Casa da Achada: Cinema Ao Ar Livre

CICLO DE CINEMA AO AR LIVRE FÉRIAS NA ACHADA

Segundas-feiras, 21h30

As férias não são tão velhas como o mundo. Antes de começarem a regular os calendários, quem as gozava eram os que não viviam do trabalho e não precisavam de «descansar», mas podiam «mudar de ares» e fazer «vilegiaturas». No século XX, as férias mudaram de figura: foram uma conquista dos trabalhadores e um direito (con)sagrado. Hoje são «matéria» do comércio e da indústria – «turismo», agências de viagens… E cada vez mais «repartidas». E há cada vez menos «férias»: se não há trabalho, ou se o trabalho é precário, e sem contrato, como pode haver «férias»? As antigas férias (como os «fins-de-semana», os feriados e as suas «pontes»), conquistadas aos patrões, enquanto terreno da «felicidade» vinda do «não fazer nada», do «não obrigatório», do tempo «livre», têm sido tema e lugar da literatura, da pintura, do teatro, do cinema. Férias desejadas, idealizadas, aproveitadas, e também malbaratadas, desgraçadas. São um tempo com lugares, hábitos e rituais próprios, e paixões, dramas, tragédias e comédias que o «ócio» pode tornar diferentes ou ampliar. São espelho duma sociedade, é claro. O filme mais antigo deste ciclo, Passeio ao campo de Renoir, começou a ser rodado em 1936, ano determinante na vida dos assalariados franceses: milhões de operários partiram pela primeira vez para as praias, sem perderem o salário dos 15 dias em que não trabalhavam. Vários filmes deste ciclo são dos anos 50. E, ao contrário do que tem acontecido com outros ciclos, não há nenhum do século XXI. Por alguma razão será. Um ciclo dedicado sobretudo aos que (já) não têm férias e que as poderão ter aqui, olhando para as férias dos outros, uma noite por semana, ao ar livre, enquanto é verão.

Segunda-feira, 1 de Julho, 21h30 As férias do sr. Hulot (1953, 114 min.) de Jacques Tati apresentação por João Rodrigues
Segunda-feira, 8 de Julho, 21h30 Férias em Roma (1953, 118 min.) de William Wyler apresentação por Eduarda Dionísio
Segunda-feira, 15 de Julho, 21h30 Mónica e o desejo (1953, 96 min.) de Ingmar Bergman apresentação por Regina Guimarães
Segunda-feira, 22 de Julho, 21h30 Bom dia, tristeza (1958, 94 min.) de Otto Preminger apresentação por João Pedro Bénard
Segunda-feira, 29 de Julho, 21h30 Ultrapassagem (1962, 105 min.) de Dino Risi apresentação por Fernando Nunes

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