1º de novembro de 2022. Estou em três grupos de WhatsApp. Num deles estão debatendo se pedem intervenção militar ou intervenção federal, e a melhor tática para parar o Brasil até que as Forças Armadas assumam o controle e prendam ministros e políticos. Em outro estão organizando festas e a ida a Brasília para a posse. Já no outro reclamam do preço da carne e se debate comidas alternativas para baratear a ceia de natal. Passa Palavra

7 COMENTÁRIOS

  1. É estranho ver o Bloco Autônomo,de raiz anarquista,,estar convocando também para as ruas,numa clara submissão a uma pauta que só diz respeito a quem está disputando o de sempre,o Poder. Mundos Paralelos?

  2. Bloco? Raiz anarquista?
    Sem essa, aranha!
    Prefiro cordão, de rizoma hedonista…

  3. O petismo (agora ocupando o centro do espectro político) tragou todas as correntes políticas de esquerda e extrema-esquerda para sua órbita. Todas.

  4. nem tanto, existe movimento de massa de raiz anarquista no Brasil ? se sim , cade as pautas de ordens ?se não , tem que fazer disputa !

  5. NA BOLHA DAS SAMAMBAIAS vi e pensei isso aqui:
    1. Ontem a Carta Capital noticiou que Bolsonaro falou aos ministros do STF  que “acabou”. O que acabou ninguém sabe.
    2. Outros meios de comunicação noticiaram que Bolsonaro, nas entrelinhas de seu discurso pós-eleição, assumiu a derrota e pediu a garantia do direito de ir e vir.
    3. Além disso vem sendo divulgadas algumas imagens das torcidas organizadas desobstruindo alguns bloqueios. Lembro de ter visto imagens da torcida do Atlético Mineiro (Galoucura), que jogou ontem de noite em sp e da Gaviões que vai jogar hoje. A paixão primeira das torcidas não é a democracia, é o jogo. As torcidas se mobilizam pelas partidas, não tendo partida quem assume a dianteira? O MTST?
    4. Ontem MST fez questão de esclarecer que a nota de convocação da militância para atuar em desbloqueio é do MTST, apenas. Já o MTST deve estar encontrando algumas dificuldades para levar adiante essa convocação. O MTST tem duas esferas de militância: uma juventude branca, de unhas feitas, limpinha, pacifista que se aproxima do movimento influenciada pelas redes sociais e que se mobiliza em troca de prestígio e pacificação de sua consciência culpada; e um resíduo do militância que entra via ocupações e que se mobiliza em troca de lista de presença (espécie de chantagem promovida pelas entidades organizadoras). Ou seja, de um lado jovens brancos criados a leite com pêra que nunca aprenderam a apanhar (e, por isso, nunca aprenderam a bater) e de outro lado uma base periférica chantageada. Isso tudo suponto que o bilhete de convocação seja verdade. Logo em seguida Boulos mudou o tom da convocação e chamou o público desagregado para uma reunião no sábado (afinal nenhuma ação de interesse coletivo é uma necessidade imediata para um arrivista movido por seus interesses individuais). Por enquanto, é uma sorte, um ganho de tempo, para o MTST (e para os demais partidos da mesma ala do capital) que as torcidas precisem se movimentar para ver os jogos.
    5. E cadê os motoboys? Acho que vi apenas uma imagem de dois motoboys dando capacetadas em um motorista bolsonarista dono de uma Fiorino que tentava bloquear uma rua qualquer de sp.

    NA BOLHA DOS CANARINHOS vi essas informações complementares:
    1. Em seguida ao pronunciamento do Bolsonaro encontrei um vídeo onde os bolsonaristas permaneciam em uma pista bloqueada por pessoas que atravessavam de um lado para o outro, indo e vindo em pleno exercício de suas liberdades individuais.
    2. Hoje um conhecido bolsonarista compartilhou um perfil (@ danuzioneto) que mostra diversas imagens não divulgadas na bolha das samambaias. A primeira etapa da mobilização dos bolsonaristas envolvia caminhoneiros e ruralistas nas estradas. Hoje é a vez de pessoas nas cidades pedirem “intervenção federal” em frente aos quartéis. Não é um número insignificante de concentrações que se somam as concentrações nas estradas.

    PARCIAL:
    O Brasil, que não está apartado do mundo, também é afetado pela guerra entre facções do capital que culminou na guerra da Ucrânia. Aqui, no geral, está ocorrendo uma guerra de informações entre essas duas fatias do capital. Cada lado faz o recorte de imagens que lhe interessa.  Do lado das samambaias existe o interesse de: Não divulgar a intensidade real da resistência bolsonarista; Não deixar transparecer que a força policial está participando da resistência; Criar a imagem de um Bolsonaro derrotado; Sustentar a aparencia de normalidade instituicional, indicando que haverá uma transição entre governos; Reafirmar que a legitimidade do poder judiciário segue sem abalos.

    OBSERVAÇÃO:
    O papel histórico do MTST (e não apenas dele) é agir como um anticorpo. O MTST faz parte do sistema imunológico do capital. O MTST protege o capital (a fatia do capital que ele representa, que é diferente da fatia do capital representada pelo bolsonarismo) do risco de se generalizar formas de resistências potencialmente disruptivas. Ele não é radical, ele não parte para a ação direta. Ele constrói para si uma imagem virtual (se apropriando, inclusive, de movimentos populares inicialmente honestos e espontâneos) e simultaneamente ele trata de combater e anular as agitações subterrâneas que buscam incessantemente irromper da terra e tomar corpo, e ganhar vida. Acima da terra só que existe é o MTST (e seus semelhantes) que não passa de uma aparência superficial cuja a função e tornar inóspito o ambiente, e promover a destruição do que vem por baixo, uma realidade que é mil vezes abatida antes que se torne real.

    ENFIM:
    Não há defesa contra o bolsonaristas. Isso está claro. Tampouco contra o lulismo. A disputa nunca foi nossa. É eles contra eles.

  6. “se corre o bicho pega , se fica o bicho come!”. A questão nem é essa. É que todas as correntes políticas pensam e agem no mundo a partir de conceitos e ideias provenientes do lulopetismo.

  7. Não existe uma “pauta anarca”, existem práticas e um conjunto nada coeso de idéias, próprio do anarquismo esse distanciamento de uma “teoria de tudo”. A intervenção do Bloco Autônomo pode estar se dando, é uma pista por enquanto, enquanto retomada das ruas de junho. A ocorrência agora não é mera coincidência,mas a ocupação de um território que a esquerda do “centro do espectro” político agenciou para esvaziar. A meu juízo é acertado os anarcas,poucos e sem pautas,poucos e descoordenados, pouquíssimos e nada organizados,estarem de volta às ruas.Alem do mais, não causa cansaço a vida da nas redes sociais? Melhor nas ruas que no sofá eterno.

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