Desde a primeira manifestação realizada pelos moradores da recente onda de ocupação, os órgãos municipais têm adotado como tática recebê-los de portas fechadas. Por Passa Palavra
Moradores de três ocupações do Grajaú, distrito da Zona Sul de São Paulo, juntos com a Rede Extremo Sul voltaram ao centro da cidade hoje, dia 11 de setembro, para exigir medidas que avancem para solucionar o problema da habitação na região. Desde o último protesto realizado em frente à Prefeitura, a Secretaria Municipal de Relações Governamentais prometeu que seria agendada uma reunião entre os ocupantes e o secretário de Habitação, e outra reunião com o prefeito Fernando Haddad. No entanto, nenhum sinal de negociação foi dado.
Quatro ônibus com moradores do Grajaú chegaram ao centro por volta do meio-dia e se somaram a apoiadores e moradores da Favela do Moinho, que também se manifestavam em frente à Central de Habitação, ligada à Secretária de Habitação. Agentes da Guarda Civil Metropolitana, que com suas viaturas protegiam os portões, alegaram que o expediente do órgão havia sido cancelado e que ninguém poderia atendê-los. Algumas ligações de telefone, porém, comprovaram que os gestores da pasta encontravam-se noutro prédio da região central, mas negavam-se a sequer receber manifestantes.
Para cada despejo, uma nova ocupação
No último fim de semana, cerca de 150 famílias tornaram a ocupar um terreno ocioso no Jardim Itajaí, bairro do Grajaú. Responsável pelo terreno, a Subprefeita da Capela do Socorro ordenou que, pela 4ª vez, as famílias fossem despejadas dois dias depois. Entretanto, os moradores outra vez resistiram à ação do Poder Público e ocuparam novamente o terreno logo em seguida.
A gestão de Haddad e sua subprefeita na Capela do Socorro tem sido muito mais truculenta do que se esperaria de um mandato petista. Desde a primeira manifestação realizada pelos moradores da recente onda de ocupação, os órgãos municipais têm adotado como tática recebê-los de portas fechadas.
Também as declarações de Haddad e da Subprefeita têm sido as piores possíveis. Por mais de uma vez, procuraram ignorar ou deslegitimar os movimentos de moradia da região, taxando-os de oportunistas e tentando criminalizá-los.
Avenida Ipiranga X Avenida São João
Esgotadas as esperanças de serem atendidos na Central de Habitação, os manifestantes decidiram bloquear o cruzamento das avenidas Ipiranga e São João. Por mais de duas horas, todo o trânsito local ficou travado. Já era passado das 15h quando o secretário de Habitação, enfim, aceitou receber as famílias.
A reunião se estendeu até às 18h e o secretário Adjunto que os recebeu comprometeu-se a analisar as reivindicações. Prometeu ir conversar pessoalmente com as famílias do Jd. Itajaí e suspender as ações de despejo. Em relação às outras ocupações, pediu o prazo de uma semana para avaliar as possibilidades de se dar início a projetos de construção de moradia popular e apresentar sua posição às famílias.
Fotografias: Passa Palavra
Sou estudante de Geografia da Unesp-campus de Rio Claro. Junto ao o movimento estudantil no congresso das entidades estudantis Unesp/ Fatec (CEEUF), construímos uma monção de apoio as ocupações do Grajaú, bem como instrumento de luta legitimo da classe trabalhadora. Gostaria de um e-mail para enviar, para que seja divulgada por esse veículo de comunicação. Como faço ?
Cristiano,
Pode contatar a Rede Extremo Sul no endereço:
[email protected]
Visitei o Grajaú ano passado como atividade extraclasse de faculdade para avaliar as ocupações irregulares. Vi que tinham MILHARES de ocupações amontoadas em APP’s e áreas de risco. Observei que não eram apenas pessoas de baixa renda que ocupavam esses locais, tinham casas de alto padrão instaladas ali também. Ou seja, pessoas que passam fome e outras que rasgam dinheiro ocupando o mesmo espaço. O povo carente é despejado e a High Society que rasga dinheiro continua alí. A desigualdade é gritante, foi triste de ver aquilo e , ao mesmo tempo, me senti impotente. Infelizmente vivemos em um país comandado por uma quadrilha, mais conhecida como (Partido dos Trabalhadores – PT) que esmaga e explora o povo brasileiro, privilegiando apenas quem tem podere$. Apoio a manifestação. Apoio o povo do Grajaú! Estou com vocês nessa luta! É um povo guerreiro que apesar de tudo, ainda tem forças de reivindicar pelos seus direitos.