Não é à toa que a esquerda tenha se aproximado tanto da direita e hoje se tornou quase indiscernível os pontos de diferença. Por Douglas Rodrigues Barros

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3. Unifesp: uma universidade na periferia da periferia do capitalismo

A expansão precária das universidades sobre a efígie do REUNI em 2007 levou a circunstâncias um tanto inusitadas, uma delas: uma universidade federal com cursos de humanas num dos maiores, precarizados e demograficamente densos bairros da periferia de Guarulhos. Quando entrei na Unifesp, ela não tinha sequer Estatuto, que dirá um prédio adequado para ter aulas. Em 2008, um ano depois da inauguração oficial, o pensamento dos mais sensíveis, daqueles que puderam ver o campus nascente no bairro Pimentas, era o de que muita coisa tinha que ser feita. A Estrada do Caminho Velho tratava-se de uma ladeira vazia, animada somente por um ou outro transeunte que descia rumando para o incerto. Quanto a recém universidade de então, era um amontoado de pavilhões dispostos em ferradura que guardava no seu centro um teatro de mais ou menos setecentos lugares, única coisa agradável em um bairro que cresceu para absorver a demanda por mão-de-obra barata.

Eram somente quatro cursos: História, Filosofia, Ciências Sociais e Pedagogia. Eram somente cerca de quatrocentos alunos. Podia-se dizer, tratava-se de uma nova aldeia. Para os que eram oriundos, ou melhor, nascidos e crescidos em periferia, o Pimentas lhes aparecia como uma extensão de seu bairro. Para os que eram oriundos de áreas centrais, surgia uma novidade impactante: entre casas sem massa-fina e teto de brasilit, pessoas com ares tarefeiros e de aspectos cansados, uma universidade distante circundada pela realidade efetiva. O bairro enquanto cidade-dormitório simplesmente ignorou por algum tempo os recém-intrusos, o cobrador do ônibus, ou a senhora com a filha nos braços, dizia somente: “Acho que deve haver uma universidade por ali” e apontava, “mas pergunta para outra pessoa que ela te informa melhor!”.

Tudo isso já demonstra o afastamento que a Universidade tem com relação ao espaço pelo qual é circundada, afastamento que, como vimos, ultrapassa a boa vontade moral dos estudantes e fora construído historicamente. O projeto de Extensão sob o qual se baseia o tripé da Universidade, por enquanto tem-se mantido somente em uns tantos programas que são alheios ao bairro. Nada muito além do que se poderia esperar da nova forma de organização nos moldes de “empresa estatal”. Entretanto, se o Movimento Estudantil é, nos dizeres de uma velha companheira[37]: uma organização policlassista, a condição de miséria imperante na posição sem posição no interior do modo de produção e reprodução capitalista coloca esse movimento sob impasses que apontam seu engajamento na direção subjetiva de um antagonismo ao Império.

Como vimos, anteriormente, Guy Debord aborda essa condição, entretanto a partir dos anos 1970 a configuração reprodutiva do capital se alteraria numa direção inédita. Os estudantes, e os trabalhadores de modo geral, a partir da nova configuração político-econômica se influenciariam pela predominância do chamado “trabalho intelectual/imaterial”. O paradoxo é que essa forma de trabalho não envolve mais a cisão entre o trabalho e as condições objetivas imediatas e, assim, a substância desse trabalho imaterial não pode ser apropriado por sujeitos coletivos porque se constitui na própria rede de relações coletivas que impõe a produtividade como meio de realizar-se socialmente. A condição aí se estabelece a partir do fato de que a substância agora medeia as relações entre os sujeitos.

Atrelado a isso estará disposto algo que certamente influenciará o solo de perspectivas e ações de toda a esquerda, e nesse bojo, estruturará a ação do movimento estudantil: o papel irrelevante do trabalho físico transfigurará o papel das greves. A reestruturação produtiva durante as décadas de 1970/80/90 impôs a terceirização e o domínio da maquinaria fazendo com que as greves cada vez mais tornassem-se um ato destinado ao público geral. A lógica de publicizar as greves por meio de uma mídia dominada pelo capital, torna-se então uma rotina do espetáculo cujo objetivo é demonstrar ao público o sofrimento da falta de recursos, do desemprego, etc.

A marginalização do trabalho físico medido pelo tempo – como demonstra Postone[38] – em vez de abalar o capitalismo, como sugere a crítica do valor[39], torna mais indefesos os trabalhadores. Ao mesmo tempo, o modus operandi dos movimentos sociais aparentemente permanecerão naquilo que, tomando emprestado de Žižek, chamo de “consumistariado”, isto é, “a ideia de que, nas sociedades desenvolvidas, a classe baixa básica não é mais o proletariado, mas consumidores que se satisfazem com mercadorias produzidas em massa”[40]. Nessa posição está a formação do embrião do que Lula chamou de a nova classe média expondo o programa desenvolvido pela gestão do Partido dos Trabalhadores durante os quase 14 anos de governo.

