Por Malvina Pretória Samuelson
O coletivo do Passa Palavra, entendendo ser necessário promover um debate o mais amplo e plural possível sobre o restabelecimento dos direitos políticos de Lula e a possibilidade de que volte a disputar a Presidência da República, decidiu pedir a alguns de seus colaboradores frequentes que escrevessem textos sobre o assunto. Esperamos que esses textos e o debate por eles suscitado possam estimular a reflexão em torno dos desafios com que depara a esquerda no momento.
Em 2019 escarrei aqui um texto no qual expus meu repúdio ao obstáculo que era a pauta “Lula Livre” para as lutas naquela altura de primeiro ano do governo Bolsonaro, além de mostrar que muitos desses que agitavam pela liberdade de Lula poderiam estar agindo como — ou sendo mesmo — inimigos internos em um movimento de trabalhadores (na ocasião principalmente da educação) e estudantes que então se esboçava nas ruas. Ora, pensei eu, se estávamos constituindo uma luta social contra Bolsonaro, não seria muito desvio de foco lutar pela liberdade de um gestor movidos pelo ressentimento de ele não ter disputado as eleições em 2018? Esse pessoal estava nas ruas e tentava relacionar qualquer sucesso da luta com a liberdade do líder, misturando às palavras de ordem, e mesmo muitas vezes sobrepondo, o “Lula Livre” onde bem queriam.
A mistura de pautas, além do fato de constatar que muitos gestores e inclusive minha chefe advogava pela liberdade de Lula, me fez pensar que uma coisa é muito bem dissociável da outra, e que para um avanço na luta de trabalhadores seria preciso sacrificarmos um mito e confiarmos na construção da nossa classe, da qual Lula já não faz parte há algumas décadas. Por isso eu só poderia dizer: “o Lula que se foda”. Que se foda, sobretudo, porque não é um trabalhador, porque se aninhou entre os capitalistas e porque nossa luta só poderia caminhar de forma autônoma e independente de gestores como ele. Porém a burocracia sindical estava na rua; a burocracia estudantil também; e a base de trabalhadores da educação, muito nostálgicos dos governos Lula, e muito colaborantes com chefias e reitores, também. Lula ganhou liberdade, Bolsonaro continuou correndo solto, e quem se fodeu mesmo, e mais uma vez, foi a perspectiva de uma luta fundamentada na independência política da classe trabalhadora.
A volta da elegibilidade de Lula em 2021, pela anulação das condenações por Edson Fachin, também é o reavivamento de seu caráter mítico para muitos na esquerda e extrema-esquerda que receberam a notícia com euforia e otimismo. E por quê? Lula reaparece no cenário como supostamente deveria ter aparecido em 2018 — um oponente capaz de derrotar Bolsonaro. Sobretudo após o discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reforçou-se a ideia de que Lula poderá concorrer em 2022 e que poderá derrotar o bolsonarismo, sendo talvez o único que poderá fazê-lo. Assim, Lula é esperança.
Lula é esperança de quem aceitou a derrota das lutas subterrâneas; Lula é esperança de quem subjuga a autonomia da luta social dos trabalhadores ao cenário eleitoral, ou seja, ao passa-e-repassa da classe dominante pelas regras do capitalismo; Lula é esperança de quem procura sempre a figura de um chefe quando não há confiança em Ciro Gomes ou quando não se vê força e maturidade suficientes em Flávio Dino ou Guilherme Boulos.
A insistente procura por chefes é a cara da nossa derrota, pois é a submissão aos gestores e a aceitação natural da burocratização das lutas; é a descrença na luta dos trabalhadores, é a esperança dos desesperançados. Escolher uma dessas figuras, seja Lula, seja um dos seus substitutos históricos, é subordinar todo um difícil esforço de luta na elevação de elites. E como essas elites poderiam fazer avançar a luta dos trabalhadores se para existirem precisam fazer a tal “colaboração de classes” e que para isso é necessário sempre botar freios nos avanços dos trabalhadores? Direcionar nossos esforços para as eleições é caminharmos sempre para nossa derrota. Lutar contra os gestores bolsonaristas contrapondo com gestores lulistas (ou outros) é perder de vista que a longa luta de emancipação de nossa classe deve se dar contra a globalidade dos capitalistas. O que esperar de quem diz por aí que sente saudades do “ex” senão um esforço pela renovação dos próprios quadros do capitalismo e da manutenção da miséria da classe trabalhadora?
