Quando, em algum momento entre 1925 e 1926, a coluna Costa-Prestes passou por uma cidade do sertão baiano, os “revoltosos” pintaram na parede de uma igreja: “VIVA A REVOLUÇÃO!” O padre, sabe-se lá por quê, deixou a mensagem ali. Quase cinquenta anos depois, um novo pároco ordenou a cobertura dos dizeres ao reformar a igrejinha. Um velho sertanejo, modos rudes e pele curtida pelo sol, apareceu inopinadamente e forçou a paralisação da obra. Postou-se defronte à parede pelo resto do dia. Olhava, olhava e olhava — e só. Era os pintores ameaçarem reiniciar os trabalhos, o sertanejo lutava, gritava, ameaçava com um cajado. Nem o padre deu jeito, o delegado mostrou-se igualmente impotente. Cumprido o estranho ritual, a figura bandeou-se para a saída da cidade e sumiu tal como aparecera. Dias depois, na manhã da reabertura do templo, os munícipes sobressaltados entreolhavam-se e comentavam a única notícia do dia: a parede da igreja amanheceu garranchada, a tinta fresca ainda brilhante a formar garatujas trêmulas, típicas de um analfabeto: “VIVA A REVOLUÇÃO!” A polícia abriu inquérito, pensaram em chamar o DOPS, mas até hoje ninguém sabe como as palavras voltaram à parede. Passa Palavra

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