Com muita euforia e coletivas na imprensa, o prefeito de São João Del Rei, Professor Helvécio (PT) anunciou a redução do preço da passagem do distrito de São Sebastião da Vitória de 6,30 para 4,10 reais no dia 14 de agosto. Só que ele se esqueceu de dizer que para recompensar essa diminuição (em negociação com a Viação Presidente), dobrou o preço da tarifa do ônibus que faz o transporte da população da comunidade do Canela que se localiza a um quilômetro do Rio das Mortes. Os moradores do Canela que antes pagava 1,80 para ir até no distrito de Vitória, Rio das Mortes e comunidade de Januária, agora tem que pagar 4,10. Segundo moradores, a população nem foi avisada que o preço iria aumentar. Teve um caso de um trabalhador que ao se deparar com o aumento do preço da passagem quando entrou no ônibus, recusou-se a pagar porque não tinha quantia certa. Por causa disso, o cidadão foi convidado a se retirar do ônibus, mas por sorte, um passageiro resolveu pagar a quantia que faltava. Segundo moradores, a população utiliza muito ônibus para ir trabalhar nas comunidades vizinhas, principalmente as mulheres que trabalham de doméstica no Rio das Mortes. Reclamam ainda que além de ter encarecido a tarifa, o ônibus não entra no povoado. O usuário tem que andar cerca de um quilômetro até a perigosa BR-265 para pegar uma lotação que não tem bagageiro e nem sinto de segurança. Um assessor do prefeito compareceu no local da manifestação e negociou a realização de uma reunião com os moradores na segunda-feira próxima, e pediu para que na reunião não tenha membros da Assembleia Popular e da imprensa, a exemplo do que aconteceu recentemente na reunião com os moradores do distrito de Vitória. O assessor ainda tentou negociar a liberação do ônibus que se encontra cercado pelos manifestantes desde as 6 horas, mas eles disseram que só liberarão o ônibus quando abaixar o preço da passagem.
OUTRAS NECESSIDADES
Ainda de acordo com os moradores, a comunidade convive com outros descasos como a falta de água. Foi relatado que tem um poço artesiano pronto, mas não fizeram a estrutura para bombear a água até as casas. Agora, no tempo da seca, muitos moradores estão tendo que buscar água nas costas nos córregos da região. Outro problema relatado é que a comunidade não tem nenhum posto de atendimento médico.
São João del Rei, Minas Gerais, 16 de agosto, 2013
de: Pétterson Ávila Correa
