Está por fazer a história dos bandos rurais armados que, lutando contra brancos e vermelhos, foram apelidados de verdes. Por João Bernardo

Originalmente publicado como terceira seção do capítulo 2 da parte 3 do livro Labirintos do Fascismo: nas encruzilhadas da ordem e da revolta (Lisboa: Edição do Autor, 2015, pp. 615-638), de João Bernardo, que autorizou sua reprodução na série especial de artigos publicados pelo Passa Palavra em comemoração aos cem anos da Revolução Russa. Foram mantidas a grafia e a sintaxe originais, mas as notas foram renumeradas para se adequar ao formato de um artigo dividido em partes, que serão publicadas semanalmente. Leia as demais partes da série clicando aqui.

Que faltou na Rússia em 1918? A aptidão dos dirigentes socialistas-revolucionários de esquerda e das figuras cimeiras da ala esquerda do bolchevismo para encabeçarem um tipo de guerra diferente? E não será que, mais grave do que a inconsistência dos representantes da oposição à paz de Brest-Litovsk foi a incapacidade dos trabalhadores, nos campos e nas fábricas, para conjugarem iniciativas dispersas? Estaria o problema nos dirigentes revolucionários, com as suas eventuais insuficiências, ou numa classe social, com os limites inultrapassáveis da fase de estruturação interna em que se encontrava? Escrevendo nos últimos dias de Maio ou no começo de Junho de 1918, Steinberg admitiu que no 4º Congresso Pan-Russo dos Sovietes, onde 700 votos aceitaram a paz e 300 se lhe opuseram, «só a maioria operária das principais cidades e só as camadas mais conscientes dos camponeses que trabalham na terra votaram ao nosso lado contra a paz […] E se numa parte do país começava a luta [contra os ocupantes e os seus aliados locais] […] as outras regiões do país, mesmo que fossem vizinhas, evitavam prestar um auxílio fraternal […] Os trabalhadores do Don, encantados com as visões de paz de Brest-Litovsk, não intervinham em socorro dos trabalhadores ucranianos, esperando assim preservar da agressão dos invasores a sua região, as suas fronteiras […] O mundo do trabalho está horrivelmente fatigado, com saudades da sua charrua ou da sua oficina»[1].

O Comissariado do Povo de 1917, coalizão entre bolcheviques e socialistas-revolucionários de esquerda. Na esquerda, Isaac Steinberg, então Comissário para a Justiça.

Mas como explicar, então, que os socialistas-revolucionários de esquerda, que encontravam precisamente no campo o seu apoio mais sólido, tivessem sido tão hostis aos acordos de Brest-Litovsk? E como explicar que justamente na Ucrânia ocupada pelos militares alemães e austro-húngaros a população rural tivesse criado as guerrilhas mais vastas e bem organizadas de toda a Rússia? Quanto ao estado de espírito do operariado urbano, convém saber que, como o próprio Trotsky escreveu uma dezena de anos mais tarde, «tendo o conselho dos comissários do povo convidado os sovietes locais a darem a conhecer a sua opinião sobre a guerra e a paz, mais de duzentos responderam antes de 5 de Março. Dos sovietes mais importantes, só dois, o de Petrogrado e o de Sebastopol, se pronunciaram, embora com reservas, pela paz. Pelo contrário, uma série de grandes centros operários […] declarou-se, por uma maioria esmagadora de votos, favorável à ruptura das negociações»[2]. Aliás, se o campesinato e o proletariado das cidades fossem tão avessos a uma guerra revolucionária como pretendiam os defensores da capitulação, poder-se-á explicar que Lenin tivesse dado ordens rigorosas à Guarda Vermelha para não entrar na Ucrânia em apoio às inúmeras guerrilhas que aí se haviam formado contra os exércitos ocupantes[3]? E no 5º Congresso dos Sovietes, reunido em Julho de 1918, Trotsky, comissário do povo para a Guerra, apresentou e fez aprovar um decreto que não só condenava à prisão quem quer que conduzisse acções de agitação contra as autoridades ocupantes, mas ainda ameaçava de fuzilamento os que insistissem em participar em guerrilhas contra os exércitos das Potências Centrais[4]. Num livro publicado quatro anos depois Trotsky fundamentou a sua crítica à guerra de guerrilhas com a tese de que se trataria de uma forma de luta especificamente camponesa[5], o que torna ainda mais paradoxal invocar como argumento a inexistência de uma vontade de resistência armada por parte dos camponeses e dos operários e tomar medidas para suprimir essa resistência quando ela ocorria.

