No início da pandemia, um camarada esquerdista mostrou-me um jornal de sua organização onde liam-se, na manchete, duas palavras de ordem: contra o pagamento da dívida pública e pelo pagamento do auxílio emergencial. Respondi: “você sabe que não dá para fazer as duas coisas ao mesmo tempo, não é? Que o dinheiro do auxílio vai vir do aumento do endividamento público…” O camarada, que, como o restante da esquerda, não concebia o crédito como parte essencial do processo produtivo, olhou-me como se não entendesse o que eu dizia. Passa Palavra
É lamentável como, volta e meia, me deparo com esses rompantes de superioridade intelectual. Ainda que fosse uma situação real (não tenho como saber se é), não se aproveita nada de uma declaração do tipo “o camarada, que, como o restante da esquerda, não concebia etc.”
Ou seja, ninguém entende nada, só eu. Está boa a dose de arrogância?
Ninguém merece…
Não deveria ser motivo de perplexidade a esquerda ignorar a discussão econômica?
O PP então é contra a Auditoria Cidadã da Dívida? O que o PP propõe como estratégia alternativa em questões de política cambial sob perspectiva da luta de classes e da emancipação da humanidade? Porque, se por um lado, é preciso apresentar os prós e contras de políticas emergenciais como essa, por outro lado, a consideração “mais vai aumentar a relação dívida/pib” não é muito diferente de um conservadorismo fiscal mitigado, difundido todos os dias no Jornal Nacional. Abraços!
Ah! A soberba! A ela não resistem nem mesmo as mentes mais brilhantes. E se mediocrizam na mais óbvia banalidade. E ainda assim soberbas…
A mal denominada “dívida pública” nem é dívida tampouco é pública. Trata-se de um insidioso processo de transferência de renda do conjunto da população para uma minoria de rentistas.
A “dívida pública interna” foi uma criação perversa do Plano Real, e antes dele era pouco relevante.
O Plano Real, sob o disfarce de controlar a inflação, nada mais fez do que trocar uma inflação sentida diretamente no bolso, por isto fácil de ser compreendida, por uma inflação em títulos públicos, cujos efeitos são indiretos e, portanto, de muito mais difícil compreensão. Muito embora ainda mais nociva.
A taxa básica de juros (a SELIC) é o índice econômico através do qual se opera esta transferência de renda. Daí a colossal resistência em reduzí-la no Brasil, país cuja economia é voltada prioritariamente para atender os interesses, e privilégios, do rentismo.
Não há melhor negócio do que a “dívida pública” brasileira, pois quase sempre a taxa de juros reais no Brasil tem sido a maior do mundo.
Não há nenhuma justificativa técnica, do ponto de vista econômico, para que a SELIC real não seja negativa (a taxa nominal menos a perspectiva de inflação futura). No entanto, a mistificação neoliberal prega exatamente ao contrário.
Um taxa de juros reais negativa interromperia o aumento da “dívida pública interna”, inclusive por também propiciar condições para a expansão da atividade econômica e o consequente aumento da arrecadação de impostos. A tendência seria a queda do “endividamento público”.
Neste caso não haveria nem mesmo necessidade de controle de fluxo de capitais (apesar desta ser uma medida necessária no geral), porque mesmo com uma taxa de juros reais negativa o rentismo não teria qualquer outra opção.
A tão temida “fuga de capitais para o exterior” nunca passou de uma farsa de terrorismo econômico.
Em qual ativo os recursos seriam aplicados, em títulos do FED cuja taxa é exatamente negativa em relação à inflação no Brasil?
Os rentistas tem aversão ao risco, buscam rentabilidade alta e liquidez imediata, encontrando na SELIC o seu paraíso. A conta é paga pelas condições infernais de vida da maioria da população brasileira.
Não existe nenhuma “Economia”, toda economia é Economia Política e determinada pela Luta de Classes.
É nessas horas que o terraplanismo econômico da esquerda fica mais evidente. Não é só uma ignorância completa do funcionamento do sistema financeiro e do mecanismo do crédito no capitalismo. É também uma crença irracional e contrafactual em soluções mágicas, como a tal auditoria cidadã. E bastaria ir atrás dos números: ver quem detém os títulos da dívida pública, quais fundos de pensão investem “especulativamente” para a “minoria rentista”. Mas estou falando com as paredes. As evidências nunca foram muito eficazes contra o terraplanismo.
“É possível evitar a sujeira no trato burguês e em seu comércio? A sujeira é seu elemento natural… A infâmia honesta ou a honestidade infame da moralidade dissolvente não me parecem nem um pouco superiores à infâmia não respeitável da qual nem as primeiras comunidades cristãs, nem o clube jacobino e nem nossa falecida Liga puderam se livrar completamente. No trato burguês, contudo, a pessoa se habitua a perder o senso de respeitável infâmia ou de infame respeitabilidade.”
Marx a Freiligrath – 29/02/1860, MEW 30, p. 492
O que é a inflação?
Para os Monetaristas, a inflação surge do descasamento entre emissão de moeda e produção de bens e serviços.
Para os Keynesianos, o descasamento se dá entre oferta e demanda, entre nível de emprego e preços.
Os dados empíricos refutam as duas teorias.
No caso dos monetaristas, estes adoradores do deus dinheiro, os fatos são implacáveis no desmascaramento de seu palavrório pseudo-teórico. Caso a emissão de moeda fosse por si só causa de inflação, o colossal volume de recursos gerados nos EUA através dos QE (Quantitative Easing) teria provocado uma espiral inflacionária estratosférica.
Contudo, a inflação é gerada por outro tipo de descasamento: entre produção de valor e marcação de preços.
A política de reajustes da Petrobrás (marcação dos preços de combustíveis indexada ao mercado internacional) é um exemplo deste tipo de descasamento.
Para aumentar a lucratividade, ao invés de aumentar e sofisticar a produção (criando novo valor, inclusive pelo incremento da produtividade através da mais-valia relativa), os capitalistas detentores das ações (ADR) da Petrobrás em Wall Street (mas não só eles, também os mega investidores brasileiros) exigem o aumento dos preços (na prática os dolarizando).
Como resultado há uma brutal transferência de renda da população como um todo para estes mega investidores. Inclusive também afetando os empresários dependentes de insumos de produção fornecidos pela Petrobrás.
Uma das consequências é o crescimento da inflação no Brasil, surgida pelo descasamento (no âmbito da Petrobrás) entre as curvas de preço e de produção de valor.
Como os combustíveis são componentes básicos da economia, seus preços majorados tendem a se propagar e contaminar todas as demais cadeias produtivas.
A Inflação é uma forma de transferência de renda e riqueza, não só pela deterioração dos salários como mesmo entre as frações da burguesia, em benefício dos setores com maior poder econômico.
A Inflação surge num momento de crise do Capitalismo, quando a produção de novo valor é insuficiente para ao menos freiar a queda da taxa de lucro.
O processo inflacionário redunda numa enorme destruição de forças produtivas. E uma vez desencadeado tende a se descontrolar até se tornar uma hiper-inflação.
A Inflação é como as guerras. Deflagrá-la é muito mais fácil do que dar-lhe fim. No final das contas, quem arca com o maior prejuízo sempre são os trabalhadores.
A querela entre o esquerdista e o, digamos, pós-esquerdista do FLAGRADEL ocorreu no âmago da economia (política?). Ou seja, entre facções do KKKapital.
Trata-se, isto sim, de efetuar a crítica -teórica e, sobretudo, prática- da economia e seus fetiches (ideológicos e mercantis-espetaculares).
