Desde o dia 03.07.2012, a reitoria foi ocupada pelos estudantes depois de uma assembleia geral, na qual deliberou-se pela ocupação. Isso aconteceu pois a reitoria tratou a negociação com descaso, assim como está ocorrendo com as demais categorias que estão em greve na universidade.

A partir de maio de 2012, houve um intenso debate sobre a situação de precaridade dos cursos, mesmo antes da deflagração da greve geral, os cursos de medicina, engenharia química e psicologia entraram em greve. Pode-se notar assim a estrutura do processo no qual a greve foi deflagrada, ela ocorreu de ?baixo? para cima: de início, mais de 20 cursos deliberaram em assembleia pelo indicativo de greve; e logo após este processo de consulta aos alunos, foi decido em assembleia geral dos estudantes a deflagração da greve que ocorreu dia 29 de maio.

As nossas pautas locais compreendem importantes eixos sistematizados a partir do que foi levantado nas assembleias locais e geral dos estudantes: Acessibilidade, Assistências Estudantil, Bibliotecas, Currículo, Democracia na Universidade, Estágios, Estrutura e Privatizações! Cada um possui itens específicos e uma ementa que foi elaborada pela Comissão de Negociação. As pautas foram protocoladas junto à Reitoria após o ato nacional em defesa da educação no dia 14 de junho. O ato contou com a presença de mais de 1000 pessoas, entre elas, grevistas das três categorias da universidade (professores, técnicos e estudantes).

De lá pra cá, buscamos estabelecer uma via de negociação com a Reitoria, no entanto, as negociações não foram levadas a sério pelos órgãos gestores da universidade. Numa das reuniões de negociação do Comando de Greve dos Estudantes, a Reitoria deixou escapar que a ANDIFES (Associação nacional de Dirigentes de Instituições Federais do Ensino Superior) recebeu uma orientação do MEC (Ministério da Educação) para que as negociações não avançassem. Foi neste cenário que os Estudantes da UFPR decidiram em VI Assembleia ocupar a Reitoria enquanto não houvesse avanço nas negociações. Cansados de assistirem as suas vidas sendo geridas por políticos de carreira, os estudantes resolveram tomar para si as rédeas da situação e começaram a se organizar de modo horizontal e democrático!

Pode-se notar que a decisão de ocupar a Reitoria não foi um ato isolado dos estudantes, mas foi referendada por mais de 300 estudantes (e não 150 como afirmam na nota) que participaram da última Assembleia. A horizontalidade do movimento constitui um dos pilares da democracia direta instituída pelos estudantes da UFPR. Tal horizontalidade foi questionada pela nota da gestão atual do DCE-UFPR, à medida que esta gestão afirma que teve uma participação ativa no processo de greve, ?ainda que não tenha tido sua opinião ? divergente ou não ? devidamente levada em conta?. O Comando de Greve dos Estudantes esclarece que todas as opiniões tiveram o mesmo peso no processo deliberativo, deste modo, seria injusto se conferíssemos um peso maior às opiniões expressadas pelo DCE-UFPR em relação aos demais estudantes da UFPR. Se assim fosse, teríamos ferido o principio da horizontalidade, tão caro ao contexto político no qual vivemos. Vale esclarecer a auto-organização do movimento, que estrutura-se em comissões de eventos, comunicação, ética, segurança, estrutura e limpeza ? possuímos regras, no intuito de garantir o cuidado com o patrimônio público ocupado e a segurança dos estudantes, dentre elas o não consumo de drogas líticas e ilícitas.

Cinicamente, a atual gestão do DCE-UFPR afirma que um grupo majoritário do Comando de Greve dos Estudantes ?tem agido e tomado decisões de maneira opressora, sem considerar a opinião dos representantes do DCE ou de qualquer outra?. Novamente podemos ver a posição de hierarquia que a atual gestão do DCE-UFPR vem se colocando neste processo, como se as opiniões dos estudantes tivessem que passar pelo crivo da atual gestão.
Vale lembrar que o mesmo DCE-UFPR, que vem buscando se colocar numa situação privilegiada frente às opiniões dos demais estudantes, se aliou (e é aliado) ao governo federal (e à Reitoria) para combater o movimento grevista por uma educação pública e de qualidade. Deste modo, essa entidade passou por cima das assembleias realizadas pelos estudantes da UFPR, na qual foram tirados delegados para compor o Comando Nacional de Greve dos Estudantes, sendo que tem como uma das pautas o 10% do PIB para a educação pública. O DCE não aceitou a posição da assembleia e sentou com o Ministro da educação, Aluízio Mercadante, para negociar (junto com a União Nacional dos Estudantes, UNE ? aparelhada pelo PT) as pautas pelas costas do movimento grevista. Essas e outras atitudes desta entidade demonstram seu caráter autoritário e governista que vem sendo posto em prática desde o início do processo. Nesta perspectiva, o movimento está sendo atacado por diversos setores do governo federal, por isso os estudantes temem pela sua segurança e, portanto, por possíveis retalhações que possamos sofrer após o processo de greve, vedamos a janela com o intuito de preservar a nossa imagem e identidade do mapeamento e monitoramento do Estado para com os grevistas.

Cabe dizer também que o DCE-UFPR mentiu ao dizer que o Comando de Greve dos Estudantes não conta com o apoio (e a solidariedade) das outras categorias em greve na UFPR, como os técnico-administrativos e professores. No dia 5 de julho ocorreu uma Assembleia Comunitária, as outras duas categorias aprovaram nesta uma moção de apoio à ocupação da Reitoria realizada pelos estudantes. Como também intercederam frente à Reitoria para pressioná-la a voltar à mesa de negociação, suspendida após a ocupação, tornando público a legitimidade da ocupação frente às outras duas categorias da UFPR. É por estas e por outras que decidimos pedir aos meios de comunicação o direito de resposta, tendo em vista que o DCE-UFPR caluniou o Comando de Greve dos Estudantes a fim de deslegitimá-lo frente à população.

Portanto, aproveitamos este momento para estabelecer um diálogo franco com a população, pois acreditamos que esta luta não é só dos estudantes, mas é também de todo o povo brasileiro. Já chegou o momento de dizer basta ao modo pelo qual os políticos vêm tratando a educação brasileira. Para o Governo Federal é mais importante financiar os lucros dos bancos, agiotas e ?comparsas? (como a construtora ?Delta? de Carlinhos Cachoeira) do que investir na educação PÚBLICA e de QUALIDADE.

Pedimos à população que nos ajude a pressionar a Reitoria, isso pode ser feito através do envio de um simples e-mail direcionado ao reitor e demais órgãos de direção da universidade. Vamos lotar a caixa de e-mail da Reitoria, demonstrando assim o apoio da população à luta dos estudantes por uma educação superior pública, de qualidade e para TODOS. Mandem e-mail aos seguintes endereços para demonstrar apoio à luta dos estudantes: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Pelos 10% do PIB para a educação pública JÁ!

POR UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA, DE QUALIDADE E PARA TODOS!

http://comandoufpr.wordpress.com/

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