Claro que os estudantes em sua posição sempre estiveram, em relação a esse processo, muito mais adiantados porque o seu poder de barganha sempre fora única e exclusivamente o “trabalho/intelectual”. Voltando a Unifesp de então, não durou muito até que a primeira greve eclodisse. As reivindicações eram melhorias nas políticas de assistência estudantil, ampliação do acervo da biblioteca, a criação de um restaurante universitário e moradia estudantil. Mas o motivo principal e mais sensível era a falta de professores para cumprir com o plano educacional que consistia em aulas de Francês e Inglês.

A recém-universidade, pórtico luminoso dos burocratas privado-estatais não havia feito ainda a lição de casa? Tolice. A lição de casa consistia na própria limitação cujo ritual de sofrimento[41] que precisava ser midiatizado – greves, piquetes, ocupações – fora incorporado à gestão. A base dessa gestão é a precarização como forma de controle das demandas e pauta. Naturalmente, a contradição fundamenta esse movimento, pois o negativo é tão inconsistente nesse processo que não pode impedir sua própria autocontradição.

Para nós anticapitalistas, os pressupostos que alimentavam a ação do ME eram claros: a precarização levava a limitação de uma ação que estacionava nos limites óbvios do liberalismo. Depois, todavia, nos demos conta que na verdade os limites óbvios do liberalismo haviam regredidos como forma de controle político. Importante dizer que todas as pautas, do recém-criado movimento estudantil na Unifesp, surgiam de um aparente imediatismo, mas que eram profundamente mediadas, por uma ideia que se baseava no mínimo que se espera de uma universidade. A tática de greve começava então a orientar toda a ação do ME sempre com o intuito de uma demonstração pública de insatisfação.

Essa tática se demonstrou como uma ferramenta, ante uma universidade em que o ambiente universitário estava totalmente comprometido pela lógica do mercado, ali explicitamente demarcado: não havia espaços de convivência, era do trabalho para a universidade e da universidade para casa, numa rotina sisifica infernal. Adotou-se então a premissa: Quem pensa, pensa melhor parado. Sabíamos, porém, que na limitação liberal de construção de uma universidade sob os padrões de qualidade burguesa, não havia nenhuma mudança efetiva dos próprios pressupostos que orientavam a universidade. Por isso, além das medidas mais imediatas introduzíamos na discussão a questão ilusória da democracia e o conservadorismo na forma de gestão interior à Universidade. Buscávamos, sobretudo, nos orientar naquilo que poderia despontar uma forma transicional de gestão autônoma a partir da paridade nos órgãos deliberativos conquistados e constituídos por meio de lutas imediatas.

Aqui começam nossos problemas; o fetichismo que impõe, nos movimentos em geral, a ação impensada não pode ser uma ilusão secundária pois funciona no próprio âmago do processo real de produção da sociabilidade. Quer dizer, alguns pressupostos da ação se governam a partir de um modo social pré-determinado e limitado ao seu modo de funcionamento. Como a lição de Althusser deixa claro a “luta de classes” precede as classes como grupos determinados no interior das relações sociais.

Isso talvez explique, infelizmente, como o ritmo fetichista do obreirismo transformou-se no dia a dia dos movimentos. E, talvez, explique também os limites de uma luta que vise pôr em xeque o modo de funcionamento da Universidade sem pôr em xeque o modo de funcionamento das relações sociais como um todo. Nesse sentido, a relação estudantes/proletários se reforça novamente e evidência que os questionamentos aos limites democráticos não necessitam se pautar nos órgãos de representatividade constituídos, ou seja, uma luta no interior de condições pré-estabelecidas. (Aliás, o que virou moda atualmente). As lutas podem guiar à ruptura como o modo mesmo dessa representatividade presa e inerente ao processo de dinamização da vida sob a égide do capital.

“O conceito de classe aparece negativo – não negado, muito menos superado –, ele é uma condição determinante para que a universalidade abstrata se efetive como universalidade concreta. Em outras palavras: proletariado e burguesia, capital e trabalho são momentos necessários da contradição que impulsiona o capital. A superação do capital não é o alçamento de uma classe em detrimento de outra, mas o fim das classes enquanto tais”[42].

Por isso, as classes são categorias do real que atravessam o organismo social, aquilo que Mészaros chamou de sociometabolismo[43], e impedem a própria totalização. O que significa que o próprio capitalismo precisa dos antagonismos para permanecer viável, ou ainda, a luta de classes é um antagonismo que constitui os agentes de perpetuação do capital. E como vimos o estudante aí é um aprendiz suspenso entre as temporalidades de cada âmbito que formam a dinâmica do capital.