Soberba ou não, os comentários acima só demonstram uma questão que é mais do que programática na esquerda brasileira, é estrutural: o nacionalismo, bem como sua vontade de gerir o capitalismo “nacional”. E o vilão, lógico, o capital financeiro internacional…
Goldman Sucks escreveu, no seu comentário, que «é nessas horas que o terraplanismo econômico da esquerda fica mais evidente». Entretanto, o governo de Erdoğan prossegue uma política de baixíssimas taxas de juro, convencido de que assim estimula os investimentos e, aumentando a produção, diminui a inflação. Resultado, a inflação na Turquia só tem aumentado. E agora, há dias, o governo italiano, composto por partidos da extrema-direita radical e fascistas ou fascizantes, decretou um imposto sobre os lucros excessivos dos bancos, que servirá para baixar os impostos sobre a generalidade da população. O populismo económico é agora o terreno em que direita e esquerda se confundem num novo fascismo. Lembro-me de que Hitler disse, durante a guerra, no seu círculo de íntimos: «mesmo a Schacht, tive de começar por explicar esta verdade elementar: que a causa fundamental da estabilidade da nossa moeda se encontra nos nossos campos de concentração. A moeda permanece estável quando os especuladores ficam fechados à chave». Já em Mein Kampf ele havia escrito que «os interesses materiais do homem prosperam sempre melhor enquanto se mantêm sob a égide das virtudes heróicas, mas logo que tentam ocupar o primeiro plano destroem a base da sua própria existência». Mas a extrema-esquerda, tal como a extrema-direita, continuam a considerar que através da vontade política conseguem inflectir a economia. Tal como desabafou Goldman Sucks no final do seu comentário, «estou falando com as paredes. As evidências nunca foram muito eficazes contra o terraplanismo».
Goldman Sucks: -> “uma ignorância completa do funcionamento do sistema financeiro”
-> “É também uma crença irracional e contrafactual em soluções mágicas, como a tal auditoria cidadã.”
Sempre ela, a soberba! Como se através dela fosse possível camuflar a própria ignorância, e assim atribuí-la a outrem…
Dei alguns exemplos de como é mistificado o “funcionamento do mercado financeiro”, incluindo o maior de todos os embustes: as causas da inflação.
Mas Goldman Sucks demonstrou nada conhecer do assunto, a não ser a propaganda divulgada, por exemplo, pelo Financial Times.
Pequeno desafio: a LFT é, ou não, uma autêntica jaboticaba brasileira?
Mas isso não é de conhecimento público? Converse com qualquer “esquerdista” médio e verás que sua principal característica é o desconhecimento e mesmo hostilidade em relação aos processos econômicos. E isso mesmo entre os que se autoproclamam anticapitalistas. Tudo para eles se resolve no âmbito da política. Sem nenhuma conexão com a economia. Aí propõem as mais estapafúrdias soluções. E isso passou mesmo para o jargão do senso comum. “Falta vontade política”, dizem eles.
“10 perguntas ao orador João Bernardo” por Yanick Toutain com Julie Amadis
20 de agosto de 2023 Revolisation
https://revolisation.blogspot.com/2023/08/10-perguntas-ao-orador-joao-bernardo.html
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Em 1908 , Vladimir Ilyich Lenin escreveu dez perguntas ao conferencista i . Dirigiu-se a Bogdanov, que era seu aliado político, mas estava começando a desenvolver divergências no campo filosófico.
João Bernardo, acabo de descobrir a sua existência e as suas teses ii . Parece que temos muitos pontos de concordância, mas também pontos de discordância.
Como ambos somos velhos e não temos necessariamente muito tempo pela frente para dialogar por anos, como a revolução é urgente não apenas para salvar vidas no terceiro mundo, mas também para salvar o planeta e, portanto, salvar toda a humanidade, eu tentará acelerar o diálogo. Não no terreno filosófico nem mesmo no da análise teórica (classes sociais etc.), mas diretamente no terreno programático iii: O que fazer ?
Escusado será dizer que estas 10 propostas programáticas (em particular as propostas institucionais) pretendem ser as da ala portuária da azul pálida “Grande Aliança”. 4% dos humanos mais revolucionários antes de convencer a grande maioria deles. Usei o indicativo no meu texto em francês – em vez do presente do subjuntivo – porque é possível que você responda “sim” a muitas das minhas perguntas. Quanto às divergências, se forem debatidas publicamente, serão educativas para as novas gerações.
Por isso vou fazer- vos “10 perguntas ao orador João Bernardo ”
“10 PERGUNTAS AO ORADOR JOÃO BERNARDO ”
1° Você aceita a ideia de que o PIB mundial médio é o teto de consumo que ninguém jamais deve ultrapassar, caso contrário esse indivíduo cairá em uma das classes espoliadoras iv – qualquer que seja o nome que se dê a ele ? , cachetoisie, égérieoisie, gangsteroisie e c] ?
2° Você aceita que cada ser humano tenha o mesmo direito de consumir e, portanto, aceita a implementação de um “ salário igualitário” global : 10.000 revos por mês para todos os T
Escusado será dizer que esta medida igualitária abole o capitalismo ou qualquer outro tipo de sociedade baseada na espoliação ou exploração.
3° Cada ser humano tendo o mesmo direito de investir em todos os setores da sociedade – direito de participar de “investimento altruísta” – você aceita o princípio de um subsídio de 3.000 révos viii por mês que o Dia- Estado Revolucionário DER vai confiar a cada ser humano para que invista livremente nos projetos de sua escolha? (sem receber nenhum dinheiro ou benefício pessoal em troca)
Este investimento será para uma empresa privada, para uma estrutura estatal, para qualquer associação seja econômica, social, etc. cada cidadãoserá livre para investir, mas não para seus projetos, não para os projetos de sua família ou de seus amigos, não para um projeto do qual possa tirar benefícios pessoais direta ou indiretamente. E, portanto, sem abuso de bens sociais. Aprender a investir começará aos 7 anos de idade com 10 voltas por dia.
4° Você aceita que cada ser humano tem o mesmo direito de poluir e ambos
Isso implica que todos os sistemas de taxação de carbono ou autorização para armazenar resíduos – sejam eles nucleares ou não – respeitam esse direito igual ( um direito
Em termos concretos, cada ser humano tem o mesmo direito de depositar nos oceanos 1,8 kg de carbono por dia, 2,4 toneladas de CO2 por ano.
Cada ser humano receberá, portanto, T ickets TRC de Ração de Carbono dessa quantidade. Ele/ ela pode vender seu ingresso diário por 18 revos. Deixe 1 0 révos ix o quilo de carbono 10.000 révos x a tonelada no início ou pela quantidade de sua escolha xi .
Notamos aqui que, para um número muito grande de africanos, esta venda duplicará sua renda diária xii .
Como resultado, qualquer estado privado, empresa paraestatal que queira extrair carvão, petróleo, gás, etc. do solo . contendo carbono serão forçados, antes da extração, a comprar bilhetes de racionamento de carbono no mercado ao preço estabelecido pelos cidadãos do mundo que concordam em vender seus bilhetes . Cada poluidor-extrator que compra um bilhete de um cidadão (autorizando a comercialização de uma determinada quantidade de carbono e, portanto, acaba emitindo-o) compra instantaneamente o direito de extrair essa mesma quantidade – pelo mesmo preço – pagando o valor ao FMA F ond s M Seguro Mundial .
A FMA não tem direitos de emissão, exceto para vendas de CRTs por cidadãos.
As fma estão sob a direção das delegadas da economia.
5° Você concorda em abolir definitivamente a democracia burguesa – o atual sistema político – e substituir por delegados revogáveis todos os funcionários eleitos , todos os governantes, todos os representantes , de acordo com as práticas de todos os povos revolucionários?
A principal inovação consiste em substituir a eleição de um único representante por zona na democracia por uma humanocracia com a designação de 5 representantes para cada zona – das comunas aos continentes para o governo mundial. São, portanto, 20% dos participantes que têm o seu delegado ao nível superior, de cada vez. Nenhuma minoria é privada de um representante.
Os habitantes de cada comuna, distrito, aldeia se agruparão em cinco para que quatro deles
E assim cada delegado é nomeado por um mini-conselho de 5 cidadãos básicos ou 5 delegados. Este delegado, portanto, obtém “acreditação” de 4 pessoas que são seus delegados básicos ou seus delegados (4 delegados que o promovem ao próximo nível)
Em resumo, ao invés de participar de eleições, 80% dos adultos e 80% dos jovens de 7 a 17 anos se agruparão em quatro para designar um quinto participante que será seu DIB, seu delegado revogável. Os 20% restantes são os delegados.
