Por um camarada grego
Camaradas brasileiros, no último dia 16 ocorreu uma importante ação antiguerra. Centenas de pessoas, juntamente com o sindicato dos estivadores, se reuniram no Porto de Pireu para bloquear o embarque de carregamentos militares para Israel.
A ação teve como alvo cinco contêineres a bordo do navio Pisces, da COSCO, com destino ao porto israelense de Haifa. Organizado pelo sindicato ENEDEP, o bloqueio visava impedir a Grécia de auxiliar o genocídio israelense em Gaza. Enquanto guindastes movimentavam a carga, manifestantes acendiam sinalizadores e içavam faixas com os dizeres “Não à cooperação militar com o Estado assassino de Israel”. O embarque foi interrompido, com os contêineres retidos até 20 de julho. Os organizadores alertam que a situação poderá se agravar caso o bloqueio continue.
O sindicato ENEDEP, filiado ao Partido Comunista da Grécia, é um dos sindicatos mais poderosos do país. Há quatro anos, durante o lockdown da COVID-19, organizou uma greve de sete dias que obrigou todos os navios comerciais a fazerem fila em frente ao porto de Pireu. Como resultado dessa mobilização, conseguiram forçar a empresa chinesa COSCO, que controla parte do porto, a recuar. O sindicato conquistou um acordo coletivo de trabalho e garantiu melhores condições de trabalho.
Sobre a composição da mobilização: A maioria dos participantes da manifestação era de organizações de esquerda extraparlamentares, bem como do Partido Comunista da Grécia. Houve uma forte presença de estudantes universitários, enquanto o número de sindicalistas foi menor. Como resultado, o encontro teve mais o caráter de uma mobilização política de organizações do que de uma manifestação estritamente sindical.


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