Dia de greve geral. A manifestação — nem muito grande nem muito pequena, mas certamente muito menor do que gostaríamos — chega ao seu destino final: uma praça, ou melhor, a Praça do Trabalhador, em frente de um movimentado cruzamento. Do carro de som, o pessoal da CUT e congêneres: “pessoal, vamos ocupar a praça, vamos ocupar a praça, venham para a praça, a praça!” Alguns manifestantes com faixas queriam estendê-las diante do cruzamento, fechá-lo, dando ao ato — ou tentando dar — um pouco de radicalidade que seja. Será que nem isso? Vêm a polícia e — em seu apoio — os sindicalistas, sinalizando para que os manifestantes saiam do caminho do trânsito. Indignados, dois deles ainda insistem: pegam sua faixa e vão de novo para a frente do cruzamento, tão logo o sinal fica vermelho interrompendo o trânsito. São chamados a voltar para a calçada da praça com gritos: “Anda logo! Sai daí!” Insistem mais uma vez: se dirigem a um camarada [?] portando uma faixa com os dizeres “Justiça para Lula”…
— Vamos lá, cara! Para o cruzamento!
— Não pode!
— Não pode por quê?!
— É a ordem!
Se entreolham revoltados e viram novamente para o sujeito, que ao ouvi-los dá de ombros: “A ordem de quem?” Passa Palavra

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here