As obras que ilustram este artigo são de George Inness e Pieter Bruegel, o Jovem.
“Porque nos mata primeiro, a esperança é a última que morre.”
Parabéns pelo texto.
Ótimo texto. Muito lúcido e, sobretudo, muito claro e assertivo em descrever Lula como ele de fato é: Um gestor do capital.
Ontem mesmo eu critiquei a publicação de um texto, aqui no Passa a Palavra, de um ideólogo lulo-petista que se autointitulava “cientista” político. Dentre outras pérolas, o artigo nos brindou com essa aqui: “O período Lula foi aquele em que a democracia e a liberdade foram respeitadas”. Só esqueceu de dizer que, nesses mesmos governos Lula, os capitalistas nunca ganharam tanto dinheiro, como o próprio ex-presidente enchia a boca pra dizer…
Pois bem. Hoje eu aplaudo o PP pela divulgação desse texto da camarada Marilna Pretória. Basta de ilusões com gestores do capitalismo, sejam da direita ou da esquerda do capital.
Belo texto.
Sem rodeios, vai direto ao ponto!
Acabo de me deparar com a notícia de que foi confirmada a decisão pela manutenção dos direitos políticos de Lula. Isto confirma a minha primeira impressão sobre esse debate que aqui se iniciou: Lula volta ao jogo eleitoral, por bem ou por mal, resta daí entendermos o porvir. Se nos masturbaremos à espera de seu retorno ou se começamos a refletir em como aprimorar nossas lutas e nossas organizações pensando no momento ambíguo em que o recrudescimento do bolsonarismo no planalto, e/ou o enquadramento do lulo-petismo na militância poderá resultar.
Antipetista de “esquerda” (porque antipetista só existe no fascismo), não se precipite.
A decisão de hoje deixa em aberto ainda se Lula foi autorizado ou não a disputar as eleições. Há muita água pra rolar. Quem está levando o julgamento da suspeição do Moro pro plenário, depois da Segunda Turma já ter decidido, é com a intenção de barrar Lula ou de deixar em suspenso até a burguesia se decidir.
Agora, sinceramente, Lula ser ou não candidato não muda nada para a esquerda que não tem ilusões eleitorais.
“antipetista só existe no fascismo”… Um dos maiores disparates que já li aqui no passapalavra… Ser contra um partido dos gestores capitalistas significa uma posição fascistoide, então. Pfv Leo V, desenvolva um argumento plausível e racional que justifique sua afirmação. Peço isso por puro masoquismo, juro.
“Antipetista só existe no fascismo”. Se o antipetismo (seja lá o que isso for, já que é uma expressão extremamente vaga) é uma característica exclusiva do fascismo, só consigo concluir que todas as outras correntes, com exceção do fascismo, só podem existir dentro do espectro petista. E assim chegamos a um patamar mais elevado de esquizofrenia da esquerda eleitoreira, mesmo que não se apresente como tal.
Aos “antipetistas” que se dizem de esquerda mas estao alheios aos processos sociais a dus volta, vou colar o que escrevi em outro comentário sobre a questão, que pelo jeito nao foi lido:
Vários argumentos para não ser petista, não apoiar o PT, não votar no PT e ser oposição ao PT quando for governo.
Mas não li nada sobre ser antipetista. E novamente antipetista não é uma alcunha em abstrato. Tem uma significação num processo histórico.
Ser antissemita e anticomunista nos anos 1930 na Alemanha tinha um sentido e significado dado num contexto. Poder-se-ia ser um anticomunista ou antissemita contra Hitler, mas não fora no nazismo. Esse era uma significação central a um regime ou sociedade que estava sendo instituída. Já escrevi sobre isso em comentário em outro texto no Passa Palavra. Então, estou me repetindo.
Ser anti, anticapitalista, por exemplo, é ser contra algo, querer o fim de algo, que esse algo não exista. Ser anticapitalista é querer o fim do capitalista. Ser anti é diferente de simplesmente ‘não ser’, ou ter críticas e objeções a esse algo. Ser anti é lutar pela eliminação. Qual o sentido de alguém de esquerda se dizer anti um partido social-democrata (ou próximo disso)? essa alcunha só passou a existir e só ganha sentido dentro do movimento protofascista que surgiu no Brasil. Ele não tem sentido fora desse contexto. Como disse em outro lugar, é buscar em movimentos fascistas uma identidade.