Camponeses em armas: o Exército Negro de Nestor Makhno

Ao lermos certos relatos daquela época apercebemo-nos de que havia condições para sustentar formas inovadoras de guerrilha, que fundissem a acção militar com a luta social e não obrigassem os soldados da revolução a abandonar a actividade produtiva nas fábricas e sobretudo nos campos. Nas suas Memórias do período da guerra civil, Alexander Berkman contou a história de um camponês que se alistara no Exército Vermelho para combater as tropas brancas e que, chegada a altura de semear, desertara para ajudar a família nas fainas agrícolas, de modo a que os seus pais não morressem de fome. Terminada a semeadura, assentara praça de novo, sob um nome falso, num regimento onde não era conhecido e fugira outra vez quando o trabalho dos campos o exigiu[6]. Este homem, que ao desertar arriscava a pena de morte e que ao apresentar-se ao recrutamento se expunha a ser identificado e passado pelas armas, praticava de maneira espontânea, mas não menos consciente, o princípio básico da guerrilha camponesa, conjugando o trabalho com a actividade militar. Quantos outros existiriam como ele? Em gente assim ter-se-ia a base possível de uma guerra proletária de novo tipo.

Não andou longe a inspiração que levou o anarquista Nestor Makhno e os seus companheiros a organizarem muitas dezenas de milhares de camponeses na Ucrânia meridional e a unificarem uma variedade de guerrilhas dispersas. Inicialmente impediram com êxito os bolchevistas e os socialistas-revolucionários de esquerda de interferir na autonomia da população rural daquela região, e opuseram-se depois aos invasores alemães e austro-húngaros e a uma sucessão de exércitos brancos. Peter Archinov, que ao longo de quase dois anos combateu ao lado de Makhno e a quem se deve o relato mais completo deste movimento, registrou a forma como a guerrilha era apoiada em 1918, durante a luta contra a ocupação pelas Potências Centrais: «É claro que as vastas massas camponesas, a maioria dos habitantes das cidades e aldeias, não pertenciam aos destacamentos de guerrilheiros, embora mantivessem com eles ligações estreitas. Abasteciam-nos, forneciam-lhes cavalos e ração para os animais, quando era necessário levavam-lhes alimentos às florestas, recolhiam informações a respeito das movimentações inimigas e transmitiam-nas aos guerrilheiros. E por vezes grandes massas de camponeses juntavam-se aos guerrilheiros para prosseguirem em conjunto certas acções revolucionárias específicas, combatendo ao lado deles durante dois ou três dias e regressando em seguida aos seus campos […] Estes elos eram muitíssimo importantes, porque davam à insurreição revolucionária a dimensão e o carácter de um movimento camponês generalizado»[7]. A propósito das campanhas de 1919, que criaram sérias dificuldades ao general contrarrevolucionário Denikin, contou Volin, outro dos companheiros de Makhno, que «em certas partes mais expostas da linha de frente várias centenas de camponeses dos arredores vinham regularmente substituir os combatentes fatigados, que lhes entregavam as armas e regressavam às suas regiões de origem. Restabelecidos graças a duas ou três semanas de repouso, regressavam e ocupavam de novo o seu lugar na frente. Em certas épocas os camponeses vinham combater, enquanto os combatentes os substituíam no trabalho dos campos»[8]. O mesmo se passou no ano seguinte durante as lutas contra o general czarista Wrangel, por um lado, e, por outro lado, contra as autoridades bolchevistas, pois Berkman, ao visitar a Ucrânia no Verão de 1920, relatou que as tropas de Makhno «eram sobretudo formadas por camponeses e, quando o inimigo havia sido provisoriamente afastado da região, muitos deles regressavam às suas terras para prosseguir as ocupações habituais. Mas ao primeiro sinal de perigo Nestor convocava os seus partidários, e os agricultores deixavam as suas casas e partiam de espingarda ao ombro»[9]. Porém, os socialistas-revolucionários de esquerda e a oposição de esquerda no interior do partido bolchevista não foram capazes de aprender a lição[10]. A experiência organizativa de Makhno ficou confinada ao sul da Ucrânia, até que o Exército Vermelho, depois de ter procurado em vão assimilar estas guerrilhas e impor-lhes a disciplina militar, as chacinou e dispersou em 1921, prendendo ou fuzilando todos os que não conseguiram fugir, numa massiva campanha de terror.

