Policiais acusados da morte de Maxwill de Souza dos Santos vão à Júri Popular

Os policiais militares Sérgio Fernandes de Moraes, Marcelo Sales de Oliveira e Rosemberg Ferreira de Miranda, acusados da morte de Maxwill de Souza dos Santos , irão à Júri Popular, segundo decisão judicial recentemente publicada. Maxwill foi assassinado pelos policiais na comunidade em que morava, em Brás de Pina, Zona Norte do Rio de Janeiro, em 2009. Os policiais pertencem ao 16° Batalhão (Olaria), de onde também sairiam os PMs responsáveis pela morte de Júlio César de Menezes (morto na Cidade Alta, em 2010), de Caique Mata dos Santos (uma criança de 5 anos, morto em 2011, na comunidade do Pica-Pau) e Rafael de Souza dos Santos (morto em 2012 quando policiais confundiram o estouro de um pneu com um tiro). Além disso, tanto Marcelo quanto Rosemberg respondem criminalmente em outros processos também por homicídio.

O caso estava caminhando relativamente bem, num ritmo até incomum para o judiciário. Em menos de um ano os acusados haviam sido presos, de forma cautelar, posteriormente indiciados e sua denúncia aceita pela justiça (infelizmente, apenas três dos oito PMs envolvidos foram pronunciados). Entretanto, por mais um descaso de nossa Justiça, um erro cometido pelo Tribunal fez interromper o trâmite do processo. Este, por decisão dos desembargadores, teve que retroceder à fase de audiência, pois em uma delas não teria ocorrido a gravação dos depoimentos.

Além de sucessivos adiamentos, por medidas protelatórias da defesa ou mesmo pela própria dinâmica excessivamente lenta da Justiça, e mesmo com tentativas de intimidação que um dos advogados dos policiais realizaria sobre os familiares de Maxwill, estes e nós, da Rede contra a Violência, continuamos a luta por justiça.

O pronunciamento dos três policiais significa uma importante vitória da luta dos familiares de Maxwill e ressalta, mais uma vez, que apenas a
determinação em persistir neste caminho da busca por justiça é que nos fará superar a política de extermínio do Estado brasileiro.

Divulgaremos a data do julgamento assim que for determinada pela justiça.

Comissão de Comunicação da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência

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