….
Voltando a hoje,
Me admira alguém apoiar uma identidade construída na negação de um partido socialdemocrata acusar os outros de nao ver nada fora da esfera desse partido.
Nao sei onde vcs estavam nesses anos dr ascensão do fascismo para nao perceber que nós eramos petistas ao antipetismo.
Claro, e o problema é exatamente aceitar e sustentar essa divisão do mundo entre petistas e antipetistas. Divisão que você parece gostar bastante, a ponto de querer convencer-nos de sua realidade.
Lucas,
Quem usa identidade antipetista é que está usando o PT como parâmetro para dividir o mundo. A “minha realidade”? Não é a minha realidade, é a realidade do fascismo debaixo do seu nariz. Se a extrema-esquerda não entende e não vê o fascismo, fica difícil.
Hoje foi publicado um artigo do Lincoln Secco sobre o bolsofascismo, e colo aqui um trecho, pra desenhar:
“Por fim, todas as modalidades de fascismo se utilizaram do discurso anticomunista. Como não se tratava de uma negação determinada do comunismo, qualquer oposição ao fascismo, fosse católica, liberal ou até mesmo uma dissidência interna poderiam ser taxadas de comunista.”
https://www.viomundo.com.br/voce-escreve/lincoln-secco-por-um-tribunal-de-manaus-para-investigar-julgar-e-punir-os-crimes-do-bolsofacismo.html
Vá ser anticomunista no meio do fascismo e se dizer de esquerda. Mais fácil logo dar um tiro na própria cabeça.
Essa extrema-esquerda consegue ser mais cega que Reinaldo Azevedo.. o “pai” do antipetismo, quem iniciou a propaganda virulenta que deu na extrema-direita. Ele que muito bem poderia se dizer antipetista contra Bolsonaro, deixou o antipetismo de lado, porque viu e aprendeu que ser antipetista contra Bolsonaro é uma contradição, pois um alimenta o outro, o antipetismo é parte do fascismo inextricavelmente. Uma extrema-esquerda que não consegue nem fazer leitura da realidade diante do nariz está condenada à insignificância.
*** *** ***
Acrescente-se esse trecho do Lincoln Secco no mesmo artigo:
“Como vimos, os elementos fascistas do bolsonarismo são evidentes: a manipulação da irracionalidade, a defesa do grande capital, o anticomunismo (antipetismo, em nossa época).”
Quem sabe ele desenhando também ajude.
Eu gosto de ver o teu esforço, Leo, todos os músculos que você usa para mostrar que de um lado está o fascismo e do outro o petismo. Mas assim, petismo num sentido amplo. Afinal, no fundo no fundo somos todos petistas, já que quem nos determina é nosso inimigo. Estranhamente, quando o assunto foi a política nacional de preço dos combustíveis, bolsonarismo e petismo não estavam em trincheiras opostas… será que realmente faz sentido essa narrativa de que são antagônicos em essência?
O texto de Malvina Pretoria tem um esclarecimento, ou uma revelação, sei lá, interessante: Lula é um gestor. Não sei se do capital, ou do capitalismo, mas seja lá o que for, provavelmente é isso mesmo, um gestor. Sim, me fez pensar, e por isso mesmo fez que me aparecessem algumas questões. Afinal Malvina, e outros que tem pensamentos parecidos, queriam que Lula fosse o quê? Um revolucionário? Um mártir? Não digo que seja errado desejar ir além do que foi feito, ou tentado, nas administrações federais petistas. Mas fica faltando detalhar como chegaremos lá. E quando. Fica parecendo que a insatisfação dos chamados “antipetistas de esquerda” é causada pelo fato de Lula, e do PT, terem estado lá, no meio do caminho, com as ferramentas e o poder, teoricamente pelo menos, para fazer tudo aquilo que a “verdadeira esquerda” diz que deveria ser feito. É uma impressão que fica.
E aqui eu faço um elogio a paciência de Leo V que, acredito, acerta em cheio quando diz que Lula ser ou não candidato nada muda para aqueles de esquerda que não tem ilusões eleitorais. Confesso que demorei a entender por que o antipetismo só cabe no fascismo, mas foi muito esclarecedora, também, esta afirmação. Vou tentar mostrar minha interpretação: Leo não estava rotulando aqueles que se consideram antipetistas de fascistas. Antes, quis mostrar que se denominar “antipetista” não é condizente com os princípios de quem está, de fato, no campo da esquerda. Ou seja, rotular-se de antipetista talvez seja um equívoco. Mas posso estar enganado.
