É quarta-feira. No dia que até então foi o mais quente do ano no Rio de Janeiro, aproximadamente mil pessoas se esgueiram entre as poucas sombras de muros e árvores que existem naquela distante rua do distrito de São Lourenço, município de Magé/RJ. Esse lugar fica aproximadamente 70 km de casa. Um único boteco sujo e uma barraquinha de açaí compõem todo o comércio local. Nenhuma operadora de celular funciona e também não existem telefones públicos. O intenso cheiro de suor e de terra esturricada complementam o cenário. Ânimos exaltados. São professores que buscam uma vaga temporária na rede pública. Logo encosta a viatura da guarda municipal. São 15 horas e o atendimento que começou às 9 vai somente até as 17. A senha que me entregam é 957. A secretária grita: “Número 261.” Após 20 minutos, atônito, constato que o melhor a fazer é voltar para casa, apesar do tempo e dinheiro investidos. Passa Palavra