Dia de bastante atividade e discussão política na nossa ocupação.
Hoje pela manhã, tivemos uma conversa com a militante síria Sarah Al Suri sobre a conjuntura da “Revolução Síria” e sua relação com a luta dos trabalhadores brasileiros, em especial com as famílias do Milton Santos.
Durante a tarde, discutimos mais uma vez os passos de nossa luta.
Para a atividade político-cultural noturna, Chellmí, membro do Sarau da Brasa, da Brasilândia, zona norte de São Paulo, junto com Paulo e Ana, do Sarau Perifatividade, do Fundão do Ipiranga, zona sul, vieram mostrar sua solidariedade à luta do assentamento: “Estamos aqui como colaboradores mais até para incentivar a resistência”. Junto a assentados e apoiadores, falaram da luta cotidiana dos moradores da periferia e recitaram poesia e rap.
Em seguida, houve uma conversa com os professores Isabel Loureiro (UNICAMP) e Paulo Arantes (USP). No debate, um dos assentados sinalizou:
“Nesse barco que está aí estamos vendo que existem várias famílias de outros assentamentos. A gente está pensando não só no Milton Santos, mas em outros que vão entrar nesse barco furado. Com a situação da reforma agrária, a gente precisa juntar toda a população. Vou lutar até o fim da vida. O que esse governo está pensando do nosso país? Eu temo que se o Assentamento Milton Santos for devorado, vai abrir uma lacuna para outros assentamentos caírem também.”
A pergunta que ficou no ar foi feita pelos próprios professores: “Por que eles querem estas terras especificamente? O que está por trás disso tudo?”
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Não havendo nenhum posicionamento do governo federal em relação ao decreto de desapropriação por interesse social do terreno, seguimos na luta!
Vejam também o vídeo em que o rapper Emicida demonstra o apoio ao Assentamento Milton Santos no seu show aqui.