Por Comissão Pastoral da Terra

Na manhã desta quinta-feira (22), por volta das 9h00, famílias da comunidade de Barro Branco, localizada em Jaqueira (PE), foram surpreendidas por 14 seguranças fortemente armados, encapuzados, com spray de pimenta e cães de guarda, que chegaram ao local em quatro motos e em um carro e atentaram contra os agricultores. A ação durou cerca de dez minutos, segundo informações encaminhadas à CPT.

Durante esse tempo, os camponeses e camponesas relatam um verdadeiro horror. Os homens efetuaram disparos para o chão e para o alto e apontaram as armas para a cabeça e tórax de alguns agricultores que estavam plantando milho e feijão no entorno de suas casas. Segundo um dos agricultores que prefere não se identificar com receio de retaliação, “nós corremos, por isso não conseguiram nos pegar. Foi de surpresa. Estávamos em casa, alguns plantando. Chegaram dizendo que iam soltar os cachorros e atirar, chamaram a gente de ‘comboio de viado e de ladrão’, chamaram as mulheres de ‘arrombadas’ e disseram que iam atirar na cara e fazer a gente comer bala. Disseram que iam voltar pra derrubar e queimar tudo”.

Ninguém ficou ferido, mas as famílias estão em estado de choque após a ação. Integrantes da comunidade confirmam se tratar de uma empresa de segurança prestadora de serviço da Agropecuária Mata Sul S/A, a qual enfrentam um conflito por terra na região. Após a saída dos seguranças, as famílias conseguiram fotografar drones vigiando os quintais das casas.

Um grupo de vinte agricultores e agricultoras da comunidade de Barro Branco se dirigiram até a Delegacia de Jaqueira para registrar Boletim de Ocorrência (BO) sobre o atentado ocorrido. Além da Secretaria de Defesa Social (SDS), o episódio de violência também já é do conhecimento da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos e do Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PEPDDH). Segundo informado à CPT, uma equipe composta por integrantes da Ouvidoria da SDS e do PEPDDH realizará uma visita à comunidade para levantar mais detalhes do ocorrido e tomar as providências cabíveis.

Publicado originalmente aqui.

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