É para que sua vontade seja respeitada que os quatro delegados de base podem a qualquer momento deixar seu miniconselho de base para (eventualmente) ingressar em outro e nomear outro DIB que lhes convenha.
Os participantes de cada miniconselho compartilham 5 missões: Saúde, Segurança, Eco lonomia , Justiça e Pedagogia. O delegado eleito tem, portanto , estruturalmente 4 deputados estatutários.
6° Você aceita que esses delegados revogáveis sejam nomeados de acordo com uma cota – um número fixo de delegados, o mesmo em todo o mundo para cada nível de responsabilidade?
Em particular, você aceita a prática instituída em outubro de 1905 em Petrogrado xiv : cada delegado do soviete é simplesmente um representante designado por 500 delegados xv ?
Você aceita as cotas da revolução Taiping de 1851: 1 por 5,1 por 25 (cota dos anarquistas da CNT e marxistas do POUM da revolução espanhola de 1936), 1 por 125, 1 por 625, etc. ?
Os quatro delegadores de um delegado (seus 4 delegados imediatos) podem deixar o miniconselho a qualquer momento. O delegado é revogado se não encontrar imediatamente um substituto.
Cada delegado terá, portanto, uma lista de espera de delegados para preencher as lacunas.
Haverá, portanto,
1 DIB Basic Intermediate Delegate para 5 delegados
1 DB Basic Delegate para 25 delegados
1 DIC Intermediate Delegate Advisor para 125 delegados
1 CD Delegate Advisor para 625 delegados
1 DID Intermediate Delegate Adjunto para 3125 delegados
1 DD Delegado Adjunto para 16.000 delegados
1 Delegado Intermediário Nacional DIN para 80.000 delegados
1 Delegado Nacional DN para 400.000 delegados
1 Delegado Intermediário Internacional D2I para 2 milhões de delegados
1 Delegado Internacional DI para 10 milhões de delegados
1 Delegado Mundial Intermediário DIM para 50 milhões de delegados 1
Delegado Mundial DM para 250 milhões de delegados
membros do COMEX, Comitê Executivo Mundial
7 ° Aceita a recomendação da Comuna de Paris de transformar todos os funcionários públicos em delegados revogáveis? Isso inclui policiais, militares, magistrados, cuidadores, professores, funcionários territoriais.
Aceita, portanto, a fusão total entre os membros das instituições representativas e o serviço público?
Você aceita, portanto, que na Terra, para cada zona de 50 milhões de adultos, 40 milhões deles credenciem 10 milhões de delegados revogáveis divididos em
8° Aceita o fim dos boletins de voto para a designação dos representantes e, consequentemente, o fim do anonimato e irresponsabilidade dos delegados em relação aos actos do seu delegado?
O processo, portanto, começa com quatro cidadãos designando publicamente seu DIB. Delegado Intermediário Básico. Em 80% dos casos, o DIB credenciado se tornará um funcionário público revolucionário. Em 20% dos casos será um aluno.
Cada mini-conselho de 5 é, portanto, composto por um delegado DIB (Basic Intermediate Delegate) e seus 4 delegados básicos chamados “correspondentes”.
9° Você aceita que esta humanocracia xix – estrutura piramidal – é organizada com 4 tipos de estruturas:
De baixo para cima
a) conselhos de nomes
De alto a baixo.
b) armários funcionais
c) DIREÇÕES FUNCIONAIS
d) comitês de área?
9a) Conselhos de nomeação de 25 pessoas com os mesmos objetivos, pactuados temporariamente ou a longo prazo sobre o mesmo programa político.
Cada conselho inclui 1 delegado básico, seus 4 assistentes estatutários e seus 20 delegados.
Basicamente, temos então 20 cidadãos credenciando os 4 DIBs e o delegado básico.
Em seguida, uma estrutura semelhante em cada nível.
Por exemplo, para 50M delegados, um Coordenador Nacional, seus 4 adjuntos estatutários (que são 4 comissários nacionais geralmente “Delegados Nacionais Intermediários” e 20 vice-comissários nacionais (geralmente Delegados Adjuntos).
Nesta estrutura a base de comando. Cada membro pode deixar seu conselho 24 horas por dia.
9b) Armários funcionais de 25 onde o topo comanda o fundo. A hierarquia do Serviço Público Revolucionário.
Cada delegado titular terá 4 assistentes funcionais que – para garantir a neutralidade – serão adversários políticos estruturais. Então os 5 (1+4) terão (cada quatro) 20 auxiliares funcionais de nível inferior de acordo com este mesmo princípio de neutralidade estrutural.
9c) Direções DIRFUNCIONAIS lideradas por 25 “coordenadores DIRFUNCT. »
Cada DIRFONCT agrupa 25 escritórios funcionais. O DIRFUNCT básico (o primeiro nível do serviço público) reúne 25 coordenadores, cada um liderando uma seção de 25 delegados. E, portanto, 625 delegados foram credenciados por 2.500 delegados de base.
9d) Comitês de zona formados, 20% dos quais são membros do comitê executivo COMEX da zona. Cada COMEX é formado por 25 delegados-coordenadores. Cada um dirige um dos 25 departamentos ministeriais – o mesmo em todos os níveis, do COMEX municipal ao COMEX global. Cada empresa funcional assume uma das 25 especialidades de missão. Os 25 departamentos ministeriais cuja lista
Cada coordenador tem 24 assistentes funcionais, incluindo 4 comissários (membros do comitê de zona total 100+25) e 20 vice-comissários (membros do Comitê de Grande Zona com 500+100+25 membros).
Esses comitês são necessariamente estruturados em 5 GAP Grand Political Alliances permitindo a neutralidade desse serviço público revolucionário (extrema esquerda (extrema bombordo) azul claro, esquerda (bombordo) verde claro, centro rosa claro, direita (estibordo) cinza claro, extrema direita (extrema estibordo) amarelo pálido).
Quaisquer que sejam as opiniões políticas dos habitantes de uma área, elas devem ser distribuídas dessa forma. Com efeito, as modalidades estruturais da humanocracia implicam que cada delegado tenha 4 subordinados – 4 assistentes funcionais – que serão obrigatoriamente membros das outras quatro Grandes Alianças Políticas diferentes da sua.
Enquanto este funcionário terá à sua volta um mini-gabinete estatutário e um conselho estatutário de 25 que serão aqueles em nome de quem ele fala e age, ele terá um mini-gabinete funcional composto exclusivamente por opositores políticos que executarão.
. Nesta organização, estatutário significa que a base comanda o topo, a hierarquia é de baixo para cima e funcional significa que o topo comanda a base e a hierarquia é de cima para baixo.
10° Você aceita o fato de que a erradicação do COVID em nível global teria sido possível antes do verão de 2020 usando essas instituições humanocráticas e triagem massiva. ?
Você concorda que a implementação global das recomendações que publiquei em meu blog em 25 de janeiro – auto-organização + triagem massiva (especialmente em aeroportos e portos) – teria impedido toda a propagação?
Você aceita que os métodos de triagem – usados pela Nova Zelândia por 15 meses – juntamente com a ação de delegados revogáveis - auto-organização revolucionária de tradições marxistas e anarquistas – teriam sido os meios necessários e suficientes para limitar o número de mortes a menos de 50.000 mortes xxi em todo o mundo em vez de 7 milhões! 140 vezes menos mortes simplesmente imitando a Nova Zelândia e sua política de março de 2020 a agosto de 2021.
Em cada zona de 3.000 adultos, a população teria sido atendida para credenciar 125 delegados de saúde que teriam feito a triagem massiva e estruturada de 100 potenciais casos de contato em torno de cada pessoa infectada. Teria sido simples e fácil testar os casos de contacto reconstruindo o percurso feito nos 5 dias anteriores pelas pessoas que testaram positivo (incluindo a visita a uma lavandaria ou padaria)
Como resultado do exposto, você aceitaria em 25 de janeiro de 2020 co-assinar meu recurso, em particular este extrato?