Antónov, ex-SR, encabeçará um levante verde em Tambov entre 1920-22

Está por fazer a história dos bandos de rurais armados que se movimentaram durante a guerra civil e que, lutando tanto contra os brancos como contra os vermelhos, foram apelidados de verdes. Nas suas Memórias, publicadas postumamente, Victor Serge recordou a frente de combate em Petrogrado em 1919 e contou que «um movimento extremamente nocivo nascera no interior dos exércitos da guerra civil, brancos, vermelhos e outros: o dos Verdes. O seu nome vinha das florestas onde se refugiavam, e reuniam os desertores de todos os exércitos que não queriam mais bater-se por ninguém, nem pelos generais nem pelos comissários, que só queriam bater-se por eles mesmos, para não fazerem mais nenhuma guerra! Existiam por toda a Rússia. Sabíamos que nas florestas da região de Pskov os efectivos dos Verdes aumentavam (chegaram a várias dezenas de milhares de homens). Bem organizados, providos de um estado-maior, apoiados pelos camponeses, eles devoravam o Exército Vermelho»[11]. Os autores que dedicam aos verdes quando muito duas ou três linhas apressadas tratam-nos como bandidos, mas sê-lo-iam deveras, ou sê-lo-iam apenas? Não devemos esquecer que a imprensa bolchevista, conforme lhe convinha, chamava também bandidos a Makhno e aos seus seguidores, pondo-os a par das guerrilhas verdes, o que nos permite pensar que talvez algumas fossem na realidade constituídas por libertários, que se insurgiam não só contra os antigos senhores da terra mas ainda contra as espoliações praticadas pelas autoridades soviéticas. Pelo menos num caso, em 1919, os restos de um dos grupos terroristas ligados à guerrilha de Makhno, cuja chefe havia sido presa e executada pela contra-espionagem de Denikin, integraram-se nos verdes[12]. E não alternariam os verdes as campanhas e as fainas rurais?

Mas só mais tarde e noutras latitudes este método de luta haveria de ser praticado de maneira generalizada. Para chegar a tal resultado, porém, foi necessário prosseguir uma política agrária muito diferente daquela que os bolchevistas conduziram durante os primeiros anos da revolução, quando pelo seu despotismo e as suas espoliações sistemáticas alienaram os pequenos camponeses e os confundiram na prática com os kulaki[13]. E foi igualmente necessário que as duras lições da experiência levassem alguns dirigentes comunistas a conjugar o seu autoritarismo inato com a aceitação de um certo grau de iniciativa popular. Em suma, a capitulação de Brest-Litovsk pareceu inevitável aos bolchevistas porque preferiram ceder perante potências imperialistas em vez de fazer concessões à espontaneidade dos trabalhadores. Foi este o verdadeiro dilema.