Sendo assim, aquela objetividade do marxismo tradicional perde seu fundo ao reduzir a questão da classe ao objetivismo sociológico: há uma lógica transcendental na mercadoria que impõe o funcionamento da totalidade social, e ao mesmo tempo, há um antagonismo que atravessa a realidade social como ponto de subjetivação a partir da constituição dos agentes no interior da luta de classes. A conclusão que se chega nesse ponto é que, em primeiro lugar, embora a posição assumida no interior dos modos de produção influencie no reconhecimento subjetivo de classe, ela não é determinante; em segundo lugar, pertencer a uma classe nunca é fato social puramente objetivo senão faz parte do engajamento subjetivo[44]. Isso explique, quem sabe, a habilidade que a direita tem de engajar centenas de fodidos à sua causa!

Na Unifesp, muitos estudantes se esforçavam na contínua preparação das mobilizações, e as relações ficam mediadas pela pauta. A pauta tornava-se um significante-mestre, uma experiência política cuja necessidade comum nos levava a fazer parte de um estilo de vida. A fragilidade, nesse ponto, nas primeiras mobilizações, visto como imediatista, fora o que estabeleceu alguns desacertos, porquanto, as promessas de cumprir as pautas, no ritmo interno a lógica do capital, foram jogadas para o futuro, já que se dizia: “a universidade é nova e tem muitas demandas que precisam de tempo”.

Entretanto, foi a partir desse significante que se desvaneceu as diferenças que foram pressupostas sobre os objetivos. Em outras palavras a falta nos constituía como estudantes reconhecidos uns dos outros, o que criou um corpo político de resistência no interior da recém-nascida universidade. Assim, antes mesmo da USP ser invadida pela PM[45], a Unifesp10[46] sairá na vanguarda como um ensaio de preparação para a invasão na USP. Sendo uma universidade nova e encravada na periferia, tal agressão passou indiferente a muitos. Ainda em 2007 a universidade foi alvo da polícia do Estado que prendeu cerca de quarenta e oito estudantes na ocupação.

Ao contrário do que se mostrou a época, o nosso significante-mestre criou força. Excluindo-se o ponto que foi atendido em 2008 com a contratação de novos professores, a pauta de 2007 manteve-se intocada superando sua imediaticidade. Entretanto, na sequência da luta, um novo objeto imediato iria surgir, qual seja: a construção do restaurante universitário. A época utilizava-se o argumento de que pelo fato de não haver cursos integrais, não necessitava de bandejão. Mais uma vez a pauta de 2007 retornaria, e em 2008 aconteceria algo “surpreendente”. A mobilização no campus Pimentas já estava em pleno vapor – incluindo a epopeica assembleia com a parte reacionária dos estudantes de medicina e a tentativa de ocupação da reitoria que gerou novas prisões e processos – quando o Tribunal de Contas da União (TCU) denunciou o antigo reitor Ulysses Fagundes Neto pela utilização indevida do cartão corporativo. Fato esse que fez com que todos os campus da Universidade se reunissem na EPM (Escola Paulista de Medicina) e mediante a pressão dos estudantes, em 28 de agosto daquele ano o reitor renunciasse.

A luta arrefeceria em 2009, mas fez com que importantes debates surgissem e fatos se consumassem, um deles: a construção do restaurante universitário que era visto por alguns como impossível fora levada a termo ainda que de forma precária. Foram abertos novos cursos (História da Arte e Letras) e os pavilhões ganhariam um puxadinho para receber os estudantes de letras. A pequena província se converteria numa cidade com um número elevado de estudantes e falta de sala para todos. A saída adotada caiu do CEU. E no Centro de Educação Unificada (CEU) do bairro Pimentas, as crianças disputariam salas com os universitários. Ocasião um tanto complexa que manteve os ânimos arrefecidos por um breve momento.

Nova greve estouraria em 2010 com as pautas que se tornaram clássicas e dessa vez seu ganho baseou-se numa linha de mobilidade urbana com a implementação do transporte entre as unidades dos campi Santos, Diadema, e linha Itaquera-Pimentas em Guarulhos. Novamente 2011 seria um ano de refluxo nas lutas, mas sob os escombros da luta passada ergueu-se aquilo que foi a maior greve da universidade e levou a impasse impar na recém Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH), greve que se desenvolveu em âmbito nacional: A greve de 2012.