UMA REVOLUÇÃO HUMANOCRATA
A resposta dos revolucionários humanocráticos a esta nova epidemia gerada pelo capitalismo obscurantista em declínio é, obviamente, principalmente humanocrático.
Em todo o planeta, mas particularmente nas áreas afetadas, uma em cada cinco pessoas deve ser designada – pelas outras quatro por unanimidade – como seu correspondente de saúde.
(para 125 pessoas, haverá portanto 25 delegados de saúde)
Cada correspondente de saúde enviará às outras quatro pessoas as informações da OMS fornecidas abaixo (FAQs, perguntas frequentes sobre novos coronavírus) para garantir que 100% da população seja informada. Sendo este o fluxo de informações do topo para a base da pirâmide.
De baixo para cima, cada correspondente de saúde transmitirá ao seu delegado de saúde as informações relevantes sobre o estado de saúde dos seus 4 codelegadores (4 CODEG).
Assim, nenhuma informação relevante sobre uma possível nova contaminação (ou condições médicas patológicas mais gerais) pode escapar à vigilância dos delegados de saúde.
Nos países com mortalidade infantil e/ou vítimas de outras epidemias ou pandemias, por exemplo em África, os vários problemas de saúde serão conhecidos pelos mesmos meios: por exemplo problemas de defecação ao ar livre, vários problemas de saúde.
Uma em cada 25 pessoas será designada DIB Santé.
Para isso, em cada grupo de 4 DIBs, um dos 4 DIBs deve ser designado como delegado de saúde básica (DIB Saúde)
Os delegados de saúde do DIB são escolhidos prioritariamente (mas não exclusivamente) entre pessoas titulares de qualificação (oficial ou oficiosa) na área da saúde. Por exemplo, enfermeiros, cuidadores, etc.
A missão dos delegados do DIB Santé será a mesma dos correspondentes, agregando a prática do cuidado.
Uma pessoa em 125 será designada como DB Health, delegada de saúde básica. Terá credenciamento de 125 pessoas e validação por 2 delegados de nível superior.
Estes delegados de saúde serão, na maioria das vezes, médicos ou equiparados (farmacêuticos, etc.)
i Fiz perguntas gnoseológicas semelhantes – atualizadas no século XXI – a Georges Gastaud, um filósofo francês que se dizia marxista. Que nunca me respondeu.
ii Agradeço as traduções divulgadas por Yves F Coleman na Academia – site que as põe para mim diariamente e em vários exemplares
iii Para a parte programática, o autor tinha como objetivo melhorar as instituições de muitas revoluções. Em particular, a Revolução Taiping 1851, a Comuna de Paris 1871, a Revolução Russa 1905, a Revolução Russa 1917, a Revolução Espanhola 1936, a Revolução Cubana, a Revolução Burkinabé 1983, etc. As instituições do Duque de Zhou há 3.000 anos – que inspiraram a Revolução Taiping – também foram estudadas para o uso da cota 1:5.
iv Despojador, pilhagem; essas palavras se referem a todos os mecanismos contragalistas que privam os humanos de uma parcela igual de consumo.
v 10.000 révos valendo em 2023 até 1.000 € , 1.000 $, 5.000 R$ 656.000 FCFA em nova moeda fiduciária igualitária
vi Com meia cota abaixo de 14 anos parcialmente paga diretamente aos jovens.
vii Moeda à taxa imposta pelo proto-COMEX mundial, moeda utilizada em todo o território mundial liberada
viii 3.000 révos valendo em 2023 até € 3,00 , $ 3,00, R $ 1.500 200.000 FCFA na nova moeda fiduciária igualitária
ix 1 0 révos valendo em 2023 até 1 € , 1 $, 5R$ 656 FCFA
x 10.000 révos valendo em 2023 até € 1.000, $ 1.000, 5.000 R$ 656.000 FCFA na nova moeda fiat equalist
xi Mais barato ou mais caro ou mesmo extremamente mais caro como ele deseja.
xii Rendimento mensal no Níger €47; Mali € 67; Burkina Faso € 52
xiii Refira-se aqui que os 12% dos delegados da pedagogia de adultos – professores – não terão poder coercitivo sobre os jovens. Exceto no que diz respeito às “regras da aula” para os jovens presentes que livremente escolheram estar ali segundo o princípio “aprendo o que quero, como quero, quando quero, onde quero, com quem quero”. Um princípio que será aplicado em simultâneo com a divulgação da entreajuda entre crianças como principal método de ensino.
xiv Por um erro estratégico, em 12 de março de 1917, o apelo feito à tarde aconselhava os operários de Petrogrado a enviar um delegado para cada 1.000. Uma cota dupla menos perto da base.
xv A quota de 1 por 500 torna-se uma quota de 1 por 625 integrando os 100 funcionários públicos (do Serviço Público Revolucionário ) e os 25 estudantes que o povo designa como delegados revogáveis. como descrito abaixo
xvi Estes últimos são pagos em troca de 2 x 3 horas semanais como assistente funcional dos 1,2 milhões de professores acreditados como delegados pedagógicos – delegados revogáveis para esta zona) .
xvii Os 4 correspondentes e o delegado compartilham 5 missões: saúde, segurança, ecologia, justiça e educação.
xviii O objetivo é que a menor suspeita dos delegados quanto à probidade de seu delegado os induza a abandonar sua lista.
xix O conceito institucional de humanocracia, poder dos humanos, deve imperativamente ser coerente com o conteúdo das questões 5, 6, 7, 8 e 9.
xx As 25 especialidades da missão
1 Infraestrutura Transporte Minas Energia
2 Prevenção de saúde
3 Justiça Propagação de leis
4 policiais e gendarmes ativos
5 Alfabetização e línguas
6 militares ativos
7 Filosofia Gnosiologia matemática
8 Indústrias TI Telemática
9 Terapias diárias Incapacidades EHPAD
10 Digitalização do conhecimento Videogames educativos
11 Medicina Diagnóstico e cuidados intensivos
12 Justiça Investigação científica e pós-jurisprudência
13 Bombeiros e socorristas Segurança civil
14 Filosofia dialética Física Biologia
15 Artesanato Agricultura Pecuária Pesca
16 Filosofia Dialética Humanidades
17 Finanças e Comércio
18 Cirurgia
19 Treinamento de divulgação de inovações tecnológicas
20 soldados de reserva
21 Criação e gestão de empresas
22 Policiais Gendarmes de reserva Organização de humanocracia
23 Arte, cultura física e recreativa
24 Habitação Alojamento Alimentação Catering
25 Logística de Saúde, Farmácia, etc.
xxi Nova Zelândia 28 mortes em 2020 com o uso de triagem em massa (tardia) sem auto-organização popular.
As instituições humanocráticas na Nova Zelândia a partir de 25 de janeiro de 2020, estabelecendo 125 delegados de saúde para 4.000 adultos, poderiam ter evitado todas as mortes.
Se extrapolarmos a população deste país (1/1600 humanos) para o nível mundial, 28 mortos se tornam 44.800 mortos
João Bernardo: -> “Entretanto, o governo de Erdoğan prossegue uma política de baixíssimas taxas de juro, convencido de que assim estimula os investimentos e, aumentando a produção, diminui a inflação. Resultado, a inflação na Turquia só tem aumentado.”
João Bernardo tem pesquisas e análises originais e brilhantes, não apenas sobre o Fascismo como principalmente acerca da Economia dos Conflitos Sociais – menos conhecida mas talvez a mais importante de todas, da perspectiva da luta política.
Por outro lado, ao se aventurar por áreas onde fica patente a deficiência de seu conhecimento, chega a provocar vergonha alheia…
Uma alta taxa de juros é, por certo, uma corda que amarra a atividade econômica. Entretanto, assim como é impossível empurrar seja o que for com uma corda, a redução dos juros em si, e por si, não é capaz de estimular os investimentos.
O incremento dos investimentos é proporcional à projeção da taxa de lucro, da qual os juros são apenas uma das variáveis.
Sempre é preciso considerar os casos concretos, e fazer as contas a partir de dados e fatos, por exemplo o caso da Turquia.