Notas:

[1] I. Steinberg (1918) 83-84, 100-101, 103 (subs. orig.). Os dados que indiquei relativos à votação no congresso dos sovietes são fornecidos por Isaac Steinberg em id., ibid., 12. Mas num artigo assinado «H. G.» em id., ibid., 57 mencionam-se 732 votos a favor da moção bolchevista e 238 favoráveis à moção dos socialistas-revolucionários de esquerda. A forma como os socialistas-revolucionários de esquerda dividiam a população rural leva-me a traduzir «paysans laborieux» por «camponeses que trabalham na terra». De maneira muito simplificada, pode dizer-se que os bolchevistas distinguiam quatro camadas na população rural: os assalariados agrícolas, eventualmente possuidores de um pouco de terra; aqueles que, embora detivessem alguma terra, eram frequentemente obrigados a assalariar-se; os pequenos camponeses detentores de terra, que cultivavam sem a ajuda de assalariados ou eventualmente auxiliados por mão-de-obra assalariada; e os camponeses mais ricos, que exploravam sistematicamente o trabalho alheio ou se dedicavam à especulação. Encontra-se em M. Lewin (1966) 39-74 uma análise detalhada desta classificação e dos problemas que envolvia. Os socialistas-revolucionários de esquerda, porém, usavam como único critério saber se um dado camponês recorria ou não sistematicamente à exploração de assalariados, o que os levava a dividir a população rural em duas camadas apenas, correspondendo os «camponeses que trabalham na terra» à amálgama das três primeiras camadas definidas pelos bolchevistas. Esta classificação encontra-se explicada em Parti des Socialistes-Révolutionnaires de Gauche (Internationalistes) (1918) 29-30 e 33. Esta discordância justificava orientações diferentes na política agrária e continha em gérmen a problemática que mais tarde estaria implícita na colectivização staliniana da agricultura.

[2] L. Trotsky (1970) 444-445.

[3] I. Deutscher (1972) II 242.

[4] Id., ibid., II 244-245; Parti des Socialistes-Révolutionnaires de Gauche (Internationalistes) (1918) 59-60.

[5] A. Rosenberg (1936) 159-161.

[6] A. Berkman (1987) 107-108.

[7] P. Arshinov (1975) 61-62. Nas suas Memórias Nestor Makhno não abordou directamente este aspecto, mas num caso podemos deduzir que se tratava de um exército de camponeses-combatentes, que embora se dedicassem a acções armadas não abandonavam durante muito tempo o trabalho agrícola. Ver N. Makhno (1988) 221-222. Mais tarde, perante o avanço das tropas alemãs, um dos companheiros de Makhno escreveu-lhe, em Abril de 1918, a comunicar (pág. 257): «Os nossos camaradas escondem-se em grupos. Os camponeses fazem desaparecer rapidamente as espingardas, as metralhadoras e as munições e fogem quer para os campos quer para as localidades vizinhas» (procedi a várias modificações na tradução). Este género de táctica parece indicar um sistema de guerrilha conjugado com a actividade profissional. Todavia, algum tempo antes, nos primeiros meses do ano, referindo-se aos membros de uma das comunidades rurais que, por sua iniciativa, acabara de se formar, Nestor Makhno escreveu (págs. 227-228) que «uns empenharam-se nos trabalhos agrícolas da Primavera, outros formaram unidades de combate destinadas a defender a Revolução e as suas conquistas […]». Neste caso teríamos uma divisão de tarefas em que uma parte dos camponeses se dedicaria exclusivamente à actividade militar, enquanto os restantes prosseguiriam as fainas habituais. Mas Makhno, infelizmente, deixou inacabadas as suas Memórias, que terminam no preciso momento em que a guerrilha começou a adquirir envergadura e, por isso, elas não são concludentes quanto a este assunto.

[8] Voline (1972) III 72. No entanto, id., ibid., III 62 e 202-203 considerou como uma das limitações mais graves do movimento de Makhno o facto de ter constituído durante muito tempo um exército permanente, distinto do resto da população trabalhadora.

[9] A. Berkman (1987) 175.

