Depois de estudar naquela faculdade eu virei empregado dela. Um dia o mesmo diretor me parou no único corredor de departamentos que lá havia naquela época e, em meio ao movimento de professores, coordenadores, funcionários e estudantes, foi logo dizendo em alto tom: “Então quer dizer que você é comunista!?”
E eu: “Sou.”
Ele: “Eu não sou.”
Eu: “Eu sei.”
Ele: “E o que você acha do seu salário?”
Eu: “Bom.”
Ele: “Você acha mesmo que o seu salário está bom?”
Eu: “Acho.”
Ele: “Pode ir, era só isso que eu queria saber.”
Todos que escutaram ou ficaram sabendo achavam que eu seria demitido no mesmo dia ou naquela semana, no máximo até o fim do mês. Mas fiquei lá mais de um ano sem que nenhum chefe me perguntasse mais nada sobre comunismo ou salários. Passa Palavra

1 COMENTÁRIO

  1. Mascarar-se as vezes pode ser bom para testarmos se nossos atos ou ideias transcendem nossas identidades. Mas quem acha que a revolucao sera feita por mascarados, este eh o maior dos pacifistas, que goza ao jogar uma pedra ou um pau, mas teme a violencia de uma ruptura de mundos. Brinca de destruir e nao se preocupa em reorganizar. Pior, deixa espacos em branco para que outros venham a ocupar.

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