Qual a composição do índice de inflação na Turquia e quais os preços que mais o pressionam? De um conhecimento deficiente a respeito disto, nenhuma análise consequente pode advir…
Na composição do índice de inflação na Turquia, os principais setores são: Transporte, Alimentação e Habitação. Donde se conclui?
Pesquisa:
https://www.tcmb.gov.tr/wps/wcm/connect/EN/TCMB+EN/Main+Menu/Announcements/Press+Releases/2023/ANO2023-21
https://tradingeconomics.com/turkey/inflation-cpi
Sobre o tema da dívida pública, acho que vale a pena dar uma olhada nesse texto da TS (Transição Socialista), que é uma crítica ao programa do PSTU (que em vários aspectos resume o senso comum da extrema esquerda). No ponto 12 eles abordam a questão da dívida pública de uma perspectiva distinta de grande parte da esquerda, e a meu ver de forma bem mais lúcida:
https://transicao.org/negacaodanegacao/critica-ao-programa-do-pstu-no-polo-socialista/
Agradeço a pessoa que – muito rapidamente – validou a versão (tradução do Google em português) do meu texto para João Bernardo
“10 perguntas ao orador João Bernardo” por Yanick Toutain com Julie Amadis
Infelizmente, a versão original em francês que publiquei posteriormente nunca apareceu no PassaPalavra.
Minha postagem continha um pequeno chapéu explicativo adicional que, portanto, desapareceu sem que eu tivesse tomado a precaução de manter uma cópia (em particular, explicando por que não corrigi os erros do Google Tradutor para a versão traduzida)
Talvez o software envie todos os textos escritos em francês diretamente para o lixo
Postei uma 2ª vez. Sem sucesso.
Então esperei algumas horas para que aparecesse.
De qualquer forma, aqui está o link para o meu blog e o texto original
https://revolisation.blogspot.com/2023/08/10-questions-au-conferencier-joao.html
e o link do PDF
https://drive.google.com/file/d/1RThzHOIbLYejGJtjikQSGq1C-DGbssSD/view?usp=sharing
Emerson: -> “No ponto 12 eles abordam a questão da dívida pública de uma perspectiva distinta de grande parte da esquerda, e a meu ver de forma bem mais lúcida”
Neste ponto 12 o documento citado afirma: “Não é verdade que a “metade do que se arrecada” é destinada ao pagamento da dívida pública”. E a seguir: “a dívida pública foi refinanciada (“rolada”) em 2021, como ocorre a cada ano”.
Muitas são as confusões na Esquerda acerca da mal denominada “dívida pública”, pois nem é dívida e muito menos é pública.
Embora faça a devida correção sobre o suposto pagamento da “dívida”, o documento deixa de explicar tratar-se de pagamento apenas dos juros e não do montante principal.
Quanto ao refinanciamento, faltou abordar a questão principal que aqui coloco em forma de perguntas.
O que aconteceria se o governo propusesse aos detentores dos títulos públicos (compondo a “dívida”) sua total e imediata liquidação?
Ou, em outras palavras: ao invés do refinanciamento, através da emissão de novos títulos, quitá-los em seu vencimento.
Os credores aceitariam? Em caso contrário, por que não?
Arkx pergunta o que aconteceria se o governo buscasse liquidar a dívida ao invés de refinanciá-la.
Uma primeira consequência seria não contrair novas dívidas, cessando a emissão de novos títulos, e pagar o montante da dívida com recursos da arrecadação federal. Tomando como base o ano de 2022, a arrecadação federal foi de R$ 2,218 trilhões. Já a Dívida Pública Federal fechou o ano em R$ 5,951 trilhões — quase o triplo da arrecadação.
Uma segunda consequência seria uma brutal restrição orçamentária, jamais vista. Tomando novamente o ano de 2022 como referência, o Orçamento Federal foi de R$ 4,7 trilhões, dos quais R$ 1,9 trilhões se referem ao refinanciamento da dívida. Ou seja, dos gastos correntes do governo federal (já excluído o montante destinado ao refinanciamento da dívida) a arrecadação cobriu apenas 75%: 2,2 trilhões de um total de 2,8 trilhões.
Ora, se o governo simplesmente deixasse de contrair novas dívidas e desse calote na dívida antiga, já seria necessário realizar um corte de 25% nas despesas — ou aumentar a arrecadação, criando novos impostos, por exemplo. Mas o que você propõe é ainda mais radical: continuar pagando a dívida, até liquidá-la, somente com o que se arrecada. Uma austeridade de deixar Michel Temer de cabelo em pé! Nem o FMI seria tão ousado.
Para entender completamente o que é inflação ou déficit orçamentário, você deve se projetar em um sistema equalista (para consumo) e livrequalista (para investimento)
Numa sociedade equalista onde todos recebem o mesmo rendimento todos os meses (1000 euros por mês), a moeda é deflacionária à medida que a produtividade aumenta.
Seria necessária uma queda na produção para que a inflação aparecesse (reduzindo a quantidade disponível de bens)
Em uma sociedade capitalista, é isso que Macron e seus cúmplices desencadeiam deliberadamente (a inflação dos preços dos alimentos aumenta os lucros, mas também diminui as rações de alimentos para os 20% mais pobres).
Quanto ao “investimento altruísta” (300 euros por mês), a noção de défice orçamental já não faz sentido com a abolição histórica do crédito.
Os cidadãos escolhem onde alocar capital, incluindo capital circulante. (Vou enviar 10€ por mês ao pós-capitalista da OPEN AI para pagar a sua corrente elétrica)
As escolhas dos bancos centrais só podem existir após o confisco do direito individual de investir de cada cidadão
É isso mesmo, amigos. Auditoria cidadã da dívida é mais uma grande besteira.
Cher Yanick Toutain,
Il m’est impossible de répondre à votre long commentaire. Je ne peux que vous renvoyer à quelques’uns de mes textes qui ont été traduits en français, notamment Contre l’écologie et Anticapitalisme. Anti quoi? Mais la question fondamentale est une autre. Je n’ai pas la vocation de faire de grands plans pour une société future, car l’Histoire a la malencontreuse habitude de les jeter tous par terre.
Emerson: -> “Mas o que você propõe é ainda mais radical: continuar pagando a dívida, até liquidá-la, somente com o que se arrecada.”
Tenho o doloroso dever de informar que você não entendeu absolutamente nada de minha argumentação.
Não é de se estranhar, pois tanto você como os demais (incluindo o próprio João Bernardo) pouco compreendem acerca do mercado financeiro – principalmente sobre a “dívida pública”.
Caso o governo propusesse a liquidação dos títulos públicos no momento do vencimento, os detentores entrariam em pânico. Pois é tudo o que não querem, estão interessados nos juros e não na quitação do principal.
Além disto existem muitas formas de resolver o défit fiscal, cuja principal causa são os juros da “dívida pública” – a qual, repito, foi uma criação do Plano Real como processo de manutenção de transferência de renda em substituição à inflação aberta.
Isto se evidencia porque ao se descontar os juros, a economia brasileira é superavitária. A “dívida pública” cria a si mesma a serviço dos interesses do rentismo,
Em almoço recente com Haddad, Renan Calheiros colocou a nu uma outra das causas políticas do déficit fiscal.
Foi proposta mais uma rodada de repatriação de recursos mantidos no exterior e não declarados. Ou seja, com origem em todo tipo de sonegação e negócios excusos.
Segundo foi proposto por Renan, quem deixou de declarar dinheiro fora do Brasil adere a um Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT). Paga o imposto com alíquota de 15% e uma multa sobre esse montante. Quem aderir deverá identificar a origem lícita dos bens, mas não precisa comprovar.
Enquanto isto, uma renda declarada acima de R$ 4.664,68 tem alíquota de 27,5%.
Haja déficit fiscal!
O exemplo da inflação na Turquia mostra também um desconhecimento da Economia para além da propaganda veiculada pela mídia empresarial.
Se os principais setores pressionando o índice de inflação na Turquia são Transporte, Alimentação e Habitação, o problema NÃO tem relação direta com a taxa de juros.
