Ambos são professores universitários, conhecidos naquela instituição pelas aulas sobre decrescimento econômico, ecologia e pelas críticas ao consumismo. Fazem tudo isso com o mesmo entusiasmo com que ostentam um apartamento na capital, outro na praia, dois carros na garagem, uma filha fazendo medicina e uma chácara para descansar no campo, além da boa vida em Paris nos tempos do pós-doutorado de ambos. Passa Palavra

2 COMENTÁRIOS

  1. Essa crítica é do nível que a direita mais tosca faz dos “comunistas de iphone”. Confunde-se crítica do sistema de produção com ascetismo individual.

  2. Eu acho que o ecologista que fica discursando sobre a necessidade de consumirmos menos mas tem 10, 15 mil reais por mês para gastar, podia ser um pouquinho mais coerente e passar a viver como essa gente toda que vive com salário mínimo; essa, sim, consome pouco. Pimenta nos olhos dos outros é refresco. Coerência não existe. Aperta o cinto aí, pobretão, que a humanidade está consumindo muito e assim a gente vai matar o planeta. Eu não! Eu só tenho essas propriedades para manter de pé, esses carros para abastecer, essas geladeiras para encher, essas viagens para fazer, esses sonhos para realizar com a minha esposa em Paris… Bom, e isso é o quê? Baixo padrão de consumo? Então podia defender o mesmíssimo padrão para pelo menos todos os pobres, não? É o mínimo que merecemos! O mesmo padrão tanto para o professor da federal quanto para o entregador do Ifood. Afinal, qual é a parcela da sociedade brasileira que está consumindo muito? Em geral, quando um ecologista ataca o consumismo, fala que a humanidade está consumindo muito, que o brasileiro está viciado em trocar de celular todo ano, o que ele está atacando é aquilo que o outro tem ou faz e que ele acha desnecessário e prejudicial ao planeta: quantidade de pares de sapatos ou meias que você possui, se você troca de carro ou de bicicleta todo ano. Não estão atacando o sistema de produção. É outra coisa. É um tipo de moralismo e de defesa de um certo consumo consciente. Engraçado é quando o padrão de vida deles mesmos não combina com as regras que eles querem cagar para os outros.

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