a polícia militar, ou que vai dedurar militantes travestindo-se de jornalista.
Diante de tudo isso, os poucos que restam, ou o saber que é útil de forma crítica depende dos espaços de discussão e de formação que são criados pelas lutas. Cursinhos populares, blogs (velhos fanzines), sites, grupos de estudo, posses, movimentos forma o espaço onde se dá uma dimensão crítica a certos saberes, a certos pesquisadores. Pense no movimento passe livre e como ele resgatou e dá outro valor ao conhecimento acumulado pelo engenheiro Lúcio Gregori. Revalidar um saber, divulgar, colocar em debate. Do mesmo modo, uma coisa é estudar a questão feminina e ser resgatado por promotores e delegadas. Outra é um dia estar na cabeça de domésticas que lutam contra a servidão imposta pela classe média, de esquerda ou de direita.
A sua visao coincide com a minha. Com o agravante de, aqui, quando se deseja fazer um exercicio intelectual recomenda-se o anonimato enquanto nao chega a idade da reforma…
Por isso e que sou um “LIVRE” pensador. Penso anonimamente. E pela minha propria cabeca.
Que a mercantilização, burocratização e oligopolização (este último relativizado pelo advento da internet) dos meios de comunicação tenha ocorrido é fácil de se perceber. Com isto, os intelectuais autônomos (defensores dos interesses das classes exploradas e grupos oprimidos) hoje encontram situações difíceis. Isto não significa que já não encontrassem antes.
Mas não podemos esquecer que o papel dos ideólogos (qui no sentido neutro, de articuladores e organizadores do pensamento e do interesse de determinadas classes sociais) tenham a desempenhar. Os sites, grandes revistas, etc, não “desenvolvem” uma ideologia própria, mas sim reproduzem e divulgam os “grandes” intelectuais do capital. O trabalho sério de refletir a realidade para nela intervir (para manter ou transformar), continua necessário, disto, os capitalistas e anticapitalistas sabem muito bem…
De fato. O pensamento que é produzido na universidade nem mesmo com as lutas internas se conecta. Os intelectuais de esquerda da universidade conseguem ver os trabalhadores do mundo todo, menos os que estão dentro da própria academia.
Embora proletarizados – hoje um professor é um trabalhador como qualquer outro – os profissionais da educação não gostam de se ver como iguais aos demais. Mesmo a peãozada da educação pública, que lecionam até em meio a fezes e sob jornadas do século XIX, gostam de se ver com qualquer coisa de especial, de diferente com relação aos demais. Assim, a tendência para os proletários do saber é de não se misturarem, não se conectarem, não participarem das lutas, greves, protestos. Ficam isolados. Tentando ostentar um estatuto que não possuem mais.
Apesar de alguns intelectuais em certos momentos históricos terem assumidos papéis políticos relevantes, creio que jamais houve um momento em que a classe intelectual militou politicamente, sobretudo como classe educadora do povo. Quando isso acontece mais parece mais um evento ocasional – tal como o caso brasileiro , onde tivemos um intelectual na presidência da república (estou falando de FHC).
Creio que a grande questão é que as pessoas não querem se politizar, essa é a verdade. Ninguem se interessa por Hegel, por Marx, por ciências sociais, por filosoia, e também não costuma interessar a ninguem a militância pura e simples; diante de circunstâncias minimamente estáveis, as pessoas se acomodam. Não falo nem em circunstâncias favoráveis, basta que elas seja estáveis, ainda que não tão boas. As pessoas só aderem à revoluções e grandes movimentos políticos quando são retiradas de seu estado de comodidade. Para se tirar a comodidade das pessoas, o único meio eficaz me parece ser fazê-las sentir na pele, seja a fome, a dor, o cárcere, etc., contudo, ninguem se propõe a defender essa bandeira; é o velho dilema da esquerda; as pessoas só vão se mexer se sentirem na pele, mas não podemos defender que a sociedade se deteriore para que elas saiam do estado de comodidade.
Por outro lado, é muito comum que os intelectuais não sejam levados a sério no que diz respeito às questões políticas fundamentais de um país, e eles merecem. Se fala muita besteira por aí; apesar do excesso de boa vontade, existe também um excesso de alienação e de falta de senso. Isso não ocorre só no campo da política, mas sim em todos os ramos da vida prática.
Concordamos, contudo, no que diz respeito a imensa falta de criatividade dos teóricos brasileiros; talvez ainda precisemos de uma tradição intelectual mais sólida, e esse é o tipo de coisa que se faz também por números; nossas universidades são fraquíssimas, e mesmo dentre os alunos das boas universidades, muitos são maus alunos, essa é a verdade; some-se a isso a tradição analítica na qual somos treinados. O resultado final é um país que continua dependente intelectualmente, mas que não nos impediu de produzir alguns gênios, principalmente no campo da literatura.
Voltando ao centro do debate; realmente a questão do espaço de debate público precisa ser melhor trabalhada em nosso país. Se os espaços públicos são uma das mais importantes instâncias de uma democracia, é evidente que a infantilização que vem acometendo os debates políticos brasileiros é mais séria do que se imagina. Eu particularmente não mais compartilho dessa idéia de “instâncias comunicativas” possibilitadoras da democratização; sou mais cético a respeito disso, mas reconheço a seriedade e sobriedade desse posicionamento e os problemas que temos na práxis política brasileira nesse nível.
Por fim, e para concluir, creio que um dos grandes problemas dos projetos políticos da esquerda foi exatamente buscar erigir Estados baseando-se em idéias, análises e diagnósticos estruturais. O projeto capitalista, por seu turno, foi se amadurecendo com o tempo, com as práticas sociais; o comércio desde a idade média vinha se organizando, até o ponto em que as forças sociais culminaram em determinados eventos que enfim possibilitaram a formação de um novo modelo de sociedade. Se por um lado a falta de planejamento e racionalidade teórica da sociedade capitalista foi algo a ser criticado pela esquerda clássica, por outro, a racionalidade puramente teórica demonstrou-se claramente problemática em termos de sua aplicação prática.
Enfim; em termos gerais, não acho que seja de fato um bom negócio deixar o ouro na mão desses malucos excêntricos que chamamos intelectuais.
Texto muito bom!
uma observação: as igrejas não perderam o poder que o texto diz ter perdido. É flagrante o poder que as neo-pentencostais têm alcançado no Brasil. É verdade que as pessoas podm ter acesso a informação muito mais facilmente que no passado. Mas não há um nexo ncessário entre informação e religião. Religião tem a ver com “sentido existencial” da própria vida. Assim, é pouco decisivo se há mta ou pouca informação.