Ataque ao Assentamento Milton Santos

Com exceção daqueles cínicos ou ingênuos que sustentam que as mudanças virão de cima, os lutadores e lutadoras sabem que estamos em tempos difíceis de desmobilização, cooptação e muitas barreiras para a construção do poder popular.

Milton-3-300x200Um ano em que houve o massacre do Pinheirinho e que foi recheado de violência do Estado contra o povo, ainda pode terminar em mais umaação de despejo contra famílias que lutaram anos, conquistaram um pedaço de terra, e consolidaram um assentamento produtivo, apesar de muitas adversidades. Um assentamento que existe há anos, reconhecido pelo INCRA, numa área do INSS que não cumpria qualquer função social, e que era utilizada por uma Usina. Agora essa Usina reivindicou na “justiça” a posse da terra, e obviamente os juízes aceitaram a ação e entraram com uma liminar de despejo contra os assentados, cuja data de execução é o dia 26 de dezembro.

Sabendo dos riscos que corriam, por muitas vezes os assentados reivindicaram junto ao governo federal a desapropriacão do terreno ou um decreto de concessão especial de uso da terra. Porém, nada aconteceu.

Como sempre, a “esquerda” hipócrita no poder coloca a culpa em burocracias – as burocracias que há tempos ela comanda -, e se nega a decretar a desapropriação da terra, incapaz que é de tomar qualquer medida que possa ir contra os interesses dos proprietários. Afinal, já está mais do que evidente que o “governo dos trabalhadores” é bastante eficaz em duas áreas:1) em atender aos interesses do grande capital, seja o do agronegócio, dos banqueiros,

milton santosdos dirigentes industriais e de todo o empresariado, e 2) em enrolar aqueles que se organizam e lutam. Para isso, colocaram na burocracia do Estado uma legião de “ex-companheiros”, pessoas que tiveram uma militância em organizações de esquerda, e que nela desenvolveram uma grande lábia e um conhecimento sobre como funcionam os movimentos por dentro. Aliás, em muitos casos os próprios movimentos se tornam justamente isso: “escolas de quadros” burocráticos para a gestão do capitalismo, e para a contenção da luta do povo.

Rede de Comunidades do Extremo Sul de São Paulo-SP

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