Chegou a vez dos livros de Roald Dahl, autor de obras como ‘Matilda’ e ‘A fantástica fábrica de chocolate’, serem editados pela vigilância identitária. Agora serão removidos de suas histórias termos ofensivos como ‘feio’, ‘gordo’ e referências a mulheres ‘femininas’. Além disso as obras serão reescritas com exemplos de gênero neutro. Augustus Gloop não é mais gordo, e sim enorme. Miss Trunchbull não é mais a “fêmea mais formidável do mundo” e sim a “mulher mais formidável”. Os Oompa Loompas da fábrica de chocolates agora são ‘pessoas pequenas’, e não ‘homens pequenos’. Há ainda a adição, pelos revisores, de frases politicamente corretas nas obras. Um parágrafo de “As Bruxas” onde se fala que são carecas por baixo de suas perucas termina agora explicando que ‘Existem muitas outras razões pelas quais as mulheres podem usar perucas e certamente não há nada de errado com isso’. Esse revisor certamente ficou impressionado em certa cerimônia do Oscar. Passa Palavra

6 COMENTÁRIOS

  1. Não sei quem disse, se é que alguém realmente falou isso, mas parece que o mundo acabará mesmo em uma longa sensação de tédio para que puerilidades literárias assim ganhem ares de destaque. E, para que não seja mal entendido, sendo eu gordo, preciso bradar em meu lugar de fala: Senhor Augustus Gloop!!!!!! Assuma a sua lipidiosidade!!!!!!!!!!

  2. Enviei uma reportagem sobre essas adulterações da obra de Roald Dahl para a minha filha de 11 anos, que é leitora e fã da obra do autor, ao que ela me respondeu: “Achei as mudanças meio inúteis”.

  3. Já diria Bradbury: “Os negros não gostam de ‘Little Black Sambo’. Queimemo-lo. ‘A Cabana do Pai Tomás’ não agrada aos brancos. Queimemo-lo. Um tipo escreve um livro sobre o tabaco e o cancro do pulmão? Os fumadores de cigarros ficaram consternados. Queimemos o livro. A serenidade, Montag, a paz, Montag. Liquidemos os problemas ou, melhor ainda, lancemo-los no incinerador.” (pág. 62)
    Mas ainda há iniciativas de alguma resistência: https://www.instagram.com/p/Co8DeX8v1rh/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

  4. Ninguém Escapa mesmo,lá vamos nós, Free Talk Sexta feira

    O editor anarca voltou a pedir dinheiro, como sempre, se não é para mais uma impressora é para outra “causa” pessoal . Cansa!

    O @pedalante no twitter voltou a atacar outra vez, abalando os fundamentos da realidade com um sequência sem fim da máquina de copiar e colar sobre…. qualquer coisa..

    O professor se queixa de cansaço, quem não está?
    A socióloga cansada convida para mais um curso livre, pena que exige matrícula na facul, ou matrícula nalgum curso regular da instituição “da pós”, ou Curso Regular Equivalente..
    O Facebook agora fala ActivePub, dá-lhe descentralização!
    O PP está nos trends dos Jacobinos, pelos piores motivos. É justo isso
    O ChatGPT vai chegar no whatsapp? Ohhh meu deus!
    O Nikolas será cassado? Os identitárias esperam que sim, a despeito de gestos não reais sobre essa justa medida.
    Lula aumenta a merenda gente!!! O Capital segue firme em seus fundamentos.
    O Peru segue em revolta, mas o peru aqui só no Natal.
    A Grécia queima, a Ucrânia também. Quem se importa?

  5. É o fim do verão, alguns trabalharam como escravos, outros tantos estão sendo Escravizados,vivendo entre a normalização desejada pelos patrões e a social democracia,a economia não dá trégua aos pobres.

    A lógica do capital avança para o Tecno Feudalismo, um estado de vigilância perpétua r onipresente,mas também para o amortecimento dos corpos,que é o presente atual das massas.

    Entre o espetáculo e o pensamento raso e insignificante,os anticapitalista disputam quem melhor exala o perfume da época apodrecida.

    Todo esforço a mobilização e quebra da normalidade,o fim do tédio do pode começar com nossos corpos em movimento e luta!

  6. No romance 1984 de George Orwell, além da descrição aflituosa das telelelas, dos espiões em todos os setores da sociedade civil, o autor dedicou várias linhas a explorar o desejo dos linguistas do governo em suprimir tanto quanto possível expressões, palavras e frases do dicionário. Um colega do protagonista conta de forma elogiosa como o Estado tem tido sucesso em reduzí-las ao mínimo possível. Num trecho ele diz que o governo começou pelos substantivos, mas a preocupação nova seria eliminar os verbos, pois estes exprimem ações. É que se a vigilância acentuada impedia os crimes de acontecer, a falta de reflexo na linguagem das ações deveria (em tese) provocar o abandono de tudo aquilo que não fosse já enunciado pela linguagem autorizada. O raciocínio parecia simples: se não há expressões que designem os crimes contra a Oceania, não haveria horizonte de práticas insubordinadas. Assim o estado totalitário visava neutralizar não só as práticas, mas a linguagem. O politicamente correto parece mirar também na linguagem, sem se preocupar de que na prática haja lastro para esta.

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