Ao descobrir que um grupo de alunos organizava uma paralisação das aulas, a diretora da escola anuncia provas de todas as matérias para o dia do protesto, a fim de impedir o movimento. Não fosse o bastante, professores passam em todas as salas avisando que os alunos que participassem da manifestação poderiam ser presos. No dia do ato, a escola está cercada por viaturas. Assustados, quase todos os estudantes entram no colégio, sobrando apenas uma dúzia de incansáveis do lado de fora do portão, frustrados, com suas faixas e tambores. Um comandante da Polícia Militar se aproxima e começa a dar um sermão: “Olha, todo cidadão tem o direito de protestar, mas vocês estão fazendo errado. O único protesto que dá certo é o protesto numérico. A democracia é feita de leis e cada lei tem um número. Então se vocês estão reivindicando, precisam ir procurar o número da lei que é o direito de vocês. Qual o número da lei da transparência?”. Um estudante retruca, dizendo que por dentro do Estado não se muda nada. A discussão segue por quase meia-hora, até que um lado desiste de convencer o outro. Percebendo que já não haverá protesto algum, o comandante decide ir embora e se despede: “Boa aula para todos. Mas não fiquem desanimados assim não, viu? Hoje não deu certo, mas a luta continua”. Passa Palavra

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