No Natal de 1965 eu era operário numa pequena fábrica de Mem-Martins [perto de Lisboa]. Na semana anterior à data natalícia, um operário dessa fábrica partiu uma perna e ficou internado. O patrão, que era muito religioso, cortou-lhe o salário e nem o visitou no hospital. Nessa altura não havia Segurança Social e o trabalhador ficou numa situação desesperada. Para que a família do operário não passasse o Natal na miséria, fizemos entre todos – e ganhávamos tão pouco! – uma recolha de dinheiro para valer ao nosso camarada. Aprendi aí o que é a solidariedade operária. E aprendi também o que é o capitalismo. Manuel Monteiro

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