Durante a curta existência de nosso movimento popular – a Rede de Comunidades do Extremo Sul – vivenciamos diversos despejos e vimos centenas e até mesmo milhares de famílias sendo expulsas de suas casas aqui no Grajaú. Em meio ao desespero e a um grande sofrimento em vão denunciamos esse massacre e realizamos lutas no intuito de resistir a ele.
Com a organização do povo e com a onda de ocupações de terras inutilizadas aqui na nossa região, esse quadro mudou. De nossa parte, estamos nos esforçando ao máximo para evitar qualquer tipo de conflito com a polícia e para realizar uma luta pacífica, porém contundente. Estamos pressionando os governantes para que estes atendam a essa reivindicação mais do que legítima, que é a moradia digna para a população pobre.
Esperamos que os governantes tenham o bom senso de atender a essa necessidade, e de não adotar a via que eles costumam adotar, que é a da intensificação da repressão e da violência contra o povo. As ocupações são formadas por famílias, e a última coisa que queremos é sofrer com balas de borracha, cassetetes e bombas. Se a Tropa de Choque tentar realizar um despejo, as famílias irão sair, mas assim que a polícia virar as costas, entrarão novamente nos terrenos, por uma, duas, ou dez vezes se for necessário.
É bom que os governantes saibam que estamos nessa luta para vencer, e que não iremos desistir. Todo Poder ao Povo!