Por Não morra no ponto

Não é novidade a criação do projeto “UFG Solidária”, o qual atua por meio de doações – sobretudo de alimentos – a ONG’s ou indivíduos inseridos em contextos de vulnerabilidade social. Entretanto, o que se esconde por trás dessa cortina de “bom-samaritanismo” é uma política assistencialista com raízes no ideal de caridade (piedade, virtude teológica). 

Para além disso, um outro aspecto ocultado pela instituição é o roubo dos direitos de diversos trabalhadores terceirizados.

Veja, trabalhadores membros do grupo de risco, seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), foram liberados de seus postos. ENTRETANTO, sob a pena de terem perdido o seu direito ao Vale Alimentação. 

Existe um amparo dentro da lei para isso? Não. A convenção coletiva não impede que o benefício continue sendo oferecido.

Por outro lado, a UFG em seu discuro pseudo-solidário afirma que não pode continuar fornecendo o vale alimentação, a não ser que os funcionários voltem a seus postos. 

Isso desencadeou, então, que diversos trabalhadores do grupo de risco voltassem ao trabalho, estando, então, expostos e sucetíveis à contaminação pelo COVID-19.

Dos trabalhadores que não voltaram aos postos, receberam, então, cestas básicas do projeto. Mas basta o mínimo de realismo para saber que uma cesta básica não supre as necessidades de uma família, tampouco no contexto de quarentena, quando a tendência de consumo aumenta porque há mais pessoas em casa nesses dias

Tal medida da Universidade Federal de Goiás, para além de absurda e contrária a recomendações científicas, também descumpre as normas expressas no documento “Orientações Gerais aos Trabalhadores e Empregadores”, emitido pelo Ministério da Economia em 27 de Março de 2020.

Tal documento põe que: “Os trabalhadores pertencentes a grupo de risco (com mais de 60 anos ou com comorbidades de risco, de acordo com o Ministério da Saúde) devem ser objeto de atenção especial, priorizando sua permanência na própria residência em teletrabalho ou trabalho remoto”. Logo, ainda que tenha havido o aval de dispensa de tais funcionários, é claro que não houve esforço em mantê-los longe do ambiente de trabalho, já que os mesmos perderam UM DIREITO executando tal ação.

A UFG é mesmo solidária? 

#UFGpagueovale

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