E não é verdade que a inflação na Turquia “só tem aumentado”, como escreveu João Bernardo. Ao contrário, mesmo se mantendo num patamar muito alto, a inflação caiu por meses seguidos, como parte da política de Erdoğan para vencer as eleições.
Haja desconhecimento acerca daquilo que se comenta com tanta soberba de saber!
De um modo geral, os participantes desta área de comentários tem uma quase insuperável rejeição ao diálogo. Seria o PassaPalavra um caso perdido?
*** *** ***
PS: Mais uma vez tenho o doloroso dever de informar ao Emerson que – ao contrário do afirmado por ele – em 2022 a economia brasileira apresentou superavit primário.
https://www.gov.br/tesouronacional/pt-br/noticias/governo-federal-apresenta-superavit-primario-de-r-59-7-bilhoes-em-2022
“A “dívida pública” foi uma criação do Plano Real” = Não foi. O que ocorreu de diferente com o Plano Real foi que o Brasil voltou a fazer emissões internacionais (“dívida externa”) a partir de 1994, após acumular uma dívida externa gigantesca nos anos 1970 e 1980 e entrar em negociações com o FMI nos anos 1980, visando estabilizar a moeda etc. Em 1998, ainda no governo FHC, o FMI voltou a fazer empréstimos para o país e impôs a adoção do chamado “tripé macroeconômico” (meta fiscal, meta de inflação e câmbio). Talvez seja por isso que na sequência arkx Brasil fala em “processo de manutenção de transferência de renda em substituição à inflação aberta”, mas aí se demonstra desconhecimento dos mecanismos da inflação e da importância de controlá-la. Além disso chamar a dívida pública de simples mecanismo de “transferência de renda” é bem simplista e inadequado, pois a dívida pública é necessária para qualquer Estado moderno implementar direitos sociais e políticas públicas, além de incentivos ao aquecimento da economia em momentos de crise do capital. Todas as grandes economias do planeta têm dívidas públicas próximas a 100% do PIB (Acho que só a Alemanha está em cerca de 50%). Então, com esse modo de ver a coisa, imagino que arkx Brasil deva achar que os “rentistas” são uma classe muito poderosa, capaz de subjugar todos os Estados nacionais do planeta.
“ao se descontar os juros, a economia brasileira é superavitária” = Essa frase não faz sentido, mesmo se corrigirmos “economia brasileira” por “gastos públicos”, pois os gastos públicos são superavitários pelo simples fato de que só se dão após previsão na LOA, a Lei Orçamentária Anual. Então claro que são superavitários, pois o governo prevê e aloca o que vai gastar e como vai financiar tal gasto estatal. Ora, alguém discorda que seria bom maior investimento público em saúde e educação? Ou estamos ótimos e “superavitários”?
“A “dívida pública” cria a si mesma a serviço dos interesses do rentismo” = meia verdade, pois ela atua a serviço da classe trabalhadora também, ao financiar os gastos sociais e o próprio capitalismo (em algumas facetas). Além disso, os “rentistas” malvados que se beneficiam da dívida são também os trabalhadores, por meio dos investimentos feitos pelos fundos de pensão etc em títulos da dívida pública.
“rodada de repatriação de recursos mantidos no exterior e não declarados” = seria ótimo para captação estatal de dólares de várias máfias e criminosos. Não sei porque a surpresa e reprovação (moral), afinal além de exploração e opressão o Capitalismo é também roubo e corrupção.
“Se os principais setores pressionando o índice de inflação na Turquia são Transporte, Alimentação e Habitação, o problema NÃO tem relação direta com a taxa de juros.” = Desconhecimento completo do quanto a taxa de juros está intimamente ligada à produtividade desses três setores (e de todos os demais de qualquer economia).
De fato, haja desconhecimento acerca daquilo que se comenta com tanta soberba de saber!
Pablo,
São tamanhos os erros crassos cometidos em seu comentário, tornando muito difícil escolher o pior deles. Sendo assim, vamos começar do início. O erro básico do qual os demais decorrem.
Afirmei que a mal denominada “dívida pública interna” foi uma criação perversa do Plano Real. Você refutou categoricamente, sem entretanto apresentar qualquer dado para embasar sua afirmação.
Tenho o doloroso dever de lhe informar o quão errado você está.
Vejamos a relação dívida pública interna / PIB, considerando o lançamento do Plano Real em 02/1994:
1992 – 18,2 %
1993 – 18,6 %
1994 – 20,7 %
1995 – 24,9 %
1996 – 29,4 %
1997 – 30,2 %
1998 – 36,0 %
E assim por diante, até fechar 2022 em 73,5%.
Repito trecho de meu comentário anterior:
《O Plano Real, sob o disfarce de controlar a inflação, nada mais fez do que trocar uma inflação sentida diretamente no bolso, por isto fácil de ser compreendida, por uma inflação em títulos públicos, cujos efeitos são indiretos e, portanto, de muito mais difícil compreensão. Muito embora ainda mais nociva.》
Sem compreender isto, abre-se o caminho para todos os demais erros crassos cometidos em seu comentário.
Você está apenas tagarelando a ladainha monetarista dos economistas de mercado. É o que dá se informar, e formar opinião, através da leitura de publicações como o Financial Times…
Ainda mais importante é compreender o que é a inflação. Também comentei acima a respeito e dei o exemplo da PPI da Petrobrás.
Sem tal compreensão, os erros crassos continuarão a polular. E nem a soberba dará conta.
*** *** ***
PS: Cuidado! Não cometa o erro crasso de escorregar na casca de banana (SIC) deixada ao léu em meu comentário.
Tenho o doloroso dever de informar ao arkx que em nenhum momento eu afirmei que não houve superávit primário em 2022. O que eu afirmei é que, em qualquer ano, a arrecadação é insuficiente para cobrir todas as despesas, sendo necessário obter recursos mediante a emissão de novos títulos da dívida. Superávit primário indica apenas que as receitas são maiores que as despesas, mas boa parte da receita vem justamente do endividamento — que é, aliás, exatamente o que o flagrante delito tenta ilustrar.
Cher João Bernardo ,
je vous remercie pour votre réponse.
Comme elle ne fait pas état d’une divergence sur l’un des 10 objectifs, elle me laisse à espérer que d’ultérieures réflexions vous amèneront un jour à revendiquer un accord ou un désaccord sur tel ou tel objectif. Et donc à vous inciter à lancer ce débat en Amérique du Sud .
(la quasi totalité de nos 13 000 followers sont sur le continent africain)
Je rédigerai prochainement un texte expliquant que les thèses d’avril de Lénine déclenchèrent le recrutement de nouveaux militants (sortis de “nulle part” et donc sans liens relationnel avec tel ou tel militant menchevik ou bolchevik)
Le rôle du parti bolchévique fut une légende a posteriori.
Ce fut un tout petit noyau de bolchéviks partageant les directives de Lénine et de Trotsky “Tout le pouvoir aux Soviets” “Dehors les ministres capitalistes” qui recruta massivement des inconnus.
C’est d’ailleurs la pression de ces “hors partis” devenus léninistes en 15 jours ou 2 mois qui contraignirent Lénine et Trotsky à faire les pompiers pour empêcher une révolution “Tout le pouvoir aux soviets” pendant les journées de juillet.
Si un petit noyau doté d’un programme applicable immédiatement peut le faire connaitre à un large public , de ce public émergeront des cadres politiques (Cadres qu’il faudra alors former théoriquement rapidement)
L’erreur de Lénine et Trotsky a été, à partir de 1905, de ne pas faire ce que vous appelez “de grands plans pour une société future”
Ils auraient compris que le quota de désignation des délégués au soviet d’octobre 1905 “1 pour 500” était meilleur que le quota 1 pour 1000 qui fut adopté le 12 mars 1917.
Un nouveau quota qui éloignait le délégué de sa base, deux fois plus nombreuse.
Et surtout, le pire, ils ne semblent y avoir eu aucune réflexion sur la directive de la Commune de Paris : fusion de la Fonction Publique avec l’appareil représentatif.
Réflexion qui aurait pu déboucher dès 1906 sur la préconisation : 1 délégué pour 500 plus 100 fonctionnaires délégués plus 25 étudiants délégués.
