Um estudante universitário fica encantado com as teorias socialistas e pergunta a seu colega mais velho:
— Por onde começo a ler para compreender o socialismo? Marx? Lênin? Proudhon?
— Ora, leia as poesias de Brecht. Quando terminar terá se envergonhado da pergunta. Passa Palavra
Brecht envelheceu mal, ziguezagueando entre a dissidência consentida e a argúcia de um poeta (semi?)oficial do sorex alemão oriental.
Este mundo pende por um fio: que todos nós aceitamos um certo grau de humilhação a cada dia. Para ser desgastado e utilizado, explorado e anestesiado. No final, o capitalismo é apenas isso: a organização metódica, policial, da humilhação, de nossa tristeza competitiva.
“A leitura atenta de uma coletânea de poemas de Brecht pode ser surpreendente às pessoas que consideram que o comunismo carrega o estigma da unilateralidade.” (Walter Benjamin em “Comentários sobre poemas de Brecht”)
APOLOGIA x CRÍTICA ou MUTATIS MUTANDIS
É algo implausível que Benjamin, se não tivesse morrido em 1940, escrevesse isso em 1950.