Uma operação da Polícia Militar, com participação do Bope, começou hoje pela manhã em Acari e ainda continua, principalmente na localidade chamada “Fim do Mundo”. Segundo moradores, três pessoas já foram mortas a tiros, em circunstâncias ainda não esclarecidas. Moradores estão muito apreensivos, com medo de sair de casa, etc.

Acari tem sido objeto de freqüentes “operações” policiais quase sempre acompanhadas de graves violações de direitos, como invasões de domicílio (“buscas” sem mandato), agressões, ofensas, exposição de crianças a tiroteios, etc. Essa continua sendo a realidade cotidiana da grande maioria das favelas das Zona Norte e Oeste da cidade, que reúnem de longe a maioria da população pobre do Rio, embora versão oficial, infelizmente acompanhada pela maior parte da imprensa, seja a de que vivemos uma “nova realidade” na cidade com as UPPs. Na verdade, as unidades “pacificadoras” só estão instaladas numa minoria de comunidades situadas em áreas de alta valorização imobiliária do município (principalmente na Zona Sul), e mesmo nelas as denúncias de violações (inclusive muito graves, como execuções sumárias) têm se multiplicado. A Rede desde o início divulgou estas denúncias e o caráter geral do projeto das UPPs, de início de forma isolada, mas aos poucos outras organizações defensoras de direitos humanos e mesmo parte da imprensa começa a dar voz aos moradores desrespeitados. O mesmo para as graves violações, cometidas pela polícia e pelo Exército, nos Complexos do Alemão e da Penha.

Quando tivermos mais informações sobre a operação em Acari as divulgaremos.

Comissão de Comunicação da Rede contra a Violência

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