Ce projet eut été bien plus intelligent et productif que la tactique “anti-gauchiste” de participation aux élections de Nicolas II.
Rédiger mes 10 questions à votre intention m’a d’ailleurs amené à une “Big picture” , une montée en hélicoptère sur mes propres thèses programmatiques.
En particulier le fait que l’attaque la plus violente de notre projet contre la démocratie bourgeoise n’est pas le principe de “révocabilité” des représentants mais le fait de préconiser la désignation de 5 représentants par zone de délégateurs.
Car toute préconisation programmatique aide à comprendre – en creux – une modalité de fonctionnemment actuel.
C’est plus souvent le programme qui nourrit l’analyse et non l’inverse.
“Comment les choses pourraient être” cela éclaire sur “Comment les choses sont”.
(Je l’ai expliqué hier ici pour l’inflation et le déficit budgétaire)
Le principal trucage vicieux de leur démocratie bourgeoise serait donc la “monocratie”. La désignation d’un seul représentant par zone.
C’est cela qui permet depuis 2002 en France l’instauration d’une dictature camouflée. Une dictature où les véritables opposants subissent une répression invisibilisée. Nous avons été condamnés [(en 2012 2013 2014 2015) à payer 35 000 € à un flic barbouze français qui avait soutenu les terroristes ivoiriens] sous le ridicule motif d “atteinte à la vie privée” du barbouze. La répression permanente contre ma camarade professeur des écoles Julie Amadis – menaces 2013, exclusion 2014, révocation de la fonction publique 2016 [pour “atteinte à la république française” traduction de “condamnée pour avoir dénoncé le financement des terroristes par l’Elysée et l’aide de l’armée française aux jihadistes de Kidal”], refus d’inscription pour des formations (université Rouen etc…) 2018-2022
Une répression dont les acteurs les plus actifs furent depuis 2011 des magistrats faussaires et depuis 2014 le Parti Socialiste, le Parti Communiste et le NPA (avec leurs syndicats épigones SNUIPP FSU UNSA CGT) (avec LFI… les EELV regardant sans rien faire)
Malgré cela, ces pratiques stalinofascistes et socialofascistes n’ont pas réussi à ces organisations de nous ostraciser dans les cortèges de manifestations où nous brandissons des pancartes programmatiques. Avec des sourires, des pouces levés et parfois des applaudissements. Malgré le radicalisme révolutionnaire de nos pancartes.
Je lirai donc les 2 textes que vous me conseillez “Contre l’écologie” et “Anticapitalisme. Anti quoi? ” mais j’étudierai d’abord vos écrits sur le fascisme.
Yours For The Revolution
Yanick Toutain
Prezado João Bernardo,
obrigado pela sua resposta.
Como não menciona uma divergência sobre um dos 10 objetivos, deixa-me a esperança de que novas reflexões o levem um dia a reivindicar concordância ou discordância sobre tal e tal objetivo. E, portanto, para incentivá-lo a lançar este debate na América do Sul.
(quase todos os nossos 13.000 seguidores estão no continente africano)
Em breve escreverei um texto explicando que as teses de abril de Lênin desencadearam o recrutamento de novos militantes (vindos “do nada” e, portanto, sem vínculos relacionais com este ou aquele militante menchevique ou bolchevique)
O papel do partido bolchevique era uma lenda a posteriori.
Foi um núcleo muito pequeno de bolcheviques compartilhando as diretrizes de Lenin e Trotsky “Todo o poder aos sovietes” “Fora os ministros capitalistas” que recrutaram massivamente pessoas desconhecidas.
Além disso, foi a pressão desses “sem partidos” que se tornaram leninistas em 15 dias ou 2 meses que obrigou Lenin e Trotsky a atuar como bombeiros para impedir uma revolução “Todo o poder aos sovietes” durante as jornadas de julho.
Se um pequeno núcleo com um programa de aplicação imediata consegue dar a conhecer a um público alargado, desse público sairão os executivos políticos (Executivos que depois terão de ser formados teoricamente rapidamente)
O erro de Lenin e Trotsky foi, a partir de 1905, não fazer o que você chama de “grandes planos para uma sociedade futura”
Eles teriam entendido que a cota de nomeação de delegado soviético “1 em 500” de outubro de 1905 era melhor do que a cota de 1 em 1.000 adotada em 12 de março de 1917.
Uma nova cota que distanciou o delegado de sua base, duas vezes mais numerosa.
E sobretudo, o pior, não parecem ter tido qualquer reflexo na diretiva da Comuna de Paris: fusão da Função Pública com o aparelho representativo.
Reflexão que poderia ter levado à recomendação em 1906: 1 delegado para 500 mais 100 funcionários públicos delegados mais 25 alunos delegados.
Este projeto teria sido muito mais inteligente e produtivo do que a tática “anti-esquerda” de participação nas eleições de Nicolau II.
Escrever minhas 10 perguntas para você também me levou a um “quadro geral”, um passeio de helicóptero em minhas próprias teses programáticas.
Em particular o fato de que o ataque mais violento de nosso projeto contra a democracia burguesa não é o princípio da “revogabilidade” dos representantes, mas o fato de defender a designação de 5 representantes por zona de delegados.
Porque qualquer recomendação programática ajuda a entender – implicitamente – uma modalidade de funcionamento atual.
É mais frequente o programa que alimenta a análise e não o contrário.
“Como as coisas poderiam ser” lança luz sobre “Como as coisas são”.
(Eu expliquei ontem aqui para inflação e déficit orçamentário)
O principal truque vicioso de sua democracia burguesa seria, portanto, a “monocracia”. Designação de um único representante por zona.
Isso é o que permitiu o estabelecimento de uma ditadura camuflada na França desde 2002. Uma ditadura onde os verdadeiros opositores sofrem uma repressão invisível. Fomos condenados [(em 2012 2013 2014 2015) a pagar 35.000€ a um polícia francês que tinha apoiado os terroristas marfinenses] sob o motivo ridículo de “invasão de privacidade” do malandro. A repressão permanente contra minha colega professora Julie Amadis – ameaças 2013, exclusão 2014, demissão do funcionalismo público 2016 [por “atacar a república francesa” tradução de “condenada por ter denunciado o financiamento de terroristas pelo Elysée e ‘ajuda Exército francês aos jihadistas de Kidal”], recusa de inscrição para treinamento (Universidade de Rouen etc…) 2018-2022
Uma repressão cujos atores mais ativos são os magistrados da falsificação desde 2011 e desde 2014 o Partido Socialista, o Partido Comunista e o NPA (com seus sindicatos epigonais SNUIPP FSU UNSA CGT) (com LFI… o EELV assistindo sem fazer nada)
Apesar disso, essas práticas stalinofascistas e socialofascistas não conseguiram nos banir nas procissões de manifestações onde brandimos cartazes programáticos. Com sorrisos, polegares para cima e às vezes aplausos. Apesar do radicalismo revolucionário de nossos cartazes.
Vou, portanto, ler os 2 textos que você me recomenda “Contra a ecologia” e “Anticapitalismo. Anti o quê? “, mas primeiro estudarei seus escritos sobre o fascismo.
Seu para a revolução
Yanick Toutain
Relação dívida pública / PIB, de acordo com dados do FMI e Banco Central do Brasil:
1984: 51%
1987: Sarney declara a moratória da dívida (a interrupção do pagamento dos juros) até que houvesse a recomposição das reservas cambiais do país.
1988: 82%
1989: 100%
1990: 63%
1991: 63%
1992: 81%
1993: 77%
1994: 37% (Plano Real) (invenção da dívida – de acordo com arkx Brasil – deixando Sarney confuso e chateado)
1995: 34%
1996: 41%
1997: 43%
1998: 57%
1999: 71%
2000: 65%
2001: 67%
2010: 62%
2015: 73%
p.s: não sei porque foi mencionada a FT, mas Financial Times e The Economist são periódicos sérios que informam os gestores globais e por isso suas matérias e seus dados podem tranquilamente ser usados como fundamento para análises econômicas críticas.
arkx Brasil tem uma curiosa lógica.