A greve de 2012 foi um processo de amadurecimento na luta, mesmo que tenha fatalmente se voltado para o ritmo obreirista fetichizado sob a órbita dos partidos e se afastado da maioria dos estudantes. Todavia, pelo contexto externo aos muros da EFLCH com a greve nacional e pela situação interna com a implosão do antigo prédio pelo número de estudantes, ganhou um dinamismo maior e impôs, finalmente, a construção do novo prédio. O problema é que, como o leitor atento deve ter percebido, toda a luta se deu como forma defensiva de atuação e os objetos que transcendiam o campo das trocas imediatas ficaram subjugados aos aspectos mais diretamente relacionados ao tópico da carência. Em suma, foi uma luta pelo estabelecimento da Universidade – condições mínimas de aprendizado, biblioteca e espaços acadêmicos de convivência – que não mexeu minimamente em seu modo de funcionamento arcaico.

A ilusão com os processos constituídos, baseados, sobretudo, na igualdade formal imposta pela forma mercadoria não era aquilo que movimentava o ME de outrora. Já se disse antes que o valor abstrai em si as singularidades dos objetos e das forças disponíveis para sua manutenção. Com isso, as condições da troca precisam ser efetivadas a partir de uma personagem jurídica equivalente a si próprio, ou seja, cujas características pessoais não importam, mas que detenha possibilidade de realização da troca. É, por isso, que a necessidade de se instaurar um regime de igualdade formal – no qual a quebra de igualdade seja vista apenas como exceção subjetiva – se faz necessário, na medida que todos “são avaliados exclusivamente pelo papel que desempenham no processo”. O paradoxo é que o reverso disso, orientado pela nova prática militante que será muito benquista na versão pós-moderna do movimento estudantil, a partir de 2013, não se põe como antagônico a esse sujeito formal, mas se depara na luta pela inclusão nesse sujeito formal cuja expressão máxima se dará no multiculturalismo liberal identitário.

Nesse sujeito formal cada qual aparece na relação apenas como portador de mercadoria que quer efetivar a troca por outras mercadorias, ou seja, quando a luta se dá a partir dele, a busca é por um tímido lugar ao sol no mundo da exploração capitalista. Há, portanto, referenciando-se em Hegel, uma vontade universal que corresponde a um momento da realidade contemporânea, desde logo já antevista como insuficiente em seus próprios pressupostos tendo em vista que está presa aos limites formais da vida capitalista. Não é à toa que a esquerda tenha se aproximado tanto da direita e hoje se tornou quase indiscernível os pontos de diferença. Claro que o objeto da precarização e a crise entendida como forma de governo impõe ao conjunto dos movimentos sociais essa dinâmica que ao se realizar, realiza o impulso do capital. O problema é defender esse limite e se crer revolucionário quando a luta se limita à inclusão na esfera do mercado.

Notas:

[37] Lembro-me que numa das assembleias que tivemos lá em 2009 essa era uma das tentativas de interpretar a disparidade existente entre os estudantes no próprio movimento estudantil feita por Ana Beatriz uma das processadas no caso da ocupação.
[38] POSTONE, M. Tempo, trabalho e dominação social: uma reinterpretação da teoria crítica de Marx. São Paulo: Boitempo, 2014.
[39] Sobretudo, Kurz.
[40] Žižek, S. Vivendo no fim dos tempos. São Paulo: Boitempo, 2012 p.192.
[41]Expressão emprestada de Silvia Viana Rodrigues in: Rituais de Sofrimento. São Paulo: Boitempo, 2013.
[42] O que não fazer?.
[43] MESZÁROS, I. Para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2012.
[44] Debito os problemas surgidos na análise da luta de classes aos ícones do pensamento acadêmico uspiano: Adorno e Horkheimer. Embora, partam da reificação rompem a ligação desta com a luta de classes e a postulam a partir da “razão instrumental”… Os problemas que emergem daí será tratamento da vida inteira por parte deste autor, pois, naturalmente há com estes uma relação de amor e ódio.
[45] Ver aqui.
[46] Ver aqui

1 COMENTÁRIO

  1. Enfim carne, seiva, corpo para debate!

    Parece-me que temos aqui um relato fidedigno do que foi — e em certa medida continua sendo — a política de expansão do ensino universitário país afora sob as gestões do PT: funda-se uma universidade, e os estudantes que briguem pelo resto. Digo “os estudantes” porque nas experiências que conheço, e não são poucas, esta tem sido a regra; professores e servidores pouco se envolvem, estudantes partem pro pau.

    É aí que está a questão, a meu ver. Teria o movimento estudantil num tal contexto não apenas a consciência de seus próprios limites, mas também condições de superá-los quando é a luta pelo mais básico do básico o que se impõe cotidianamente, não raro para garantir que haja, ao fim e ao cabo, ao menos diplomas? Não é impossível, evidentemente, mas me parece pouco provável. Se se trata de política deliberada ou de externalidade negativa, pouco importa; importam as consequẽncias, e esta restrição à forma e conteúdo das lutas me parece ser a consequência mais evidente.

    Daí pensar, extrapolando o(s) caso(s): que tipo de sujeito(s) estas constrições — à formação e à luta pela formação — produzem? Deixo em aberto a questão.

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