Por Cridom

Jovem, brasileira, recém formada, conhece um pouco da miséria em África e hoje em dia está conhecendo a do interior do Brasil; daquele interior onde quase ninguém vai. Seu vizinho, idoso, deficiente e solitário, sem aposentadoria ou benefício qualquer da assistência social, também um de seus pacientes daquela cidadezinha, guarda suas próprias bitucas e ainda recolhe uma e outra de terceiros para os piores dias: quando não há como comprar nem fumo da pior qualidade, quando é tempo de desmontar as bitucas e com os restos fazer pelo menos um cigarro, num pedaço de papel qualquer. Ela, também fumante, desconhecia a maneira como os mais pobres se viram nesses dias, se surpreendeu bastante e parece não querer jamais desistir de atender essa gente. Quem sabe, no futuro, chegará a trabalhar em guerras.

1 COMENTÁRIO

  1. DESACONTECÊNCIAS
    Talvez a guerra já tenha começado e o futuro já tenha acabado – imperceptivelmente, ou quase…

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