Muito preocupado com as contas do Estado, ele trata o endividamento público como o mais nocivo dos efeitos provocado pelo maligno Plano Real. Mas desconsidera o motivo por que isso ocorreu. O fim da hiperinflação pôs fim à possibilidade de utilização do imposto inflacionário como mecanismo de equilíbrio das contas governamentais. Além disso, a Constituição de 88 criou um Estado de bem estar social à brasileira (SUS e INSS) que também “perversamente” produziu uma necessidade de aumento de arrecadação e endividamento. Vejam o que ocorreu com a carga tributária brasileira no mesmo período.
Bastaria ler qualquer literatura econômica sobre o período para saber dessas obviedades. O fato é que, com o fim da inflação, o governo brasileiro não pode mais recorrer ao imposto inflacionário para equilibrar suas contas e passou a fazer o que todos os demais países fazem: dívida. Mas isso obviamente é um horror e somente arkx tem as luzes para falar a respeito.
Imagino que ele seja igualmente contrário à CF 88, que perversamente criou dívida e desequilíbrio nas contas estatais.
Emerson -> “em nenhum momento eu afirmei que não houve superávit primário em 2022”
Afirmou sim. No seguinte trecho de seu comentário: 《Ou seja, dos gastos correntes do governo federal (já excluído o montante destinado ao refinanciamento da dívida) a arrecadação cobriu apenas 75%: 2,2 trilhões de um total de 2,8 trilhões.》
Pablo: ->《Relação dívida pública / PIB 》
Você está cometendo um erro muito comum, ao confundir a dívida pública total com a dívida pública interna. Consulte a série histórica específica desta, e ficará claro como ela explode a partir do Plano Real.
Goldman Sucks: -> “a Constituição de 88 criou um Estado de bem estar social à brasileira (SUS e INSS) que também “perversamente” produziu uma necessidade de aumento de arrecadação e endividamento”
Seu caso é o pior, pois você apenas ecoa o mantra neoliberal dos economistas de mercado.
Verifique a série histórica correta. Nela fica inequívoco como a dívida pública interna cresce não a partir da Constituição de 1988 e sim do Plano Real, em 1994.
Neste sentido, dê particular atenção aos anos de 1999 e 2000. FHC já conseguira sua reeleição e os alicerces de embustes do Plano Real já podiam ruir.
Quanto aos benefícios sociais previstos na Constituição de 1988, nela também estão previstos seus meios de financiamento – inclusive a Previdência Social.
A todos, e inclusive a João Bernardo, sugiro – sem qualquer soberba de minha parte – uma pesquisa sobre as Operações Compromissadas. Um tipo de over-night que muito bem demonstra não se tratar de “dívida” no sentido clássico, menos ainda de financiamento do setor público, e sim de pura apropriação de renda pública.
*** *** ***
PS: O Plano Real e a Dívida Interna.
Dívida Interna – Mensal – em milhões de R$
Fonte: IpeaData
1994.01: 1.801,4400
1994.02: 2.956,5700
1994.03: 4.709,0400
1994.04: 8.341,2200
1994.05: 13.891,7000
1994.06: 23.013,0100
1994.07: 35.074,9900
1994.08: 35.387,5700
1994.09: 35.969,4200
1994.10: 34.775,1600
1994.11: 35.045,9400
1994.12: 33.395,3800
Dívida Interna – Anual – em milhões de R$
Fonte: IpeaData
1993: 989,6200
1994: 33.395,3800
1995: 66.692,9600
1996: 115.736,1300
1997: 150.253,6800
1998: 192.455,4900
1999: 233.057,8800
2000: 267.572,4300
2001: 308.519,5900
Arkx deveria expor suas ideias – digamos – exóticas em um artigo e publicar aqui nesse site ou em outro. De preferência citando fontes e estudos que deem fundamentos às suas afirmações.
Talvez não fique exatamente claro em meus comentários (talvez por conta das polêmicas provocadas) meu carinho especial pelo PassaPalavra. Também sou um admirador de João Bernardo, sobretudo (e não apesar) de umas tantas divergências.
Outro não é o motivo de postar comentários neste site, pois trata-se de um dos raríssimos na Web (não só no Brasil) a abordar não só a Autonomia como o necessário e perigoso desafio político de enfrentar (e compreender) esta nova ascensão do Fascismo.
Agradeço a sugestão. Tenho uma rotina pessoal bastante pesada. Há 17 anos passo a maior parte do tempo num sítio, vivendo diretamente meu posicionamento político.
No momento, não posso ampliar minha contribuição além dos comentários. Numa boa, sem qualquer frescura ou soberba. Mais à frente…
Muitas vezes evito postar comentários para evitar superexposição e ser inconveniente. É melhor assim.
Por exemplo:
• É uma pena que a republicação do excelente artigo “Bicicletas de carga em vez de peças de automóveis” não tenha gerado comentários, pois nele estão questões sempre presentes aqui no PassaPalavra: é possível se apropriar das técnicas (e dos meios de produção) do modo de produção capitalista, a elas dando um outro uso e sentido?
• Os comentários recentes de João Bernardo e irado no artigo “O mito da natureza: 2) a agricultura familiar no fascismo” mostram como uma reforma agrária politicamente mal orientada pode ser contraproducente. Aliás, tanto o MST como o MTST tem diversas experiências malfadadas a este respeito. O mesmo vale para as comunidades rurais surgidas a partir da pandemia.
PS: Sugiro acompanharem a crise no PCB, embora muito bem saibamos que de onde nada se espera é que nada sai mesmo. Ainda assim, quando mal se espera…
Meu caro, vc apresenta muitas ideias em seus comentários e talvez nesses espaços não seja possível desenvolver toda as complexas articulações que expõe.
De repente, meditar tais ideias e apresentá-las em um ensaio pode ser mais producente que comentários.
Leitores, polêmicas e críticas (talvez concordâncias) não faltariam.
Agradeço e fico lisonjeado, do fundo do coração. Também compreendo perfeitamente os motivos pelos quais me incentivam a escrever. Mas não deixa de ser curioso.
Por quê?
Minha participação aqui não é no sentido de conseguir um meio de publicar meus escritos, nem mesmo de expor minhas idéias e posicionamentos.
A intenção é fomentar um debate. E um debate sobretudo pelas diferenças.
Toda convocação à unidade costuma ser hipócrita, além de geralmente redundar inútil. Nenhuma unidade nos unirá. Nossa união vem de nossa capacidade de agir – e também pensar – a partir e junto com nossas diferenças.
Este tipo de união só é se viabiliza através de alguma atividade prática. E produção de conhecimento é também uma atividade prática! Não há prática revolucionária sem teoria revolucionária.
《Desvendar a exploração deve ser o objetivo último da atividade crítica, assim como lutar contra a exploração deve ser o objetivo principal da ação prática.》
Mas o curioso mesmo fica por conta de minha tentativa em estimular que outras pessoas a escrevam!
Por exemplo, não seria fantástico – e indispensável – que João Bernardo, assim como fez com “Labirintos do Fascismo”, escrevesse uma edição ampliada e atualizada de “Economia dos Conflitos Sociais”?
Afinal, mesmo bem vendido a ponto da primeira edição ter esgotado, foi este livro realmente lido? É bem verdade que nenhuma obra antecipa à sua época, embora existam leitores atrasados relativamente à época.
Teria chegado a época do encontro deste livro com seus leitores?
《Poucos sabem hoje, ou desejam recordar, mas nós estivemos à beira de vencer.
Nós, os que restamos, somos picos que quem navega nestas águas julga serem ilhéus perdidos, mas que formam os cimos de montanhas submersas, uma Atlântida que deixou palimpsestos cujas camadas inferiores só raros hoje conseguem decifrar, porque quem as escreveu se esqueceu da linguagem então usada.
Fomos vencidos. 》
Escreva!
https://braziljournal.com/a-turquia-tentou-controlar-a-inflacao-baixando-os-juros-adivinha-no-que-deu/
Sobre a experiência de reduzir a taxa de juros para controlar a inflação na Turquia citada pelo João Bernardo uns comentários acima.