Um finado professor de uma universidade pública brasileira afirmava ter sido incumbido de levar Che Guevara até a Bolívia. Como Che estava disfarçado, careca, o dito professor não sabia quem era, apenas que era um importante militante. Em uma das paradas da viagem, em uma estação de trem, Che teria pedido uma Coca-Cola. Ao vê-lo bebendo o refrigerante, o professor teria dado um tapa na cara do Che, pois não era a postura correta de um militante anti-imperialista. Passa Palavra
Ao tentar tratar (denegar) o fetiche da mercadoria embutido no prazer proporcionado pelo consumo de Coca-Cola, a lógica operante na base do próprio argumento implícito na moral da estória/anedota acima é a reiteração/expressão/repetição dessa mesma lógika fetichista. Pra justificar (ou denegar) o fetiche na apreciação/valorização da mercadoria chamada Coca-Cola se faz apelo ao fetiche de uma outra figura chamada Che. Esse processo de se estender o ciclo do fetiche da mercadoria pra além da esfera material dos produtos, colonizando todas as esferas da vida, inclusive na “apreciação”/”valoração” de indivíduos usando da autoridade moral enquanto kapital simbóliko, revela a obscenidade da “moral” Kapital, que apela/opera por imagens ideais. Lógika que fez essa mesma figura “emblemática” aparecer estampada numa das notas da moeda cubana… O cúmulo/túmulo do Kapital (a moeda, não Cuba que resistiu bravamente até ontem ao embargo). No final das contas, a lógika parece ser a mesma, até nas piadas, no humor, ela está operando/imperando e achatando nossa realidade. Mas também não dá pra achatar nossas ações e relações políticas no papel ingrato de desmancha prazeres em argumentações via pixels… Na vida real tá foda, amigxs, acordar todo dia nessa matrix mirabolante e não ver saída…
FONTE [EM OFF, pero CONSPÍCUA]
Psicografado no abaitolá gabeira news, o finado professor revelou também o codinome do gordo careca cocacólatra: Adolfo.
E mais não disse…