Burrice ou malandragem?
Na semana passada alguns jornais divulgaram a notícia de que atualmente na cidade de São Paulo são mais de 27 mil famílias recebendo o tal auxílio-aluguel (ou seja, mais de 100 mil pessoas), num valor mensal que varia de R$ 300 a R$ 500. Se tomarmos o valor de R$ 400 como média, por ano se gasta aproximadamente R$ 130.000.000,00 (130 milhões de reais) em auxílio-aluguel.
Mas vamos pensar uma coisa: uma parte importante das famílias despejadas, por exemplo, foi vítima do Programa Mananciais. Acontece que esse programa foi concebido há 20 anos. Quer dizer, 20 anos não foi tempo suficiente para se construir as moradias ANTES de despejar as famílias? Isso pouparia a essas famílias muito sofrimento e insegurança, e pouparia muito dinheiro, que está sendo jogado fora com o pagamento dos auxílios-aluguel e de toda uma enorme estrutura empregada nos despejos. Se esse dinheiro fosse empregado numa verdadeira política habitacional, a situação seria bem diferente, mas não é esse o interesse do Estado e dos endinheirados.
Por outro lado, na cidade de São Paulo já existem uma infinidade de pessoas sem-teto ou vivendo em condições inadequadas (o tal déficit habitacional), e com a onda de despejos em massa em curso isso está se agravando. E mais uma vez perguntamos onde estão sendo construídas as milhares de moradias para essas pessoas todas?
A resposta a essas perguntas revela o descaso do “poder público” com relação à população pobre, e o compromisso do Estado com a especulação imobiliária.
O que acho é o seguinte, deve-se dar esse dinheiro a famílias de adoção. Todas essas pessoas iriam morar para a casa de alguém, haveriam conflitos , então essas pessoas iriam mudando de família, adquirindo pela convivência outra visão de vida e um dia deixariam de depender do estado