A faculdade era particular e, em 1999, nela havia um incipiente movimento estudantil. Quando conseguimos travar uma pequena luta contra o aumento abusivo das mensalidades e contra a proibição contratual da rematrícula dos que tinham dívidas com a faculdade, veio a surpresa e o começo do fim de nossa luta. Numa madrugada o diretório central dos estudantes foi aberto, teve todos os seus documentos roubados e a porta perfeitamente fechada. Nada pudemos fazer. O recado estava dado, era claro e assustava. Dias depois um dos vigilantes que acompanhou o fato me contou em sigilo absoluto, que guardo até hoje, o que se passou. Disse-me que quem roubou os documentos foi o diretor da faculdade com ajuda de um chaveiro pago pelo mesmo. Mas disse ainda: “Pense bem antes de abrir o bico. Isso vai dar polícia e vai ser foda, e eu não quero perder o meu trabalho e nem quero mais problema com a polícia. Posso até perder o trabalho que não dá nada, mas e depois, quando vierem atrás de nós, você se garante? Eu me garanto!” Em outras palavras ele estava dizendo o seguinte: Nós vamos mexer com gente agressiva, e você vai conseguir fazer a sua segurança sozinho? Passa Palavra

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