[10] Especialmente reveladora daquelas limitações, devido ao meio em que se gerou, é a argumentação que Victor Serge endereçou em 1920 aos seus antigos companheiros anarquistas, expondo-lhes as razões que os deveriam levar a apoiar o partido bolchevista, tal como ele começara a fazer. A certo passo de uma longa demonstração, Serge perguntou: «Pode-se vencer os exércitos do imperialismo moderno com bandos de guerrilheiros armados, de voluntários?». E concluiu sem apelo: «A priori, pode responder-se pela negativa». Em abono deste princípio, Serge argumentou que «os bandos anarquistas de Makhno» também recorriam à força para recrutar combatentes. Este ensaio de Victor Serge, Les Anarchistes et l’Expérience de la Révolution Russe, datado de Julho-Agosto de 1920 e publicado em 1921, está incluído em J. Rière et al. (orgs. 2001) 129-160 e as passagens mencionadas encontram-se na pág. 143. É certo que toda a guerra constitui uma aplicação sistemática da violência, e para ser exercida no exterior a coerção tem de vigorar também no interior das próprias fileiras, mas por si só isto não deveria servir para identificar as guerrilhas com corpos permanentes, sujeitos a uma hierarquia autoritária e centralizada. Mais tarde, numa obra que a morte deixou incompleta e onde tentou longamente discernir na génese da revolução russa quais haviam sido os motivos da sua degenerescência, Serge escreveu que Makhno «imaginou enterrar as armas e licenciar momentaneamente as suas forças, que atravessavam desarmadas as linhas de fogo e, desenterrando noutros lugares outras metralhadoras, reapareciam onde menos eram esperadas». Esta passagem das Mémoires d’un Révolutionnaire, 1905-1941 pode ser lida em Jean Rière et al., op. cit., 601. Aqui Serge reconheceu ao sistema de guerrilha aspectos positivos.

[11] Victor Serge, Mémoires d’un Révolutionnaire, 1905-1941, em J. Rière et al. (orgs. 2001) 573.

[12] V. Azarov (2008) 16. Note-se que S. D. Shenfield (2001) 75 classificou como «verde» o movimento de Makhno.

[13] L. Trotsky (1970) 504 explicou de maneira muito clara que a hostilidade do Exército Vermelho às guerrilhas era um resultado necessário da política prosseguida pelos bolchevistas relativamente ao campesinato.

Referências:

Vyacheslav Azarov (2008) Kontrrazvedka. The Story of the Makhnovist Intelligence Service, Edmonton, Alberta: Black Cat.

Alexandre Berkman (1987) Le Mythe Bolchevik, Baye: La Digitale – Calligrammes.

Isaac Deutscher (1972) Trotsky. I: Le Prophète Armé (1879-1921), 2 vols., Paris: Julliard e Union Générale d’Éditions (10/18).

Moshe Lewin (1966) La Paysannerie et le Pouvoir Soviétique, 1928-1930, Paris e Haia: Mouton.

Parti des Socialistes-Révolutionnaires de Gauche (Internationalistes) (1918) La Russie Socialiste (Événements de Juillet 1918), Genebra: Reggiani (reprodução fac-simile em Les Socialistes-Révolutionnaires de Gauche dans la Révolution Russe. Une Lutte Méconnue, Paris: Spartacus, 1983).

Jean Rière e Jil Silberstein (orgs. 2001) Victor Serge. Mémoires d’un Révolutionnaire et autres Écrits Politiques. 1908-1947, Paris: Robert Laffont.

Arthur Rosenberg (1936) Histoire du Bolchevisme, Paris: Bernard Grasset.

Stephen D. Shenfield (2001) Russian Fascism. Traditions, Tendencies, Movements, Armonk, Nova Iorque e Londres: M. E. Sharpe.

I. Steinberg (1918) Pourquoi nous Sommes contre la Paix de Brest-Litowsk, Genebra: Reggiani (reprodução fac-simile em Les Socialistes-Révolutionnaires de Gauche dans la Révolution Russe. Une Lutte Méconnue, Paris: Spartacus, 1983).

Léon Trotsky (1970) Ma Vie, Paris: Gallimard (Le Livre de Poche).

Voline (1972) La Révolution Inconnue, vol. II: Du Pouvoir Bolcheviste à Cronstadt, vol. III: La Fin de Cronstadt et l’Insurrection Paysanne en Ukraine, Paris: Pierre Belfond.

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