E seguem as dúvidas: o que queremos, então? Lula saindo de cena? Assistir um “embate” entre direita e extrema direita em 2022? Pra não ser mais um a só trazer perguntas e nenhuma resposta, deixo aqui uma sugestão: considerar seriamente a proposta de Alysson Mascaro, acho que vocês sabem do que estou falando.
Por que eu não imaginei que viria um comentário como o de Kiril?
“Fica parecendo que a insatisfação dos chamados “antipetistas de esquerda” é causada pelo fato de Lula, e do PT, terem estado lá, no meio do caminho, com as ferramentas e o poder, teoricamente pelo menos, para fazer tudo aquilo que a “verdadeira esquerda” diz que deveria ser feito.”
Eu proponho uma reflexão de outra natureza: por que continuamos depositando nossas bandeiras de luta nesses chefes gestores que pretendem substituir os movimentos de massa? O que quer que deva ser feito, está além das ferramentas do poder, eu diria até contra as estruturas de poder. É por isso que um movimento de trabalhadores, ao contrário dos anseios de uma esquerda iluminada, deve tomar para si a tarefa de enfrentar os capitalistas sem se deixar burocratizar. “aquilo que a ‘verdadeira esquerda’ deveria ter feito” é precisamente por fora dos mecanismos do capitalismo. Respondendo mais objetivamente ao Kiril: eu queria que Lula fosse um doido falando sozinho. Infelizmente ele não é doido, mas fala para muitos outros doidos, e os doidos o escutam, e não só escutam, reproduzem a sua cartilha gestorial.
quanto ao espanto com meu nome, não tenho muito o que explicar sobre brincadeiras. Na verdade, via de regra, elas perdem a graça sempre que explicadas. Por isso mudei meu nome no cartório do Passa Palavra. Leo V, espero que seja de vosso agrado.
Não vamos confundir os personagens, pois somos muitos. Leo V me convenceu que o mundo-brasil é dividido em dois lados, lulo-petistas (onde você se encontra) e fascistas, onde supostamente eu me encontrava enquanto antipetista de esquerda. Como percebi que eu estava do lado do fascismo por ser antipetista, mesmo sendo de esquerda, e fui devidamente orientado e esclarecido de que posso ser muito crítico, mas não ser “anti”, pois ser anti qualquer coisa é ser fascista, me tornei agora um CRITICO FERRENHO DO LULO-PETISMO, mas muito crítico mesmo. Só tenho uma dúvida Leo V, em que campo eu me encontro agora que deixei de ser um fascista? Se só há dois lados, petismo e fascismo, de que lado ficamos nós, os CRíTICOS FERRENHOS DO LULO-PETISMO?!
OBS: Comparar anticomunismo com antipetismo é uma falácia, para dizer o mínimo. Em ambos os casos se trata de uma generalização delirante da extrema-direita. Subtraindo isso resta uma vergonhosa identidade entre comunismo e petismo que vem de contrabando em seu raciocínio…
Tentando trazer o debate para o campo da racionalidade. Realmente não estou entendendo os termos do debate. Essa extrema-direita delirante costuma a fazer uma associação entre petismo, comunismo, pautas identitárias e uma série de outras coisas, todas definidas de forma tão difusa e imprecisa que pode ser qualquer coisa. Assim sendo, para eles ser gay pode ser sinônimo de comunismo, intervenção estatal na economia é comunismo, ser petista é ser comunista, etc. Mas isso não passa de delírio. Por que então deveríamos aceitar estes termos (balizados pela extrema-direita, que fique bem claro) que, como já me referi, não passam de delírios, e nos colocarmos como apologistas da classe dos gestores de filiação petista como forma de fazer oposição a essa extrema-direita? A redução da realidade a dois polos incrustrados no interior da ordem estabelecida sempre foi o mote utilizado para impedir qualquer radicalização das lutas, por mínimas que sejam. Eu gostaria que alguém me respondesse de forma clara, racional e sem ironias, por favor. Um debate entre adultos.
Há tempos, os comentários -noves fora as raríssimas exceções- descambaram na logomaquia.
Parabéns, Leo V.
A arrogância e o melindre como resposta à sua argumentação (que fora solicitada) mostrou que o seu ponto era bastante acertado. Falo isso com a tranquilidade de quem certamente concordaria no essencial com os “antis”, mas às vezes o essencial do essencial está num outro plano.
