Era uma festa de professores universitários, convocada como festa da reeXistência. Os tamborins ainda estavam esquentando, numa marcação limpa e tímida que em nada anunciava a catarse coletiva que começaria logo mais. Ele chegou usando uma de suas camisas preferidas nos finais de semana: vermelho sangue com uma carocha gigantesca do Che. O comandante da folia e dono da casa o recebeu com o que parecia querer ser uma piada: “Use bastante sua camisa agora, meu chapa, pois a partir de primeiro de janeiro ela vai estar proibida”. Como não tinha passado ainda no isopor das cervejas, a resposta saiu mais seca do que gostaria: “Pelo contrário, agora vou ter de usar é mais, por mim e por quem vai deixar de usar”. Passa Palavra

2 COMENTÁRIOS

  1. QUERELA ENTRE EPÍGONOS ou QUESTÃO DE ESTILO?
    O reformismo armado, cadáver ainda insepulto, estetiza as discrepâncias nada programáticas de seus desarmados e pacifistas herdeiros presuntivos: usar ou não usar uma camisa ‘vermelho sangue com uma carocha gigantesca do Che’ – eis a questão…

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