Cá estou eu almoçando em um restaurante no centro da cidade, como de costume nos dias que devo pagar contas. Me sento a uma mesa próxima a um PM. Me incomodo com o rádio dele que me impede de curtir a música ambiente, que nesse restaurante, por sinal, muito me agrada. Tento relevar e continuo comendo. Logo chega um outro policial e se senta junto a ele na mesa. Porém, incomodado com o calor, ele tenta abrir a janela. A janela, daquelas compridas, divididas em pequenas partes que correm em trilhos diferentes e com uma abertura que pode ser central em uma das pontas. Ele puxa pra um lado, puxa pro outro e as portas apenas correm sem mostrar sua abertura, ele desiste. Então o colega, com ar de quem vai conseguir, resolve tentar, afinal nada como um olhar de fora para resolver um problema. A mesma cena se repete, janela pra cá, janela pra lá e nada de abertura, ele desiste também. Eu os observo discretamente e penso comigo: “esses são os homens que, segundo o Estado, estão aptos pra nos proteger”. Passa Palavra