Lula diz que empresários deveriam rezar para que ele volte a ser presidente
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que empresários brasileiros deveriam estar rezando e fazendo promessa para que ele vença as eleições de 2022 – Reprodução/Al Jazeera
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que empresários brasileiros deveriam estar rezando e fazendo promessa para que ele vença as eleições de 2022
Imagem: Reprodução/Al Jazeera
Colaboração para o UOL
17/04/2021 11h02
Atualizada em 17/04/2021 15h07
Erramos: este conteúdo foi alterado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje que os empresários brasileiros deveriam estar rezando ou fazendo promessa para que ele volte ao poder. Em entrevista à emissora Al Jazeera, do Catar, o petista afirmou ser o melhor nome na política nacional para alavancar os índices da economia do país.
“Os empresários brasileiros, os donos de fundos, os banqueiros deveriam estar todo dia fazendo uma reza e pagando promessa para que eu voltasse a governar o Brasil. Para que a gente pudesse garantir o fim da fome, fim da miséria, pleno emprego e o Brasil virar protagonista internacional”, defendeu o ex-presidente.
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Lula não deixou claro se será candidato nas eleições do ano que vem, mas avisou que está preparado caso setores progressistas do país o vejam como o melhor nome para representeá-los no pleito.
O petista voltou a ressaltar, no entanto, que esse não é o momento para se discutir a disputa política de 2022.
É humanamente impossível imaginar que um político que aparece na disputa eleitoral com ampla chance de ganhar vai dizer que não é candidato. Quando chegar no momento de escolher, se eu tiver em condições e os partidos progressistas no país entenderem que meu nome pode ser o melhor, obviamente que estarei disposto a ser candidato.Lula
Pandemia
Ao avaliar a situação da pandemia do novo coronavírus no Brasil, Lula voltou a fazer criticas severas contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O petista disse que o atual presidente é um dos responsáveis pelas mais de 360 mil mortes pela covid-19 no país.
“Tenho tratado o nosso presidente como genocida, porque é o primeiro presidente que é irresponsável no trato de uma doença, sem respeitar a ciência no Brasil, a medicina (…) É lamentável que o Brasil esteja nessa situação”, criticou.
O petista afirmou ainda que Bolsonaro não levou o novo coronavírus a sério desde o surgimento dos primeiros casos no país.
Como já vem fazendo, Lula afirmou que o presidente não acredita na ciência e na eficácia das medidas restritivas para evitar a disseminação da doença.
Parte da crise que estamos vivendo é da total irresponsabilidade do nosso governo. Ele (Bolsonaro) não foi responsável com o povo brasileiro, não foi responsável com a ciência, não é responsável com o sistema de saúde no Brasil, e por isso o Brasil hoje virou o epicentro do Covid-19.
https://www.google.com/amp/s/economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/04/17/lula-al-jazeera-empresarios-reza-rezando-bolsonaro-genocida-promessa.amp.htm
Se “Lula ser ou não candidato não muda nada para a esquerda que não tem ilusões eleitorais”, porque defender tanto ele?
Pergunta sincera ao pergunta sincera,
Fugiu da aula de interpretação de texto? Para ter debate as pessoas têm que falar a mesma língua, ou compreender uma a da outra.
Onde eu “defendi tanto ele”? Defender de que?
Meu São Bakunin, o que as pessoas de extrema-esquerda estão tomando na água???
Se eu estivesse na Alemanha em 1939 e dissesse que bater bumbo de anticomunista era estar no campo do nazismo, será se alguém me perguntaria por que eu estaria defendendo Stalin?
Pise na foto do Lula como um crente pisa na foto do diabo. Faça isso quando os fascistas baterem na tua porta. Diga que você é antipetista e faça essa profissão de fé antiLula. Diga com a sua sinceridade que você abomina igualmente ele também. O que acontecerá em seguida com você é a prova real sobre essa discussão. Depois que a bala estiver na sua cabeça quem sabe você descubra que antipetista não é simplesmente sobre Lula e o PT.
