ABAIXO A PERSEGUIÇÃO CONTRA AS COMPANHEIRAS NORMA E IVONETH!
As servidoras Norma Silva Lionel e Ivoneth Santos são merendeiras na Rede Municipal de Educação de Goiânia e participam ativamente das lutas da categoria. Mesmo possuindo conduta ilibada, as duas vêm sofrendo perseguições devido às suas convicções políticas e isso se intensificou após a última greve de 2015. De forma corajosa, as trabalhadoras resistiram e permaneceram em greve até a decisão da categoria em assembleia, mesmo diante do retorno antecipado da maioria dos funcionários de sua instituição, situação que criou desconforto, pressão e constrangimento sobre elas.
Somado a este conflito decorrente da greve houve outro impasse. Existe um projeto da SME que leva a banda da Guarda Municipal para tocar nas instituições. Como a instituição “acolheu” o projeto, as servidoras fizeram cartazes com recortes de jornais para denunciar a ação covarde de guardas que agrediram trabalhadores da educação no Paço Municipal durante a greve. A pressão e intimidação sobre elas foram intensificadas.
Primeiramente recorreram a várias atas como forma de intimidação. As ameaças e histórias distorcidas instauraram um clima de desconfiança que levou colegas de trabalho a ficar contra elas. Nesse contexto, de maneira oportunista, abriu-se uma sindicância da SME contra as trabalhadoras.
A sindicância possui argumentos, no mínimo, questionáveis. A alegação é de que as servidoras interferem no pedagógico, como se, na função de merendeiras, não fossem também educadoras e formadoras de opinião. Entendemos que os trabalhadores administrativos devem ser tratados de forma tão respeitosa quanto qualquer outro. É preciso dar espaço e voz a eles nos conselhos, reuniões e decisões escolares. É a integração e inclusão de todos os envolvidos no trabalho escolar que contribui com o pedagógico. Quando isso não ocorre, legitima-se a segregação de servidores dentro das instituições, o que inviabiliza uma gestão democrática.
A SME também as acusa de se negarem a exercer suas funções por terem se recusado a cozinhar para os funcionários da Guarda Municipal. Contudo, esquece que esta atribuição realmente não lhes cabe.
Seria tudo isso algo incomum ou será que existem mais pessoas, principalmente administrativos, que sofrem “marcações” nas instituições escolares exatamente por se posicionar ou assumir condutas “pouco dóceis”? Depois de anos de trabalho nesta mesma instituição, onde ocorre a perseguição, estas servidoras passaram a ser “ruins”, o “mal” que precisa ser descartado. Afinal, o administrativo não pode participar de greve? Não pode interferir no pedagógico? Não pode se recusar a executar serviços que não são de sua responsabilidade? O servidor administrativo pode pensar ou só executar? De que as acusam, senão de se posicionarem de maneira crítica diante da realidade que as cerca? Isto é errado?
A prática nefasta e corriqueira adotada por direções de instituições escolares de fazer ata por qualquer motivo, como forma de intimidação, configura perseguição, assédio moral. Tudo isso é respaldado e fortalecido pela SME, com o objetivo de difundir uma cultura do terror e do medo. Nesta via, direções e grupos gestores autoritários ganham força, como evidencia-se neste e em outros casos na Rede. O assédio moral e psicológico é algo institucional, oficial e cotidiano na Rede Municipal de Educação (RME) em Goiânia.
Todavia, aonde há repressão, perseguição e assédio, há resistência. A fragilidade de alguns não esvazia a esperança de outros, não amordaça a fúria. Contra a tirania, só nos resta a luta e a solidariedade. Nós, do SIMSED, declaramos repúdio às práticas intimidatórias que ocorrem na RME e manifestamos nosso apoio irrestrito aos servidores que vêm sofrendo injustiças. Se você também vem sendo vítima de assédio moral, procure o SIMSED. Nossos advogados estão entrando com várias ações e organizando atividades para orientar os trabalhadores sobre como se defender contra o assédio e a perseguição.
Em especial, manifestamos apoio a essas duas vozes no silêncio, ambas do quadro administrativo, Norma Silva Lionel e Ivoneth dos Santos, as quais têm sido constrangidas em seu local de trabalho por expressarem seu pensamento crítico. Enfrentam uma sindicância que tem a intenção de reforçar o autoritarismo e a cultura do medo. Convidamos todos os trabalhadores a somarem forças na luta que muitas vezes é contra a correnteza, mas não é solitária. Absurdos não podem ser tolerados! Continuem firmes, companheiras! Estaremos juntos nesta e em todas as lutas que estão por vir. A tirania não é maior que todos nós. Juntos somos mais fortes!