Eu hoje venho aqui falar
duma coisa que me anda a atormentar
e quanto mais eu penso mais eu cismo
como é que gente tão socialista
desiste de fazer o socialismo
é querer fazer arroz de cabidela
sem frango nem arroz nem a panela
Parafraseando Sérgio Godinho, como é que gente tão “autonomista”, desista de praticar o autonomismo… O Passapalavra colocou a “questão Lula”, me parece, sem um direcionamento crítico, daí deu oportunidade para se desenvolver nesse restrito espaço autonomista um tipo de discussão que já está colocado no senso comum da esquerda tradicional. A “questão Lula e PT” numa ótica que se diz autonomista deve ser justamente está, como organizar a luta AUTÔNOMA, por fora e contra os aparatos burocráticos dos gestores. Nossa tarefa é difícil, lutar contra o fascismo e, ao mesmo tempo, contra a esquerda do capital, ou não se faz luta AUTÔNOMA. Ninguém está chamando o PT de “social-fascismo” como fez a Terceira Internacional. Por motivos diferentes, Bolsonaro e Lula são nossos INIMIGOS de classe. São inimiga diferentes, mas, acima de tudo, INIMIGOS. O que cada um fará com seu voto no ano que vem não deveria condicionar a prática política de hoje. Tentar empurrar o campo autonomista para o lulismo com essa chantagem do fascismo, por mais que esse campo possa estar crescendo, é puro oportunismo. Antes a ameaça era o Aécio neves, depois o “golpe” depois a eleição de Bolsonaro, agora o fascismo. Nunca haverá luta AUTÔNOMA nessa perspectiva, jamais será a hora. Enquanto alguns pedem seriedade, maturidade etc para realizar esse debate, acham estranho comentários irônicos e non sense sobre as posições petistas que entraram de contrabando aqui no PP, a pauta do debate já se encontra totalmente rebaixada, hegemonizada mais uma vez pelo mais petista dos “não petistas”. Os fascistas se se cosnolidarem marcharam contra nós com certeza, mas não porque fomos “antipetistas de esquerda”, porque não fomos petistas e lulistas o suficiente, mas porque não fomos autonomistas, conselhistas o suficiente. Eis a verdade. A realpolitik tomou conta de alguns ex-autonomistas históricos, que abraçaram a prática do “inimigo do meu inimigo é meu amigo”. Não, meus camaradas. Bolsonaro e o fascismo são inimigos. Mas, Lula e o PT (e outras organizações políticas do mesmo campo) também são nossos inimigos. De um tipo diferente, é verdade. Mas, inimigos. Podemos até admitir que não temos força para combater sequer um desses campos, quem dirá os dois. Mas, isso não justifica nos bandearmos para o lado do inimigo “menos pior”, como defendem alguns. Achar que deixar de ser “antipetista de esquerda”, e fazer campanha eleitoral para o PT vai proteger a cabeça de alguém de terminar com uma bala é um discurso, no mínimo, demagógico. Espero que o comentário agora tenha sido considerado sério o suficiente, maduro e adulto o suficiente, já que a ironia e crítica non sense de quem acha inconcebível discutir a sério o lulo-petismo como alternativa política, nos termos em que muitos fazem por aqui, foi tão surpreendente.
***
Desculpem os erros de digitação, é o “corretor automático do celular”…
Voltando aqui pois lembrei que grande parte dos comentaristas neste site possuem dificuldade de enxergar o fascismo e engrossam seu caldo por identitarismo e ressentimento (Aliás, dois elementos do fascismo).
Cansei de falar pra um extrema-esquerda que se dizia antipetista mas contra Bolsonaro, que o antipetismo era uma significação central desse novo nazifascismo brasileiro.
O petistas era o judeu.
Hoje são comércios e pessoas marcadas como “petistas” pelos fascistas que possuem poder de fato em cidades no cinturão do agro.
E os comércios dos judeus começam a ser marcados. Dessa vez será com um estreia vermelha e não amarela. E os comentaristas aqui que querem mudar o mundo não conseguem perceber o nazifascismo debaixo do nariz.
Os antipetistas contra Bolsonaro… que deus os perdoe da ingenuidade ou da tolice. Os nazifascistas nao perdoarão.
https://www.instagram.com/tv/CkoTr5ut6B4/?igshid=YmMyMTA2M2Y=
Olá meus antepassados. Vim do futuro, exatamente do ano 2050, para lhes informar a nova periodização da História do Brasil que foi estabelecida. Depois do período da Ditadura Militar, tivemos a Nova República. Este período durou até 2016, quando um golpe de Estado, capitaneado por ultraliberais e fascistas, fez com que o Brasil adentrasse no período do fascismo, especialmente após o pleito de 2018. Este período durou até o pleito de 2022, quando muitos dos antigos ultraliberais que haviam colaborado para a ascensão do fascismo em 2018, agora associados com as forças a qual haviam golpeado, derrotaram os nazifascistas nas urnas, elegendo Lula e provando assim que o fascismo se derrota nas urnas. Tudo isso pode ser encontrado em detalhes no livro de história do Brasil escrito por Leo V. E, para não lhes deixar na mão, cabe ressaltar que depois do fascismo o Brasil entrou no período do comunismo, que durou de 2023 até 2026, quando o vice presidente da então proclamada República Popular do Brasil, o comunista Geraldo Alckmin, deu um golpe e assumiu o poder, restituindo então o fascismo que havia sido derrotado em 2022. Mas sobre esse período eu recomendo a leitura de livros clássicos sobre o comunismo brasileiro, como os que foram escritos pela Ana Paula do vôlei ou Augusto Nunes.
E no entanto, mesmo com todo racismo do regime nazista, houve judeus que colaboraram com o regime servindo como polícia dos ghettos. Essa é para quem acha que as coisas terminam na dicotomia que o inimigo nos propõe.
Ao Léo V do futuro e seu disco riscado: Alckmin no poder, o ladrão de merenda, não foi golpe, foi escolha democrática…
Paulo Henrique, Lucas e Irado,
Imagino que vocês escreveram com base no meu último comentário, visto que os comentários a este artigo estava parados faz tempo.
Mas tudo que vocês escreveram não têm absolutamente nada a ver com o que apontei: se dizer antipetista e ao mesmo tempo contra Bolsonaro sempre foi uma uma demonstração de falta de compreensão da realidade nazifascista que estava e está na frente do nariz. E isso não tem nada a ver com “gostar ou não” do PT.
Novamente, que deus perdoem esses pela ingenuidade, incapacidade (de análise política ou de superar ressentimento) ou pela tolice. Os nazifascistas não perdoarão.
Paulo Henrique, é feio criar essa ficção já que não possui fatos pra se basear. Isso só mostra que você não é capaz de fazer análise fria, sem ressentimento. Está mais preocupado em marcar identidade antipetista (ou não petista) do que entender o que acontece. É tolo o que você escreve principalmente porque neste site já escrevi sobre o processo de gênese desse neofascismo brasileiro. O “livro” que escrevi você pode ler aqui: https://passapalavra.info/2018/07/121756/ ; e sobre a base inicial desse ressentimento de classe do neofascismo você pode retirar elementos daqui também: https://passapalavra.info/2015/09/106231/
Leo V está certo e seu alerta acerca do sentido do anti-petismo não contradiz em nada o conteúdo do excelente artigo Malvina e não implica nenhuma tergiversação na crítica ao petismo e na defesa de uma organização autônoma da classe.
Leo V., vou tentar ser mais direto. Tentei fazer uma crítica humorada e não sei se fui bem sucedido (aí fica a cargo de quem lê). Seu comentário está tentando 1- atribuir uma ideologia fascista ao que comumente se chama de “bolsonarismo” (vou usar este termo por conta da falta de um melhor); 2- atribuir similaridade entre as perseguições aos judeus promovidas pelos nazistas e os ataques (alguns deles se utilizando de violência e assassinato) bolsonaristas contra os petistas; 3- dizer que os que não estão alinhados na defesa dos novos judeus (os petistas) estão engrossando o caldo do “fascismo” (ou seja: os se está pelo lulopetismo, ou se está com o “fascismo”). Pare por um minuto e pense nessas teses que você apresentou. São tão descoladas da realidade que é até difícil argumentar. É fácil pegar dois ou três aspectos (isso quando muito, pois em geral é um aspecto só mesmo que a galera pega) do fascismo, ver uma similaridade com outro movimento e concluir que são o mesmo fenômeno. E partir disso se passa a fazer uma série de suposições, que logo são tomadas como verdades absolutas. Os Augusto Nunes da vida fazem isso também (daí minha comparação). Coisas como: o comunismo pressupõe estatização (na cabeça deles, quero dizer), então estatizou é comunista. Você tá fazendo a mesma coisa. E é lógico que tais teses estão alinhadas com o petismo. Este buscam deixar essas concepções em banho maria (tal como os militares deixaram a questão das urnas) para arregimentar eleitores, principalmente pelo medo. E também reflete um apreço pela política de conciliação de classes.